Chapter Two

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The Smashing Pumpkins estava estourando no rádio do carro. Sam berrava 1979 até seus pulmões queimarem enquanto Dean batucava o ritmo da música no volante, acompanhando os vocais do mais novo ocasionalmente. Na cabeça do loiro, um lado do seu cérebro dançava com a melodia e implorava para ele aproveitar o momento com seu irmão, apreciar as pequenas coisas.

Já o outro lado estava o deixando inquieto com a bendita tutoria. Nem mesmo ele sabia o porquê de estar tão apreensivo com isso, não é como se estivesse fazendo algo ilegal ou qualquer coisa. Mas ele não podia deixar de ficar com uma pulga atrás da orelha, Dean a coçou inconscientemente. Tinha esse sentimento de que isso mudaria tudo, que não era só um simples estudar, significaria algo. Algo grande. Ele só não sabia se isso era bom ou ruim.

Dean chutou essa sensação para o fundo de sua mente e a mandou se fuder. Ele estava indo se encontrar com seus amigos, iriam se empanturrar de pizza, rir com as decisões estupidas dos protagonistas de filmes de terror, conversariam e iriam dormir de madrugada depois de jogar algo bobo. Como qualquer outra sexta feira. Não precisava se preocupar, tudo ficaria bem.

Depois do anúncio de Dean quinta feira, Mr. Walker se certificou de ir em busca de um aluno que tivesse boas notas e conseguisse ajudar, sem entediá-lo ou se distraindo demais. O professor sabia o quanto Dean era relutante com pessoas o dizendo o que fazer e o quanto ele tinha tendência para fazer brincadeirinhas para adiar suas obrigações. Procuraria alguém calmo, porém proativo, com paciência e com jeito para lidar com seu estudante predileto (mas não conte que o professor tem um favorito, isso é segredo nosso).

Naquela sexta a tarde, enquanto folheava o caderno de chamada, Walker bateu o olho em um nome que se encaixaria perfeitamente em seus pré-requisitos. Correndo para mandar-lhe um comunicado, ele torcia para que menino de olhos azuis vibrantes topasse com a sua sugestão.

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— Abre você, Bobby, eu tô no meio da partida.

— Mas eu também!

— É, mas você está perdendo, eu não. Não posso arriscar, vai, vai, vai.

— Mas você é um pé no saco, Charlie, você sabe disso, não sabe? - Bobby disse, levantando do sofá e indo em direção à porta para recepcionar a chegada dos irmãos.

— É o meu dom. — Charlie o ofereceu o melhor de seus sorrisos e voltou a colocar, sem perceber, a língua para fora da boca durante a sua concentração no jogo.

Os Winchester deram um breve cumprimento a Bobby antes de se jogaram no sofá. A mãe de Charlie fazia plantão nas sextas feiras então os quatro tinham a casa só pra eles. A Sra. Bradbury confiava na filha e gostava dos outros três, sabia que eles não fariam nenhuma besteira sem avisar previamente, por isso ficava tranquila em relação a isso.

— Beleza, mas vamos ao que importa: vocês já pediram a pizza? — Dean passou a mão em cima do estômago, dramaticamente.

— Ainda não. Estávamos esperando as duas princesas chegarem para decidirem os sabores.

— Awn, Bobby, muito obrigado, fico tocado com o tão atencioso você é. Aproveitando, você pode fazer uma massagem nos meus pés? Eles estão exaustos. — Dean lançou o seu sorriso mais descarado para, então, arremessar as pernas no colo de Bobby, que fez uma careta e as empurrou, fazendo Dean rir. O barbudo acompanhou seu riso após a carranca ser deixada de lado.

— Eu posso ligar, seus folgados. Vocês vão querer de quê? — Sam sacou o celular de seu bolso, digitou o numero da pizzaria já conhecida, esperando a resposta dos outros antes de pressionar o botão de chamar.

— Isso! Chupa essa, cara! Você tomou uma lavada muito bem dada, filho da mãe. Quem mandou me ultrapassar, huh? Agora fica ai na última posição, otário! — Charlie gritava para a televisão quando notou todos a olhando. — Ah, desculpa. — Ela riu um pouco sem graça, tirando o fone de ouvido. — Vou querer de frango, por favor

— Eu também, de frango. — Concordou Bobby.

— Eu quero calabresa, Sammy. — Sam acenou com a cabeça enquanto Bobby lançava um olhar malicioso em direção a Dean, que, rindo, levantou o dedo médio em resposta.

Essa era a amizade deles. Apesar de todas as brincadeiras idiotas, os quatro eram quase uma família. Com Sam sendo a mãe do grupo, Charlie, a filha nerd e Dean e Bobby, os primos que estavam sempre se estapeando e pregando peças em todo mundo. Mas eram muito próximos, se amavam demais. Eram como unha e carne.

A mais nova, Charlie, era a pequena - porém nem um pouco indefesa - protegida do grupo, procurando por planos para fazer com os amigos. Sam sempre zelava pela (nem sempre possível) paz do quarteto, ajudando tudo e todos como conseguisse, tentando sempre resolver as bagunças que certos outros faziam. Dean também era muito atencioso mas de sua maneira particular, mesmo que não demonstrasse, aqueles três significavam o mundo para ele. Ele era como o irmão mais velho que todos admiravam, apesar das piadinhas sem graças que, às vezes, aconteciam em momentos inadequados. E depois vinha Bobby, o mais velho de todos, o mais carrancudo e de humor muito peculiar, porém super protetor e até mesmo amoroso, quando queria (ou quando bêbado).

A campainha tocara nos primeiros minutos do filme e o loiro já tinha pulado do sofá para receber o entregador, quase chorando de alegria. Entregou o dinheiro e o deixou com o resto de gorjeta. Salivando em cima daquele cheiro irresistível, ele deitou a cabeça levemente em cima das caixas e agradeceu a quem quer que fosse o desocupado que inventou essa maravilha que abençoaria a humanidade.

— Ai cara, — disse assim que mordeu o primeiro pedaço. — eu acho que eu vou gozar. Essa pizza tá muito gostosa, eu simplesmente não consigo. — Bobby riu alto, com a boca cheia de pizza, concordando, ao passo que Sam e Charlie os olhavam, rindo da estranheza que os fazia divertidos.

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Depois do terceiro filme de terror, a galera estava um pouco sem vontade para ver mais um, ou sem sono para ir dormir (ou sem coragem, mas Bobby não admitiria nem morto), então se encontravam espalhados no chão da sala de Charlie, meio jogados uns em cima dos outros.

Dean ainda terminava de bebericar o resto do refrigerante que tinha na geladeira quando recebeu um e-mail. Estranhou, ele nunca recebia e-mails do colégio naquele horário, muito menos do Mr. Walker. Ele virou o celular para baixo abruptamente assim que leu a palavra tutoria em algum lugar do título, mas era escola e agora era fim de semana, Dean resolveria isso segunda feira. Voltou a tomar o líquido e observou o aparelho cautelosamente, nem um pouco curioso. Nem um pouquinho. Sequer um tiquinhozinho. Ok, talvez um tiquinho.

O loiro jogou tudo pro alto e resolveu checar o e-mail mesmo assim.

"Prezado Dean Winchester:

Desculpe-me atormentá-lo a esta hora da madrugada, porém, como vinhamos discutindo anteriormente, eu estava pesquisando por alguns alunos e acredito que tenha tido sucesso em achar um que te ajude prontamente. Já falei com ele de antemão, que já consentiu com minha proposta. Portanto depende apenas de sua decisão de encontrar-se com ele nos dias e horários que forem da preferência de vocês. Se possível já começando nesta segunda-feira.

Gostaria, do fundo do meu coração, que isso traga resultados positivos. Me importo demasiado contigo e espero que isso dê certo para você. Se você perceber que não está ajudando ou que não gostou, por favor, entre em contato comigo para que possamos pensar em alguma outra alternativa, certo?

Abaixo estou enviando o contado dele e o meu também, se necessário. Se cuide, te vejo segunda.

Att, Mike Walker"

Abrir contato de Castiel James Novak

Abrir o contato de Mike Arthur Walker

Oh Deus, Dean estava tão fudido.

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oi, gente, mais um capítulo pra vocês. esse foi mais para apresentar os personagens pra vocês conhecerem e verem como é a galerinha daqui.

comentário ou sugestão aqui se quiserem.

see you next time ;)

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