capítulo 11 - necessidade de falar comigo

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Quem é você?

Eu sei que você não é Kagami.

Mas eu sei que quando chamaram
meu nome dizendo que eu tinha uma
carta eu senti um pouco de
esperança. Ok primeiro confusão,
depois esperança e por fim surpresa.
É errado dizer que estou feliz que
você não seja Kagami ?

Não que eu não gostasse de Kagami,
eu gostei por um tempo. Mas ela e eu
não tínhamos muito haver, eu
percebi isso e ela também. Mas
ainda sim eu gosto de escrever, e eu
precisava mandar pra alguém, e ela
disse que eu podia. Eu esperava que
um dia ela me respondesse, mas
nunca aconteceu.

E agora você me escreve.

Por quê?

O que te fez escrever?

Foi pena desse pobre soldado?

Se foi, eu não quero sua pena.

Mas se foi algo... algo como uma
necessidade de ajudar alguém a se
sentir melhor, eu gostaria de receber
mais cartas. Receber uma carta aqui
é muito bom, quem diria que
algumas palavras de conforto
podem fazer tanta diferença, mas
elas fazem, fazem para muitos
homens aqui. Diabos elas fazem
para mim.

Suas palavras fazem diferença pra
mim.

Qual seu nome, eu preciso de um
nome pra poder dizer que você fez
diferença no meu dia a dia. Que você
senhorita sem nome, me fez ter
esperança de que existe alguém aí
fora que se importa comigo. De que eu possa ter um amigo, um amigo
que está a milhares e milhares
quilômetros de distância.

Mas que não se importa com isso,
por que eu não me importo.

Eu tenho amigos aqui, bons amigos,
homens e mulheres que eu confio
com a minha vida. Assim como eles
confiam em mim. Mas eles são como
eu, às vezes sem esperança, sozinhos,
fechados em si mesmo. E falar com
alguém de fora, alguém que não está
tão desiludido como muitos aqui é
muito bom.

Falar com você seria muito bom.

Você vai me escrever de novo?

Mesmo por pena, acho que no fundo
eu não me importaria se esse fosse o
motivo, eu só gostaria de ter alguém
com quem falar. Você vai ser esse
alguém senhorita misteriosa?

Atenciosamente Cabo A.Agreste

Por algum motivo tinha lágrimas nos
meus olhos quando acabei de ler. Ele
soube que eu não era Kagami, mas ainda
sim ele queria mais cartas minhas. De
mim.

Meu coração se apertou pensando em
suas palavras. Na sua necessidade de
falar com alguém, e eu seria esse
alguém. Eu escreveria para ele,
enquanto ele quisesse eu escreveria
cartas atrás de cartas.

Voltei a reler a carta me deleitando em
suas palavras, na sua necessidade de
falar comigo, eu, Marinette Dupan Cheng.

De me conhecer, não Kagami, eu.

Sorrindo como boba, me levantei
juntando as minhas coisas e correndo
para cima. Eu iria responder sua carta
imediatamente, entrei no apartamento,
trancando a porta.

Deixei minha bolsa no chão e fui até a
mesa deixando a carta dele e corri a
pegar papel e caneta. Voltei sentando e
comecei a escrever, mas assim que a
caneta tocou o papel eu não sabia o que
escrever.

Mas que merda!

O que eu escreveria? Eu teria que
explicar por que li sua carta. Que
menti. Porcaria, como eu explicaria
essas coisas? Ele vai pensar que eu sou uma mentirosa patológica, que mente a
lá e pra cá

Oh não...

Me levantei deixando os papeis sobre a mesa e fui para o quarto, eu precisa
pensar com cautela no que escreveria,
ou ele ficaria chateado e não iria
querer mais minhas cartas. E eu
realmente queria muito escrever cartas para esse soldado.

Mas como explicar o porquê de eu ter
invadido sua privacidade e lido sua
carta, e ainda ter mentido fingindo
ser Kagami.

Honestamente nem entendia o porquê dele querer mais cartas minhas, mas ele queria, mas eu precisava pensar bem no que dizer, pois ele poderia não querer mais minhas palavras.

Eu tinha que ser honesta com ele, dizertoda a verdade e rezar para que ele acreditasse nas minhas palavras e
quisesse mais delas.

Retirei minhas roupas e tomei um
banho rápido, deixando o cabelo preso para não ter que lavar, vesti minha calça de flanela e a camiseta, soltei o cabelo voltando para a sala

Peguei minha bolsa que deixei no chão e fui estudar um pouco, estava só no segundo ano de faculdade e tinha muita leitura pra fazer, o bom de tantasmudanças é que eu raramente fazia amizades, então me sobrava muito, mas muito tempo para ler.

Vivia com a cara enterrada em algum
livro, desde histórias fantásticas a
grandes obras literárias, gostava de
tudo um pouco.

Muitas das leituras exigidas pelos meus professores eu já havia lido na minha adolescência, a maioria por
curiosidade, mas foi bom, pois agora
eu só relia as partes importantes e já
lembrava o necessário.

Me sentei a mesa empurrando a carta
do soldado para o lado e comecei a
estudar, teria prova em algumas
semanas, eu conhecia bem o assunto,
mas era bom sempre estudar mais um pouco.

Depois de ler a mesma frase pela
quinta vez, eu desisti fechando meu
livro e pegando a carta dele, já que eu
não parava de encará-la, era melhor eu dar atenção a ela.

Eu ainda não sabia o que escrever, mas eu só precisava ser o mais honesta possível, sim era isso que eu precisava.

Muitas das leituras exigidas pelos meus professores eu já havia lido na minha adolescência, a maioria por
curiosidade, mas foi bom, pois agora
eu só relia as partes importantes e já
lembrava o necessário.

Me sentei a mesa empurrando a carta
do soldado para o lado e comecei a
estudar, teria prova em algumas
semanas, eu conhecia bem o assunto,
mas era bom sempre estudar mais um pouco.

Depois de ler a mesma frase pela
quinta vez, eu desisti fechando meu
livro e pegando a carta dele, já que eu
não parava de encará-la, era melhor eu dar atenção a ela.

Eu ainda não sabia o que escrever, mas eu só precisava ser o mais honesta possível, sim era isso que eu precisava.

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⏰ Última atualização: Jul 27, 2020 ⏰

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ᴅᴇsᴛɪɴᴇᴅ ғᴏʀ ʟᴏᴠᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora