Meu primeiro amor

14

Em seguida fui até a casa do Erick. Eu não sabia ao certo onde era, só tinha visto ele ir até lá de longe, mas sei que ele e o pai trabalham em uma oficina do isso já era um começo.
Subi a avenida e encontrei a oficina, tinha um homem trabalhando lá, então falei com ele.

—Oi, boa tarde, o Erick trabalha aqui?
—Ele tá lá dentro agora. —o homem me indica a casa ao lado —Você é namorada dele?
—Não. Colega de sala.
—Pode entrar. Ele deve estar no quarto.

A casa parecia vazia quando eu entrei. Abri uma das portas e vi uma mulher dormir, deve ser a mãe dele. Abri a porta seguinte e encontrei ele lá, sem camisa, de costas, mas se virou pra mim assim que ouviu o barulho da porta abrir.
Olhei ele da cabeça aos pés... Nenhum arranhão.

—Precisava fazer aquilo? —pergunto
—Eu disse alguma mentira?
—Por que fez isso?
—Já disse que não suporto ver você com aquele cara. —dou um riso soprado
—Só por isso você foi arrumar briga com ele?
—Não foi uma briga, foi um massacre. —ele ri, vitorioso —Ele bate que nem uma garotinha. Só levei o primeiro soco e nem ficou marca. Já viu como ele ficou? —ele parecia orgulhoso de si
—Eu acho isso a coisa mais ridícula do mundo. Coisa de animal.
—Desculpa então. Mas foi seu namoradinho quem começou.
—Você quem começou!
—Mas eu não pretendia brigar, ele quem partiu pra cima.
—E o que você esperava? —ele não responde —Por favor, não faz mais isso.
—Então seja minha.
—Eu sou MINHA!
—Termina com aquele cara e fica comigo.
—Já terminei. —ele sorri —Mas não pra ficar com você e sim por causa dessa...

Fui calada por um beijo e que beijo... Eu simplesmente não consegui resistir.
Parecia que ele não tinha ouvido a segunda parte do que eu estava dizendo.
Ele foi me empurrando pra cima da cama e ficamos nos beijando lá.
Teve uma hora que ele colocou a mão por baixo da minha blusa e eu entrei em pânico! Só conseguia ouvir a voz do meu pai gritando "LIMITES! NÃO ULTRAPASSE OS LIMITES".
Pulei da cama recuperando o fôlego.

—Isso não! Eu sou nova demais.
—Desculpa.
—Eu vou pra casa.
—Não, espera. —ele me segura pelo pulso —Fica mais um pouco. Pelo menos hoje.
—Não... Eu não...
—Só hoje. Prometo que não tento mais nada.
—Tá bom. —fiquei louca de vez —Mas preciso ir em casa primeiro, avisar meus pais, tomar um banho e...

Ele se aproxima e volta a me beijar. Antes que eu fique perdida em seus beijos de novo, eu corri pra fora e fui pra casa.
Almoço, tomo banho, escovo os dentes, tranço meu cabelo e digo a minha mãe que vou na casa da Agatha.
Ela me olha desconfiada e pergunta se não vou me encontrar com meu namorado e eu digo que não... O que é verdade.
Volto para a casa do Erick e ficamos até anoitecer.
A maior parte do tempo nos beijando, mas ele também me ensinou a jogar vídeo game e comentou sobre o quanto gostava de andar de skate.

—Ano passado eu ia de skate pra escola mas a diretora me proibiu de entra com ele.
—Por que?
—Fui ensinar uma menina a andar e ela caiu, bateu a cabeça e teve que levar ponto.
—Queria aprender mas agora não quero mais.
—Se quiser eu te ensino e prometo te segurar se cair.
—Você só vai servir de coxão. Sou muito pesada pra você me segurar.
—Deixa eu ver.

Ele se levanta da cama e me pega nos braços com pouco esforço. Ele era magro, mas bem forte. Eu me senti uma princesa nos braços dele.

—Eu consigo, tá vendo?
—Parabéns.
—Mereço um beijo de prêmio?

Voltamos a nos beijar e só às 7 eu fui embora da casa dele.

—Não quer ficar pro jantar? —ele pergunta
—Não, meus pais tão me esperando.
—Então tchau.
—Tchau. Eu ia dizer até amanhã, mas você tá suspenso.
—A não ser que você venha me ver de novo. —ele segura minhas mãos —Podemos ir na pista pra eu te ensinar a andar de skate.
—Eu vou pensar. Mas não prometo nada.

E eu fui. No dia seguinte e no outro e no outro...
Eventualmente eu tive que contar aos meus pais que o meu namoro de dois dias com o Luca tinha acabado.
Eu não sabia como ia ser quando chegasse a segunda-feira, nem em relação ao Erick nem em relação ao Luca, já que eles iam voltar da suspensão.
Por mim a amizade com o Luca continua, mas sei que com o Erick as coisas são mais complicadas.