9. Fantasmas do Passado

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Boa leitura❤️

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Harry sorriu manhoso ao ser abraçado por trás e não abriu o olho, pois sabia que o sol ainda estava nascendo. Em duas semanas de casamento, estava mais inteirado dos hábitos de seu marido e, dentro daquela casa, era difícil ver Louis como o líder dos Doncaster Wolves, entre aquelas paredes ele era um homem comum e muito doce.

O rapaz descobrira que o seu marido era um homem risonho e muito atencioso com as pessoas próximas a ele e jamais negava ajuda a um dos seus. Não sabia se aquele carinho que Louis demonstrava com ele era devido ao período de lua de mel que estavam vivendo ou porque estava grávido, mas estar em contato com aquele lado da personalidade de Tomlinson era maravilhoso. Estavam dormindo juntos, nunca chegaram a passar uma noite separados, e todos os dias de manhã, antes de sair de casa, Louis se despedia com um selinho demorado e, por volta das dez da noite, quando voltava para casa, recebia Harry de maneira igualmente doce.

Vivendo na intimidade com Louis, percebera que não conhecia nada dele. Antes de se casar, só tivera contato com o seu lado criminoso, julgava que era um homem inescrupuloso e sem princípios, cruel e agressivo com todos ao seu redor e foi surpreendente para Harry saber que Louis não era nada daquilo quando estava em casa. Tomlinson tratava todos dentro daquela propriedade com muita gentileza, desde o seu marido ao empregado da hierarquia mais baixa, era sempre muito respeitoso e humilde com todos eles.

Era até difícil para Harry assimilar que aquele homem doce era o líder da gangue que comandava a cidade, pareciam duas pessoas diferentes em uma só. Às vezes era impossível vê-lo como um mafioso e ficava chocado quando se esquecia daquele detalhe e só lembrava quando Louis falava algo que fez no dia, geralmente referente a contrabandos.

Com o passar dos dias, tinha a certeza que era a pessoa mais próxima de Louis, era com quem ele tinha mais intimidade, vivia com Tomlinson e dormia com ele, nem mesmo seus irmãos eram tão grudados a Louis como Harry. Claro que ele ainda não sabia de tudo, em alguns aspectos Louis ainda era um completo estranho e se fechava em seu mundinho melancólico quando questionado sobre seu passado ou infância, e ele preferia não cutucar aquela ferida, Louis lhe diria quando fosse a hora. Tudo que Harry sabia era o que Zayn havia falado: os três irmãos tiveram um passado doloroso. Ponto.

Preferiu não perguntar muito, Louis falaria quando achasse necessário e não o pressionaria. Estavam em um momento feliz, uma bolha de carinho e intimidade desde que se casaram e Harry não queria destruir aquilo. Não achava que Louis ficaria violento ou agressivo se perguntasse, apenas se isolaria e evitaria contato até digerir as memórias e seria mentira se Harry dissesse que não tinha medo do que ele um dia lhe falaria. O segredo era podre e isto estava óbvio. Ao mesmo tempo em que roía as unhas de ansiedade querendo saber, um medo inexplicável tomava conta dele, desejando ficar sem aquelas informações.

Outro ponto interessante naquele casamento repentino era que Harry não precisava fazer absolutamente nada. Não se preocupava em trabalhar ou vender os doces de Anne, podia dormir até tarde, não precisava se estressar com tarefas domésticas, já que tinha empregados para tal e seus dias se resumiam em ler, acariciar os cavalos nas baias atrás da casa e brincar com os pets.

A biblioteca da mansão era enorme, o que o surpreendeu no início, pois jurava que Louis não era instruído e só sabia escrever seu nome, julgou-o daquela forma porque muitos criminosos não sabiam ler e escrever e achou que com ele não seria diferente. Mais uma vez, se enganou e seu marido não só lia e escrevia, como gostava e muito daquilo. A variedade de livros era imensa, desde clássicos da literatura inglesa a livros de estudo e de diversas crenças.

Lobos de Doncaster | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora