Dobrando o corredor, vindo em minha direção vinha Rogério, com seus cabelos escondidos por um gorro preto junto ao seu clássico moletom do predador, a alça da bolsa cruzando o corpo, ele não era alto e não era alguém que se destacava em uma multidão nem mesmo em um grupo fechado. O óculos dele escorregava pelo nariz enquanto ele permanência com o olhar baixo um detalhe que não era único dele, mas era um detalhe importante sobre Rogério, ao se aproximar noto as mãos dele prenderem a alça com força, não me olhou quando disse.
– Olá. – Comum, como sempre.
Não sei ao certo quando tudo na minha vida se resumiu ao desejo de ver um sorriso no rosto dele, nunca vou poder confessar o quão perdido estou quão ao fato de estar tão obcecado assim. Olho para o rosto do meu amigo mais uma vez antes de responder.
– Olá, Roger.– Eu deseja tanto que ele me olhasse, mas não aconteceria porque era um traço dele, nunca olhar. - O final de semana foi bom?
– Acho que meus pais vão se separar. - Os ombros dele caíram em uma forma tão deprimente. Ia colocar minhas mãos em uma forma de reconfortar, mas voltei a mão. Não posso encostar sem avisar, não posso encostar se ele não deixar.
– Isso é horrível! – Nunca teria algo para dizer.
– Você pode me abraçar? – Disse de forma tensa. Não precisei responder porque meu corpo já tinha rodeado ele. – Com força, preciso sentir algo.
Então fiz isso, o apertei em um abraço que sempre queria dar nele, mas nem sempre poderia. Eu respeitava os limites dele, só desejava ele bem.
