Capítulo #0

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A minha felicidade caiu do céu.

Não, não é isso que está pensando, estou falando de uma planta, nem gosto de chuva.

Quando a encontrei caída no meio da rua...

Imagine tudo em câmera lenta, com aquela música romântica de fundo.

Certo, posso continuar agora.

Ela estava no meio da faixa de pedestres, o semáforo estava amarelo e muitos carros iriam esmagá-la.

Foi nesse momento que agi.

Usei uma barreira invisível, não permitindo que os carros passassem, ou seja, deu ruim.

Corri em direção aquela plantinha, a segurei em minhas mãos, senti suas raízes me segurando também.

Ela estava quase morrendo.

Nossa sorte é que logo em frente tinha uma floricultura. Entramos lá e os clientes olharam para mim como se eu fosse louca.

Cada pessoa tem sua loucura particular ok? Me respeitem. – Foi o que eu queria dizer. Mas pra quê? Deixe que pensem.

Peguei um vaso já com terra e a coloquei lá. De repente uma luz surgiu e iluminou todo o lugar.

Nesse momento só havia nós duas...

– Não sabia que as flores eram tão sensuais. – disse para ela, que pareceu sorrir com meu comentário.

– Nós criamos um laço de cor. Você aceita cuidar de mim para o resto da sua vida fútil?– Espera aí, minha vida não é fútil. Qual o problema dessa planta?

Nesse momento percebi...

COMO CONSEGUI ESCUTÁ-LA?

Nada disso faz sentido.

– Não querida planta, nem nos conhecemos, apenas te salvei, você que está me devendo. – Respondo. Enquanto isso as pessoas que estavam naquele local sumiram. Está tudo muito estranho.

– Pois bem, o que você quer? – Ela me pergunta.

O que eu quero?. Essa é fácil, uma casa própria, um emprego, dois papagaios de estimação, além de cristais.

Infelizmente não me sinto satisfeita em pedir tudo isso a uma pequena plantinha.

Então resolvi dizer.

– Quero que chova.

Sim, disse no início que não gosto de chuva, mas a coitada está precisando de água e não tenho nem um centavo para poder comprar um regador e matar sua sede.

– Ah, mera humana, não posso fazer isso, porém me leve a sua casa e irei pedir aos meus superiores.

Por mim....

– Tudo bem.

Mal sabia que essa era a pior resposta que poderia ter dado.

Quando finalmente chegamos na minha casa( perdi um rim para pagar um aluguel atrasado, acredita?) a planta simplesmente começou a balançar, não consegui segurá-la.

– QUAL O SEU PROBLEMA? – Perguntei gritando a plantinha.

– Preciso de água ou morrerei. – estava se acomodando no meio de minhas outras crianças.

– Boa tarde Gota, boa tarde Rosa, Boa tarde Cacto-que-ainda-não-nomeei, boa tarde crianças. – disse a minhas plantas enquanto ia buscar água da torneira.

Tudo resolvido.

– Você realmente quer chuva? – Senti a planta-que-caiu-do-céu perguntar a mim.

– Sim, um ótimo motivo para procrastinar assistindo televisão. – Respondi.

– Então teremos que fazer o acordo de cor.

– Já disse que não farei esse acordo com você.

– Mas estou na sua casa, só resta cuidar de mim...

Você já tem plantas de mais.

Não tem porque adotar outra.

Mas... Se já tenho muitas, porque não?

Estava decidida quando disse:

– Tudo bem, eu aceito.

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⏰ Última atualização: Jul 28, 2020 ⏰

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O dia em que me apaixonei por uma plantaOnde histórias criam vida. Descubra agora