Capítulo 1

83 9 3
                                    

 Apenas mais um dia de folga em que Dylan não sabia o que fazer em sua tarde, além de continuar trabalhando na investigação. Passava a amanhã pesquisando possíveis fontes de pontos de tráfico de droga em sua cidade, andando pelo seu bairro. Naquele verão tinha aumentado devido o turismo local.

 Tudo era cinza, calmo e silencioso. Mais um dia monótono, sem sucesso. Levantou-se da cadeira abandonado a pesquisa em seu computador em passara sua tarde inteira navegando nele. Com fome, revirou a geladeira a procura de comida rápida, mas encontrou apenas latas de cervejas e umas salsichas que já estavam para vencer. Respirou fundo, a ideia de ter que sair de casa apenas para fazer compras o incomodava, mas já era algo a se fazer. Trocou seu moletom por uma calça jeans, colocou sua jaqueta preta e calçou o par de botas que ficava posto na entrada de casa. Dylan não gostava de trazer impurezas da rua para dentro de sua casa, dessa forma a deixava limpa por mais tempo, poupando-o de pegar em um aspirador  de pó com menor frequência. Dylan poderia ir caminhando para o mercado, já que ele morava próximo ao comércio, mas preferiu ir de carro, assim talvez pudesse averiguar nas proximidades.

 As ruas estavam sempre movimentadas e barulhentas o que não era normal em uma cidade pequena, tinha muita informação acontecendo em um mesmo momento, mas os olhos azuis cautelosos de Dylan eram mais que ágeis, eram treinados para aquilo já que o dono era policial. Até que em meio dos barulhos dos carros, Dylan ouve um grito de alerta:

"Ladrão! Volte aqui moleque insolente"

 Um senhor na porta de um restaurante gritava e resmungava bravoso para um garoto de cabelos castanhos que saiu correndo entre as pessoas, possivelmente o ladrão. O velho tentou correr, mas a idade não permitia, Dylan acelerou o carro animado atrás do garoto que corria com um pacote de biscoito na mão. "Até que enfim, um pouquinho de animação para meu dia" pensou.

- Parado, polícia! – anunciou colocando a cabeça para fora do carro.

 O jovem olhou para traz e viu o policial loiro com a cabeça para fora do Corola, se assustou e começou a correr mais rápido. Bem próximo ao jovem, Dylan parou o carro rapidamente e correu atrás do menino que aos poucos foi diminuindo a velocidade ficando ofegante, parou por um instante e ganhou o chão, deixando o biscoito cair juntamente como seu corpo. Dylan correu para o garoto verificando seu pulso e sua pupila, que ao examinar não estava dilata. O jovem havia desmaiado e caído feito uma fruta madura no chão, ele era pequeno e magro, vestia roupas sujas e não estava com cheiro muito agradável, seu rosto era delicado com sobrancelhas e boca bem desenhadas, sua pele pálida fazia um contraste bonito com a cor de seu cabelo. Dylan o olhava com estranheza, como aquele pequeno menino se encaixava em seus braços e o calor de seu corpo o trazia uma familiaridade incomum.

 Preocupado, Dylan não poderia deixar o menor nas ruas, ainda mais com o aumento dos crimes na cidade. Levou o menor em seus braços para o carro e o colocou deitado com cuidado no banco traseiro. Dylan deu um pesado suspiro ao pensar no porquê um menino daquela idade estaria nas ruas sem os pais.

 Seguiu para o hospital, verificando em tempos atentamente pelo retrovisor do carro o menino de cabelos castanhos que estava completamente apagado. Quinze minutos após, Dylan já estava se identificando na recepção enquanto a equipe médica o internava o garoto.

- O que aconteceu com o menino Dylan? – perguntava a recepcionista que já o conhecia, cidade pequena permitia esse tipo de coisa.

Dylan explicou que não o conhecia e o que tinha ocorrido no final daquela tarde, disse achar que o menino era morador de rua e que nunca o tinha visto na cidade. Se colocou como responsável do menino e se pôs sentado na recepção para aguardar resultados sobre o menor enquanto conversava com outras pessoas que também esperavam.

DesignadoOnde histórias criam vida. Descubra agora