Sophie Bianchi.
Nunca mais serei a mesma porque algo morreu dentro de mim naquele momento. Hoje é mais fácil conviver em um pesadelo do que na realidade, porém, as evidências em meu corpo ensanguentado, estático, enquanto o morto era levado, me deixaram presa à verdade. Eu me tornei uma assassina numa tentativa de defesa. A cena jamais esquecerei; o homem ao qual paguei suborno vindo para cima de mim com uma faca e tentando rasgar minha garganta e, apesar dos fortes sempre vencerem os mais fracos, meu instinto animal reagiu. Chutei-o na virilha, sendo o miserável tempo para pegar o arco e flecha pendurado na parede e apontar para o homem.Foi a chance de ameaçar e fugir, mas a lembrança de um dia de caça tomou minha escolha; nunca deixe seu inimigo fugir, corra atrás dele ou se não, um dia, ele voltará para cumprir o feito. Lembro de Vincent dizer tais palavras no campo, e agora fiz jus à fala dele. O homem ergueu as mãos pedindo calma, mas ainda assim, atirei. Sem pensar duas vezes, observando o sangue escorrer entre o rosto; cambaleando até cair sem vida no chão.
Mas por que matá-lo? Medo? A verdade é que a raiva me consumiu pela audácia de ter se voltado contra mim. Uma Bianchi sem prestígio, mas uma Bianchi. Agora restou a dúvida sobre o motivo e mãos sujas de sangue que carregarão a culpa para sempre.
— Querida... Levante. Precisamos sair da cena do crime agora. Odete vai ajudá-la a se limpar... Um carro está esperando na saída. — Vincent me ajudou a levantar, me guiando para o cômodo mais próximo.
O que o dinheiro não faz? Sinceramente, o que um Bianchi não pode fazer? Houve um assassinato, mas os funcionários vieram resolver o problema como se fosse comum; ninguém ousou questionar a situação. Belinsky coordenou todos muito bem dizendo a forma correta de agir. Odete tratou de me livrar das vestes sujas enquanto mal me cabia em pé por tamanho choque.
— O-onde estão os policiais? — gaguejei, em tom de choro.
A velha criada deixou claro que Vincent não pretende envolver a polícia, o que me intrigou. Pode estar querendo me proteger. Afinal, mesmo por defesa, foi assassinato.
— Senhorita Bianchi, espere aqui. Chamarei o Senhor Vincent.
Odete foi para fora do quarto trazendo consigo o patrão. Bianchi me encarou com pesar, observando o qual deplorável estava. Ele abotoou o terno, suspirando.
— Querida... Infelizmente, você terá que ir sozinha pela saída. Preciso manter as aparências para os convidados. — Desviei o olhar, sem responder.
— Tudo será resolvido. Não se preocupe, meu amor. — concluiu, saindo.
Ele demonstra frieza perante o acontecimento. Deve ter vivenciado problemas semelhantes; talvez seja o jeito de considerar a situação ou ainda não caiu na real.
Odete foi comigo ate a saída insistindo que estou a salvo, que as pessoas nos outros carros são amigos de Vincent, mas continua soando preocupante. Não posso dar o luxo de confiar em ninguém desse lugar; não após meu suposto segurança me atacar. Um deles pode estar esperando o momento certo. Então supliquei para Odete vir comigo no carro, e ela entendeu. O meu maior objetivo era fugir daquele pesadelo. Esquecer a pior noite da minha vida longe da visibilidade de todos.
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La famiglia Bianchi.
Любовные романыSophie Bianchi, adotada por um membro de uma das famílias mais renomadas da Itália, tem sua realidade confrontada quando sofre um atentado em uma festa de gala, ficando desconfiada de possíveis trabalhos ilícitos feitos por seus parentes. Ela tenta...