Nunca Mais Voltarei à Amar - Solangelo

Everybody Knows

Everybody Knows

That's how we go

P.o.v' s Will

Eu não sabia o que pensar, nem muito menos o que fazer, tudo que eu conseguia sentir era a aflição tomando conta de todos os meus sentidos, enquanto o silêncio sepulcral tomava conta do ambiente, todos estavam sentados, eu, Léo, a mãe de Nico e a de Percy, todos na esperança da chegada de notícias. Agora eu entendo os personagens dos filmes com sequestro, todas as ações impensadas e perigosas soam como atraentes nesses momentos de tensão, tudo que queria agora era me levantar e correr atrás dele, porém eu tinha que ficar sentado esperando por uma notícia boa, ou por uma ruim, o tic tac do relógio em minha cabeça martelava os pensamentos mais sombrios e obscuros, mostrando os perigos e de que as chances de que algo ruim aconteça eram enormes, Wig's tinha sido construída neste local por um motivo, era remotamente inacessível, apenas um local dava uma mera brecha para se sair, porém os seus arredores se revezavam em penhascos monstruosos e paredões rochosos, muito difícil de se escalar, se contar que para se chegar a tais fronteiras, seria nescessário um grande esforço para cruzar a densa mata que cercava o local, ou seja, as chances de algo dar errado estavam em maior número, olhei de relance para o relógio e me espantei, eram 04:32 da manhã, já faziam seis horas desde o seu sumiço e pelo que sei, a cada hora que se passa, fica mais difícil de se encontrar alguém desaparecido. Outro detalhe que me deixava mais aflito era o fato de que Annabeth era a responsável por procurar Nico, não sei o porquê e nem sei se a mesma era capaz disso, más tudo que a mãe de Nico disse era que Annabeth era capaz e que só nos restava esperar, disse ela com um semblante preocupado, já mãe de Percy pelo contrário, não parecia preocupada com absolutamente nada, observava a decoração da casa com seriedade, como o olhar de um crítico que visitava uma nova exposição de arte, o que não me fazia ficar tranquilo. Já Léo, estava sentado ao meu lado, com olhar vidrado no chão, o mesmo não havia dito nada desde que bateu a minha porta para me dar a fatídica notícia

- Vocês dois precisam descansar - disse a mãe de Nico quebrando o silêncio com uma voz pesada e cansada

- Não vou a lugar algum até saber que ele está bem - falei sentindo um aperto no peito ao pensar que o mesmo poderia não estar bem

- Não estou pedindo pra irem embora, descansem aqui mesmo, o quarto se hóspedes está arrumando, durmam um pouco e eu acordo vocês quando tiver mais notícias - disse ela se levantando insinuando que nos levaria até lá

- Muito obrigado, pode ficar tranquila que a gente sabe o caminho - disse Léo se levantando bruscamente, pegando em meu braço e subindo rapidamente, assim que entramos ele trancou a porta

- Vem cá, qual é a sua em? - perguntei indignado com a atitude do mesmo, ele não respondeu, ele só chegou mais perto e me abraçou, fiquei sem reação ali parado sentindo o contato com Léo, e foi aí que veio a primeira lágrima acompanhada de soluços desesperados, sem forças pra me manter em pé, me soltei do abraço e me deixei cair no chão gelado, e soluço após de soluço, lágrima após lágrima senti o turbilhão de sentimentos que mantive em controle por tanto tempo estourarem meio peito de dentro para fora

- E-eu a-momo ele - falei limpado os olhos com o punho e olhando para Léo de joelhos ao meu lado com uma lágrima solitária escorrendo no rosto - N-nunca me pe-perdoaria se... - e tudo piorou, a possibilidade de que o pior poderia acontecer criava uma dor inexplicável, fiquei alí sendo consolado por Léo por uns minutos, até o mesmo me ajudar a levantar e me deitar na cama
- Vai ficar tudo bem, seja lá o que ele esteja fazendo, ele sabe como se virar - disse ele olhando de relance para a tela do celular e depois deixando o de lado, logo senti meus olhos ficando pesados e o cansaço veio até mim sorrateiro, até que finalmente adormeci