Fogo - Capítulo Único

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Hey, gente! Hoje é o último episódio do rpg e eu já to triste antes mesmo de começar sauhsuahs. Bom, como hoje é o último ep, eu resolvi escrever um final alternativo, onde a Liz termina sozinha depois deles acabarem com o Santo Berço. Eu sei, é meio triste, mas é só coisa triste que eu consigo escrever mesmo, ent... kkkkk

Bom, espero que vocês gostem!

Bom, espero que vocês gostem!

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Fogo

O fogo esteve muito presente na cabeça da Liz nos últimos dias. O motivo pelo qual Santo Berço odiava tanto o fogo continuava sendo um mistério pra ela, mas agora ela compartilhava do mesmo sentimento de raiva e medo pelo elemento.

O fogo havia tirado tudo dela.

Na sua frente, estavam todos os seus amigos. Tudo o que restou de sua família. Todos ali, com os corpos jogados no chão, sendo consumidos lentamente pelo fogo.

O fogo que ela começou.

O fogo que, por um erro seu, se alastrou muito mais rapidamente do que o planejado e arrancou dela todos que haviam lhe restado.

Ela havia sido responsável pela morte das pessoas que ela amava. Mais uma vez.

Liz não aguentava mais lidar com tanta culpa. O que ela havia feito pra merecer isso? Por que tudo que ela faz sempre dá errado? Por que, por mais que ela tente, nunca consegue salvar alguém?

— Mãe... Eu não consegui... De novo, eu não consegui... A única coisa que eu sei fazer é desapontar você e todos ao meu redor... — Liz pega a foto da mãe, que já está quase toda destruída, e deixa que seu corpo caia de joelhos no chão. — Eu sei que nós protegemos o mundo de algo muito pior, mas a custo de quê? De mais mortes? Do que adianta salvar o mundo, quando o meu próprio mundo está acabado...? Eu não sei mais o que fazer, mãe... Eu não sei o que fazer...

Liz apenas segurou mais forte a foto de sua mãe e permitiu que as lágrimas começassem a escorrer pelo seu rosto. O fogo fazia com que o ambiente ficasse muito quente, mas não o suficiente para acabar com o imenso frio que ela estava sentindo por dentro.

Um calafrio percorreu todo o seu corpo, e isso a fez levantar a cabeça e olhar para o corpo de César. Naquele momento, ela compreendeu o frio que o amigo sentia a todo momento, e se arrependeu de nunca ter tentado se aproximar mais do garoto. Ela não se orgulhava disso, mas não conseguia se aproximar dele sem lembrar que ela havia permitido que seu pai morresse. Não conseguia se aproximar sem lembrar da morte do Cris, que se assemelhava tanto à morte da sua própria mãe.

Ela limpou suas lágrimas e, aproveitando o pequeno impulso de coragem, também virou sua cabeça para Arthur. Ao olhar àquele corpo sem vida, não pôde deixar de sentir um baque forte acertando seu peito. O garoto nem era pra estar ali, e, de repente, perdeu tudo o que tinha... Amigos, família, sonhos, e, por fim, sua própria vida. Uma pessoa que era tão alegre, ainda com tantos sonhos... Mais uma vida inocente havia sido destruída pelo seu fracasso.

Elizabeth estava tentando se controlar, mas as lágrimas voltaram a escorrer com ainda mais força ao saber o próximo corpo que ela teria que olhar. O corpo de Joui estava completamente desfigurado pelo fogo, mas em seu rosto ainda era possível visualizar um leve sorriso. Aquele mesmo sorriso que sempre estava tentando animar os amigos e pensando em soluções para salvar o máximo de pessoas que podia.

Liz nunca cogitou ter filhos, mas o garoto havia conquistado tanto o seu coração que a única coisa que ela queria era fazer um papel materno que ele nunca teve. Ela havia prometido pra si mesma que até se sacrificaria para salvar o menino, mas nem isso ela havia conseguido. Agora, a única possibilidade de uma nova família que ela tinha estava sumindo, junto com o corpo imóvel de Joui.

Liz foi caminhando lentamente para frente, até alcançar o último corpo no chão. Ali, em sua frente, estava o seu herói. O herói de todos, na verdade. A cruz em seu rosto representava muito bem o sacrifício que ele havia feito pelo mundo, deixando sua própria mente entrar em colapso para salvar todos.

Em suas costas, ainda era possível ver o símbolo, com um brilho quase imperceptível, mas ainda existente. Ironicamente, essa foi a única parte de seu corpo não foi desfigurada pelo fogo. Ao fitar esse símbolo, todas as lembranças da missão passaram na cabeça de Liz em um turbilhão, e dessa vez não lhe restaram forças para continuar de pé.

— Qual o sentido disso tudo? Eu perdi tudo que eu tinha! Tudo! E pra quê? Pra que tudo isso?! — A voz da garota ecoou por todo o local, e ela agora gritava com toda a força que lhe restara. — Do que adianta tudo isso, se no final todo mundo morre?! Por que eu não morri junto logo...?

Ao dizer isso, os olhos de Liz encontraram uma magnum jogada exatamente em sua frente. Ela fitou a arma por alguns segundos, enquanto uma possibilidade que já lhe passara pela sua cabeça anos atrás retornou.

Ela se esticou lentamente para alcançar o objeto. Sua mão começou a tremer com a possibilidade, mas ela sabia que essa era a única forma de acabar com tudo de uma vez. Toda a dor, toda a culpa, tudo isso iria sumir, e ela finalmente poderia encontrar com a sua família.

Com os braços hesitantes, Liz começou a direcionar a ponta da arma para sua própria cabeça. Ela já não enxergava mais nada à sua frente, pela quantidade de lágrimas que saíam de seus olhos. Ela ficou ali, parada, apenas observando os corpos imóveis de seus amigos por um longo tempo. O fogo já estava se dissipando, e ele levava junto todo o resto de esperança que lhe restara.

Puxe o gatilho. Puxe logo. Isso tudo vai acabar. Só puxe. Puxe.

Quando ela estava prestes a terminar com tudo, seus olhos foram atraídos por um pedaço de papel jogado no chão. E, ao ver aquele pentágono desenhado, sua própria voz ecoou em sua mente: "Nós somos a Equipe E".

Involuntariamente, sua mão soltou a arma, e ela foi caminhando lentamente para o pedaço de papel. Ela pegou-o com cuidado, e conseguiu ver aqueles dois símbolos já tão conhecidos por ela junto com palavras e frases que ainda não entendia.

Mas ela iria entender. Afinal, ela era a esperança que restou. E, não importava como, ela iria fazer com que a morte de seus amigos valesse a pena.

Juntando suas últimas forças, Liz limpou seu rosto, se levantou e guardou o papel em sua mochila. Dando uma última olhada para sua família, ela começou a caminhar para dentro da grande floresta.

Não importava quanto tempo iria demorar, ela iria acabar com todos os esoterroristas que pudesse. 

Ela iria trazer uma esperança de volta ao mundo.

Afinal, eles eram a Equipe E.

Afinal, eles eram a Equipe E

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art by @Ryunnalee

Obrigada por ler até aqui! Espero que tenha gostado!

E, não esqueça de rezar pra todo mundo ficar vivo e essa história que eu fiz não acontecer kkkkk

O Segredo na Floresta - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora