All These Years // L.S

Perfect

Harry.

Quando subimos no palco aquela noite, meu cérebro parece parar de funcionar.

Minha boca ainda estava dormente de ser esmagada contra os lábios de Louis e seu cheiro ainda preso nas minhas narinas. Os meninos lançavam olharem de repreensão para mim toda vez que os meus solos chegavam e eu permanecia congelado encarando a plateia com a maior cara de otário. Liam me perguntou discretamente se eu precisava vomitar.

Ok, Harry, foi só um beijo. Você consegue lidar com isso, não tem mais treze anos.

— Essa é do nosso novo álbum, chama-se "Perfect". — Louis anunciou, fazendo a multidão gritar e ir à loucura.

Ele me encara e sorri. O filho da puta sorri, mostrando-me os dentes perfeitos e erguendo os cantos daqueles lábios macios e rosados como se não tivesse me agarrado minutos atrás.

— I might never be your knight in shining armor...

De repente, não existe mais milhares de pessoas naquele estádio ou os outros três homens que nos acompanham no palco. Tudo que consigo ver e ouvir é Louis e suas expressões, sua voz, seus olhos brilhando em minha direção e...

Deus. Eu estou ficando maluco.

— I might never be the one you take home to mother
And I might never be the one who brings you flowers
But I can be the one, be the one tonight...

Decido que o melhor que posso fazer é desviar o olhar e pisco várias vezes para afastar a cena intrusa que se apossou da minha mente onde Louis sussurra em meu ouvido melodias parecidas com a que ele está cantando agora e a barba fina roça em meu pescoço.

Quando volto para o mundo real, já é a minha vez de cantar e tenho a impressão de que, se eu não abrir minha boca agora, Zayn vai quebrar o tripé do microfone nas minhas costas.

— But if you like causing trouble up in hotel rooms — eu começo, mãos apertando o microfone tão forte que os nós dos meus dedos perdem a cor. — And if you like having secret little rendezvous
If you like to do the things you know that we shouldn't do
Then baby, I'm perfect
Baby, I'm perfect for you

Louis dá uma piscadinha para mim e eu engulo em seco, olhando em volta para me certificar que ninguém está vendo aquela baixaria. Pare, pare já com isso, Louis Tomlinson! É o que quero gritar para ele.

Esse homem ainda vai me matar, juro por Deus.

~*~

— Fantástico! Esse show foi ótimo, rapazes!

Richard agarra nossos ombros enquanto comemora, nos sacudindo e dando tapinhas como se fôssemos íntimos.

É óbvio que aquele show não foi, nem de longe, dos melhores. Meu desempenho estava péssimo — Maldito Louis Tomlinson! —, mas Richard não se importava nem um pouco porque foi recorde de bilheteria, e isso bastava para ele.

— É, uh, obrigado — agradeço, puxando meu ombro para longe daquela mão asquerosa. — Eu... vou me trocar e ir para o hotel. Com licença.