Pode o destino unir duas pessoas tão diferentes através do amor?
Mike é um jovem que sofre a pressão familiar para ser o filho exemplar. Sempre frequentou as melhores escolas e se formou na melhor universidade de medicina do país.
Arthur luta desde...
"Sonharás uns amores de romance, quase impossíveis? Digo-lhe que faz mal, que é melhor contentar-se com a realidade; se ela não é brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir."
Machado de Assis
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Levantar da cama nunca foi tão difícil. Eu passei praticamente a noite toda sem dormir, apenas rolando na cama pensando no que aconteceu. Pela manhã me forcei a sair da cama, caminhei até o banheiro sentindo como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Quando me olhei no espelho percebi que minha cara realmente está péssima, eu sou pura olheiras. Tomo um banho quente pensando em relaxar, mas enquanto a água desce pelo meu corpo é impossível não ter mil pensamentos.
Eu sei que aquilo foi errado e que eu tenho de esquecer, mas nem sempre minha cabeça obedece ao que eu quero. Quando enfim estou arrumado, desço as escadas, como algo sem muita vontade e saiu antes que minha mãe possa perguntar algo que não queira responder.
Ele não vai estar me esperando, não depois de ontem. Mas, no fundo, é como se eu esperasse que ele estivesse lá. É, sem dúvidas, a sensação mais divida que eu já tive na vida. Quando abri o portão suspirei de alívio, mas não posso negar que também senti um aperto estranho no peito.
Agora resta saber como será encontrar com ele lá no hospital, eu quero socar a sua cara e também quero pedir desculpa por retribuir. Quero estar próximo dele, mas também quero fugir para longe desse sentimento. Quero experimentar de novo seu gosto, mas também sinto nojo desse desejo de viado.
Felizmente não o encontrei no vestiário e nem na sala dos residentes. Rachel e os outros estão conversando animados e ela até tentou me incluir no assunto, mas minha cabeça está em outro lugar.
– Terra chamando Arthur – Rachel disse acenando com a mão na minha frente.
– Oi! Do que estão falando? – eu perguntei totalmente perdido no assunto.
– Dessa sua cara de bobo olhando pro nada. – ela respondeu e todos riram
– Desculpa pessoal, eu ainda to grilado com o que aconteceu ontem. – eu disse não entrando em detalhes ao que eu estava realmente me referindo com aquela frase.
– Relaxa Art, daqui a pouco o River esquece. Você é um dos melhores residentes do hospital e ele sabe disse. – ela disse passando a mão no meu ombro enquanto os outros concordavam.
– Tomara mesmo. – eu respondi sem segurança. Eu estou saindo da sala quando um assistente que eu não conheço me informou que o doutor River me espera em sua sala. Minhas mãos estão geladas antes de bater na porta. Obviamente é para falar sobre a cena que tínhamos feito na sala de cirurgia. Bati na porta e esperei alguns instantes até ele atender. Quando abriu a porta, me olhou de uma forma que eu não consigo decifrar.
– Pode entrar, por favor – falou me dando espaço para passar pela porta.
Foi então que eu percebi ter mais alguém com ele na sala. Minhas pernas travam e eu devo estar com a maior cara de assustado, felizmente Mike está de costas para mim e o Dr. River não parece ter notado minha reação descabida.
