Meu amor, a morte!

O Salto

   Tirando a minha quase absoluta certeza de que meu cérebro estava derretendo dentro da minha cabeça pra eu estar tendo visões bem macabras, esses dois dias passaram bem rápido, ir pra casa dos meus avós é sempre meio que uma tortura pra mim, pois não existe absolutamente nada para eu fazer lá, a internet é um lixinho e só tem uma televisão com netflix e geralmente uma outra pessoa já esta assistindo. Ai você pode se perguntar, a mais Kaike é uma cidade praiana porque você não vai pra praia? Bom são dois motivos bem simples, o primeiro é que estamos no inferno, por mais que não esteja chovendo está nublado e o vento frio igual quando se abre a porta de um congelador. Alem disso o segundo motivo é, preguiça.

    Por sorte eu estava futucando algumas coisas no quartinho da bagunça da minha vó e achei um livro antigo da época que meu pai estudava no primário, "Vinte mil Léguas Submarinas". Eu nunca tinha lido esse exemplar, porem eu já havia lido "Viagem ao Centro da Terra". Basicamente passei o fim de semana lendo, fora isso as festividades foram normais pra minha família, churrasco, musica chata, gente gritando porque na minha família o tom de voz mais baixo é o que fazem os vizinhos pensarem que moram do lado de um hospício. Agora imagina isso tudo regado a bastante cerveja.

    A volta para casa foi rápida, saímos por volta das seis da tarde, e chagamos as oito e meia. Assim que cheguei fui direto ao meu quarto desovar a mochila pra dentro do armário. Peguei um misto quente que meu pai estava fazendo pra gente e vim para o pc jogar. Enquanto eu esperava a partida adicionei mais um despertador ao meu celular, alem de tocar as 16h para eu tomar meus remédios agora ele tocaria as 03:15.

    Joguei, perdi, perdi, ganhei e desisti de jogar já estressado de mais, meu histórico estava mais vermelho que a Carrie a estranha no baile. A essa altura você já deve ter percebido que eu não tenho sorte em nada, nem no jogo, no amor na saúde nadinha, mas essa é a minha cina então viverei ela até não poder mais. Abri uma aba nova no navegador e fui pra Netflix ver as Cronicas de Arthdal, e como sempre senti um pouquinho de felicidade a série é perfeita pra mim real amo tanto que nem vi a hora passar quando me dei conta o celular estava despertando, e no visor em cima do meu lindo papel de parede estava a hora 03:15.

    Fui até a janela e fiquei lá a espreita fitando os céus as janelas e o horizonte bem focado, uma perda de tempo na real fiquei ali em pé pegando vento atoa já eram dez pras quatro e nada resolvi ir dormir. Os dias seguintes foram exatamente minha rotina normal, com adição desse meu hobbie novo, fazer cosplay de vizinha fofoqueira as três da manhã.

    Logo se passou um mês e eu fiquei meio desacreditado sobre meu delírio, mas continuei mesmo assim. Numa noite qualquer devia ser quarta feira completei  meu rito diário e fiquei de guarda sob a lua mais uma vez. Estava observando o apartamento de frente ao meu, havia aquelas luzes de abajur infantis que giram e projetam sombras em formatos de bichinhos e meio que me distrai. De repente aquilo aparece novamente, a sombra viva e aquele calafrio indescritível começa a subir flutuando na minha frente a no máximo um palmo de distancia.

    Eu congelei de novo e logo me joguei pra trás com susto e cai ao chão ao mesmo tempo que eu encarava a silhueta do que parecia ser a cabeça, era confuso era um bando de sombras que se movimentavam. Aparentemente estava parado aparentemente me olhando de volta o que me fez ficar mais assustado ainda. Então pareceu que havia desviado o "olhar", sei lá a cabeça não apontava pra mim e sim pra cima, ai subiu flutuou. Demorou um tempo pra eu recobrar os sentidos e criar coragem pra me levantar novamente. 

    Voltei a janela e me olhei pra cima nada, nem uma luz acesa nem sinal daquilo pelos céus nada. Voltei meu olhar para o entorno e acho que vi algo vindo da extremidade do prédio, me inclinei mai um pouco apoiando a barriga no para peito de alumínio da janela mas não vi nada. Naquele momento eu senti algo batendo nas minhas costas, foi como se algo tivesse caído em cima de mim, não consegui ver o que era eu me desequilibrei minhas pernas se levantaram tanto e eu basicamente cai pra fora da janela,  agora me via numa situação bem problemática eu estava me segurando só com uma mão a borda de mármore.