Capítulo um: Sonhos Acordados

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1936. Narrado por Clarisse

Os sonhos estavam lá, perseguindo  minhas noites mais profundas,  noites para mim não costumavam ser calmas, minhas noite eram de alguma forma agitadas, sonhos que eram quase reais, reais que me faziam cair da cama, que me faziam suar a cada movimento,  eram na verdade mais pesadelos do que sonhos, e quando tenho sonhos, não consigo lembrar deles,  só sei que tive sonhos quando acordo em minha cama a o invés do chão, o chão se tornara para mim, um parceiro indesejado, mas não vou discutir sobre o chão.
-Eu à ouvi gritar está tudo bem?- Lea me perguntou, uma companheira de cabana
- Estou bem obrigada, só tive um pesadelo- Expliquei levantando do chão
-Claro, pena que você só lembre de seus sonhos ruins
-Talvez não sejam bons, sejam tão ruins quanto os outros
-Acho difícil, pois nesses sonhos, eu quase ouço você rir
-Vou na vila, tenho que comprar roupas novas, as minhas estão rasgadas- Falei botando minha capa
-Só tome cuidado,  os guardas estão lá – Ela pediu
-Sempre
Caminhei doze quilômetros até chegar na vila, meus pés doiam por alguns instantes, eu não costumo caminhar tanto, logo que cheguei, senti algo sombrio por perto, eu senti o medo das pessoas se espalhar, eles estavam chegando, chegando divagar, eu ouvia o chão tremer, eu não queria ser vista, então corri até a loja, e rapidamente fechei a porta,  os tempos eram assim a cento e trinta e dois anos, quando o reino de Lorien perdeu a batalha contra o reino de Satt, a Batalha entre Reinos,  algo que entrou para a história,  a batalha que nunca parou de ser comentada,  mas também trouxe muito sofrimento a aqueles que não queriam aquele destino cruel, aqueles que não se juntavam a os ideais do Reino Satt, ou do rei Alexander Forest, eram torturados ou mortos, ou até um destino pior,  nunca tive esse azar, por me manter longe do rei.
-Todos estamos jovem Claire- Disse a vendedora me encarando
-Não estou com medo- Garanti, mas sabia que eu estava mentindo
- Medo é algo crucial para sabermos o que seremos
-Qual o  porquê de você estar me falando isso
-Porquê sinto  o quão você esta perdida em sua mente
-Só me entregue minhas roupas por favor
-Qual o  número?
-duzentos e quarenta
“Onde ela está?”- Eu perguntei
Era um sonho acordado, eu nunca tive um assim
“Cofre duzentos e quarenta”- Uma voz feminina respondeu
“Por que a trancaram lá? É apenas um cofre”- Era outra voz, mas de um garoto
“Só vamos...tira-la de lá”-  Sai na frente- “ E depois se dermos sorte, saímos vivos de lá”

O sonho então acabou, minha cabeça doeu um pouco, o que aconteceu naquele instante? Eu não sabia, não fazia muito sentido,  eu nunca sonhara acordado antes,  algo de certa forma me aguardava, mas eu não sabia bem o que era, eu apenas sabia disso.
-Você está bem garota?- A vendedora me segurou antes que eu caísse
-Eu estou bem, só fiquei tonta- Menti novamente-  Me de minhas roupas por favor, eu preciso ir para casa
Ela pegou as sacolas e me entregou, mas quando eu estava prestes a sair ela me segurou e sussurrou:
-O destino está te chamando, você  é a destinada a salvar a todos, você será o equilíbrio de tudo
-Eu realmente preciso ir- Eu sai correndo

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