Bem, por onde começar essa loucura que se tornou a minha vida, acho que o básico seria eu mesmo, bom meu nome é Kaike eu tenho 24 anos, estou no meu ultimo período de gastronomia e a um ano atrás eu fui diagnosticado com uma doença incurável. Apesar de tudo seguia minha vida até que bem, fazendo o tratamento em paralelo a estudar e aturar meus pais brigando e minha irmã e meu genro sendo meio negligentes com minha sobrinha de 2 meses.
Até ai tudo normal não é mesmo, porém houve esse surto absurdo de um vírus que virou pandemia mundial e basicamente a quarentena ocorreu, o que para mim foi um pouco mais difícil uma vez que eu sou do grupo de risco. Foi um baque bem grande pois acabou com meus planos de me formar, ir viajar e fazer a especialização que eu tanto queria em São Paulo. Parando pra pensar parece que minha vida agora é regida por vírus e doenças, eu devia era ter feito biologia pra poder ajudar nisso tudo.
Os dias de quarentena parecem os mesmo pra mim, já que eu só fico em casa na rotina de acordar, comer, jogar, dormir, tomar remédio, ver série, basicamente uma grande férias já que eu só tinha uma matéria na faculdade, que foi resumida a um projeto e que eu acabei de fazer na primeira semana, depois disso foi só ferrar meu horário biológico indo dormir as 6h e acordando as 14h. Então pra todos os que se importam esta estava sendo minha vidinha.
No dia 12 de junho eu não estava me sentindo muito bem minha alergia estava atacada e minha sinusite a ponto de explodir minha cabeça, ia ser engraçado pintar as paredes com todo o catarro que tinha dentro da minha testa. Chega nessa época do ano aqui no Rio de Janeiro o tempo não colabora é frio, é quente, mudanças bruscas, do inferno ao inverno em menos de uma hora, e olha só quem é alérgico a mudanças de temperatura atmosférica, eu-zi-nho.
Então eu tomei logo uma Dexclorfeniramina, mais conhecido como polaramine o que basicamente me dopou as dez e pouca da noite fazendo eu ter um descanso forçado sem sonhos que eu me lembre. Acordei como de praxe a primeira coisa que fiz foi pegar o celular que estava dentro da fronha do travesseiro, eu durmo com ele lá pois ele tem um péssimo habito suicida de ficar se jogando dos lugares, e minha cama é uma daquelas de poupar espaço, ela é uma beliche só quem em vez de ter uma cama em baixo ela tem um mini escritório, se meu celular se joga dela é certo dele se quebrar todo.
Cerrei os olhos um pouco por causa da claridade, minha proteção de tela era uma foto de uma montanha de neve. O relógio marcava 03:14 e a bateria a 7%. Abri o facebook pra ver alguns memes ou videos de uns indiano construindo casa no meio do mato só com barro. Alguns minutos depois o celular apagou e eu me vi na necessidade de colocar ele pra carregar, aí eu pensei que ia ter que descer da cama e só isso já me deu preguiça, enfiei ele de volta na fronha do travesseiro e me virei pra tentar dormir.
Minha cama fica na parede oposta a minha janela, o que ajuda a refrescar pois o vento vem direto em mim, meu quarto é um pouco quente pois bate sol o dia inteiro nessa parte do prédio. Assim que eu me virei olhei pra janela de relance e vi um vulto preto passando, me tremi da cabeça aos pés, meu coo fechou não passava nem wifi. Eu moro no décimo andar, geralmente passam alguns morcegos rapidamente já estava acostumado, mas aquilo era enorme, uma mancha negra que ocupava quase a altura da parede. A primeira coisa que fiz foi fingir demência, como se estivesse fazendo movimentos inconscientemente enquanto dormia, me virei pro outro lado e cobri minha cabeça.
Que porra era aquela, pensava me tremendo todo, a coisa parecia um dementador flutuando do lado de fora da minha janela. Aquilo estava se movendo pra cima, o que me deixou mais aliviado, porem o cagaço dele entrar foi desesperador, por mais que a janela estive-se fechada acho que por ele ser um espirito conseguiria entrar de qualquer jeito. Não sei porque mais naquela hora só me veio a imagem da Márcia Sensitiva gritando na minha cabeça "Salmo 66, vamos tirar os capeta de dentro de casa"
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Meu amor, a morte!
FantasyKaike está em seu ultimo período da faculdade quando descobre que existe uma parte do mundo completamente diferente e sombria e terá que controlar suas emoções para com a própria personificação da morte se quiser sobreviver.