QUERIDO DIÁRIO

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Querido diário.

O que estou fazendo?

Como começar a escrever um diário?

Bem, vou iniciar o meu diário narrando experiências e aventuras da infância, da minha adolescência de zoação, timidez, desilusões e a descoberta dos prazeres da carne.

Quero passar para você, além das minhas memórias sexuais com minhas parceiras, da qual usarei nomes fictícios, vou tentar transmitir também estímulos para a sua imaginação, algo que possa te aguçar e te lembrar também das suas aventuras.

Venha comigo nesse diário de um homem comum, com seus trinta e poucos anos, e como todo cidadão, com suas responsabilidades e rotinas, e que encontrou uma maneira de reavivar as maravilhas da vida.

Sou Matheus Ferro, narrando a vida em um Diário Sexual de um Homem.

UM POUCO DO MATHEUS

Nascido no fim da primeira metade da década de 80, em uma cidade da região de Toledo, no estado do Paraná, tive uma infância normal para o padrão social de nossa família.
Morávamos em uma humilde casa de madeira, com tábuas verticais e ripas de mata junta. O chão da cozinha de cimento com vermelhão, sempre brilhando. Um pequeno fogão azul claro de 4 bocas, onde minha mãe fazia sua mágica. A pequena coifa de aço ao lado dos degraus, a pequena e barulhenta geladeira marrom, próxima à porta. A pia que escorria a água para o quintal, e a mesa de madeira no centro, completava os móveis da cozinha, sempre com o delicioso cheiro das guloseimas da mamãe. Subindo dois degraus, adentrava-se na sala, com piso de assoalho, uma estante de madeira com uma TV de 20 polegadas, que pegava somente um canal em VHF, e um jogo de sofá vermelho completava a grande, porém, humilde sala de madeira. Os 3 quartos também em assoalho, onde as cômodas de madeira acomodavam os grandes cobertores de pelos, para suportar o rigoroso inverno, o beliche onde dormia eu e meu irmão, a grande cama de casal, com mosquiteiro dos meus pais, a pequena cama de minha irmã e os criados mudos em madeira semelhantes a estante da sala. Tudo coberto por um grande telhado com antigas telhas de barro, onde pequenas gotas atravessavam em dias de intensa chuva. O banheiro com pia de louça, espelho sobreposto e registro plástico que abria o chuveiro de aço inoxidável, e que lavava nossa alma, após longos dias de trabalho na zona rural onde ficava nossa casa. Ao sair pela porta de madeira da cozinha, que fechava-se com tramela giratória, a pequena varanda com fogão a lenha, trazia aos olhos a extensão de um pomar repleto de frutas. Um pequeno pé de araticum, é o mais próximo, pouco abaixo à esquerda, um pé alto de ponkan dá início a um fileira de pé de mangas de várias variedades. O enorme pé de manga Bourbon, seguido de um pé de manga manteiga, sempre exaltado por seus frutos sem fiapos. E subindo atrás da casa, dois pés de manga coquinho, sendo que um deles, quando se enchiam de frutos, descia ao alcance da janela do meu quarto. Mais acima, o enorme pé de seriguela e a caixa d'água, que era alimentada por uma roda que extraía a água da nascente, ficava no alto de uma coluna, cercada por bananeiras. Seguindo mais à direita, um enorme pé de tangerinas, trazia à sua sombra a pequena garagem que abrigava nossa Brasília marrom. Mais atrás os pés de laranjas, seguidos pelo enorme pé de caqui, costeavam a casa de meus avós, mais alguns passos e o pé de carambola descia como um véu, onde entrava por baixo de suas folhagens, o pé de amora logo ao seu lado. Por sua vez, tinha a sua sombra um baixo galinheiro, pouco mais ao contorno da casa, os enormes pés de ameixa que encantavam a vista da varanda da casa de meus avós. Alguns passos à frente, a enorme tulha guardava todos nossos cereais e ao seu lado, o paiol com todos os tipos de ferramentas de meu avô. Logo atrás, imensos pés de goiaba nos levavam a vista do gramado verde que quando atravessado nos trazia a pequena varanda da minha casa.
Havia a parte que hoje compreendo o quão difícil era. Éramos humildes, às vezes até a comida era limitada. Ir a escolinha não era uma tarefa fácil, os brinquedos fabricados por meu pai com madeira era para suprir a impossibilidade de comprar qualquer brinquedo industrializado para nós. Tudo isso e muito mais, ainda encontra-se em lapsos de memórias, que rondam meu cotidiano feito flashes rápidos.
Em meados de 1992, meu pai decidiu, após um sonho, mudar de vida; e com uma mão na frente e outra atrás, nos mudamos para o interior de São Paulo.
Com 7 anos, me deparei com uma nova realidade. O bairro onde moramos era bem agitado. Fiz várias amizades das quais tenho contato até hoje. Lembro-me dos pilotos de motocicletas imprudentes que atravessavam as ruas empinados, das crianças soltando pipa, das brincadeiras nas ruas até tarde da noite, do primeiro ano que tomei bomba na nova escola, entre inúmeras lembranças que trago com todo carinho guardadas aqui em minha memória.
Com o tempo passando rápido, e ainda vivendo neste bairro, vim a ter os primeiros contatos com relatos sobre sexualidade nas ruas, entre palavrões e besteiras ditas pelas crianças das mesmas. Mas apesar da empolgação da molecada, aquilo não era nada demais, eu sabia que por trás de tanta bobagem havia algo mais intenso e prazeroso.
Aos 11 anos, não me recordo bem como isso aconteceu, mas chegou em minhas mãos, um livro sobre zonas erógenas femininas, do qual foi meu primeiro contato com algo que realmente estimulara minha imaginação... eu li, reli aquele livro velho, já sem capa, inúmeras vezes. E entre pornografias em revistas e fitas VHS, eu tinha plena noção de que eu seria um homem viciado em sexo!
Mas ainda havia barreiras a serem derrubadas, a timidez evidente, somada a imaturidade, me custara muitas oportunidades, das quais, hoje me arrependo amargamente ter perdido.

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