Encontro formidável (parte 2)

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Com a maior cara lavada Kuroo repousou o celular sobre a mesa e forçou uma tosse com a mão defronte os lábios.

— Esses pedidos não estão demorando...? — o meio da rede comentou.

— Na verdade a gente pediu faz cinco minutos. — Kageyama comentou e Kuroo lhe estreitou os olhos como se dissesse um explícito "Cala a boca!".

— Mas isso é estranho, nem as bebidas trouxeram. — prosseguiu na sua farsa. — Oikawa, pode ir lá confirmar os pedidos?

— É só chamar algum- — antes que Bokuto pudesse terminar a sentença, Kuroo deu de punho na mesa.

— Vai você também! — elevou a voz em direção o platinado. — Vão os dois lá conferir os pedidos!

— Mas-

— Ah! — praticamente berrou para lhe interromper novamente. — E peçam mais uma porção de lula pra mim!

— Olha, sinceramente... — Oikawa reclamou, mas mesmo assim se levantou e esperou que Bokuto terminasse de limpar as mãos.

Akaashi estava distraído no celular, não seria um problema, mas então se lembrou que Ushijima ainda estava do seu lado apenas observando sem entender nada. Possivelmente ele não comentaria e nem questionaria o que visse quando Iwaizumi se levantasse, mas Kuroo preferiu se prevenir e assim pegou o cardápio e colocou na frente do capitão do time.

— Eu vou no banheiro com o Iwaizumi, enquanto isso pode procurar para mim se tem Edamame? — falou como quem quer distrair uma criança dos assuntos de adulto.

— Você acabou de pedir lula. — respondeu e, realmente, Iwaizumi precisava parabenizar a idiotice do amigo.

— Eu não disse que vou pedir, só quero saber. — piscou em direção Wakatoshi, que franziu as sobrancelhas, mas logo após começou a olhar o cardápio quando Kuroo lhe deu as costas. Este que agora olhou para Kageyama. — Tobio, de pé.

— Quê? — o levantador não escondeu a confusão do olhar.

— Levanta.

— Do que você 'tá falando? — insistiu sem levantar e Iwaizumi, cansado de todo teatro, apenas suspirou e se levantou de uma vez até que seu quadril ficasse acima da mesa.

Kageyama arregalou os olhos no mesmo instante, abrindo a boca em um perfeito "O" e segurando qualquer grunhido de escapar no susto do momento. Então, de súbito, sabendo que homens precisavam se unir em momentos de necessidade, se levantou rapidamente, já entendendo o plano de Kuroo: um lhe cobriria a frente e o outro a retaguarda até o banheiro.

Dito e feito, como se Hajime estivesse sendo escoltado por guardas, caminharam como quem não quer nada, mesmo que a sensação incômoda perseguisse Iwaizumi a cada passo e se sentisse um criminoso por ter que esconder suas necessidades humanas para não ser encarado como um pervertido e, na pior das hipóteses, barrado para sempre naquele pub. As políticas japonesas sobre isso sabiam ser realmente rígidas e não queria enfrentar um vexame pelo crime de sentir tesão.

— A área está limpa, não vejo movimentação aos arredores do sanitário, câmbio. — Kageyama sussurrou por cima do ombro e Iwaizumi não poderia desejar tanto a morte.

— A traseira também não apresenta movimentação estranha. E que traseira... Câmbio. — Kuroo respondeu no mesmo tom, agora rindo baixo do trocadilho idiota, e para piorar Kageyama também começou a gargalhar.

— Só me confirma quantos anos vocês tem. — Hajime ralhou, mas ambos apenas continuaram a rir. — Okay, valeu pelo desserviço.

Deixando a formação de lado e aproveitando que já estava perto o suficiente do seu objetivo, apenas ultrapassou Kageyama – que ainda estava rindo, por sinal – e adentrou no banheiro sem sequer verificar se havia alguém por perto. Bom, Tobio ao menos havia dito que a área estava limpa e ao confirmar isso deu graças a Deus que poderia ter um pouco de paz.

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⏰ Última atualização: Jul 24, 2020 ⏰

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