Existem intermináveis tipos vícios, e várias maneiras de se tornar dependente de algo, os mais comuns são a álcool, drogas, trabalho e sexo. Eu também possuo um, mas o meu não é tão supérfluo, não mesmo. O meu tem nome e sobrenome, Louis Tomlinson. Me tornei adicto dele, vigio cada movimento, suspiro e até mesmo piscada. O meu novo passatempo.

    Com a vigia constante descobri que o grande detetive é gay, não que tenha me dado muito trabalho, o mesmo tinha um homem diferente a cada fim de semana. Sei também que ele não gosta de confeitos no donut de morango, do qual sempre come com um café amargo, ele acreditava que o amargor do café se equilibrava perfeitamente com a doçura do donut.

   Louis é extremamente peculiar, possui hábitos, costumes e preferências incomuns, ao mesmo tempo que tem "O diário de uma paixão" como filme favorito, que convenhamos é tão clichê.

  E agora depois de duas semanas de espionagem, colocarei meu plano em ação. As oito horas ele sai de casa e se direciona todos os dias a mesma cafeteria e fazia o mesmo pedido. E lá que se dará o pontapé inicial de tudo.

•Louis Tomlinson•

   Hoje sai mais cedo do que o usual e fui comprar meu café antes de ir para mais um dia de investigação, da qual não tive grandes avanços, afinal as pistas que eu tenho não me levam a lugar nenhum, só tenho andado em círculos, e também o assassino não ataca a dias, o que é tão preocupante quanto ele cometer os crimes. A única pista significativa é a descrição fornecida pela jovem.

  Passei tanto tempo divagando que mal percebi que tinha chegado a cafeteria, me sento na mesma mesa, a mais afastada possível e como é cedo tem poucas pessoas circulando. Jade, a garçonete, se aproxima para anotar meu pedido.

"Bom dia, querido. O que deseja?" diz sem nunca abandonar o sorriso.

"Bom dia, Jade. O de sempre."

  Ela anota e se retira. No mesmo momento o sino da porta toca, anunciando que alguém entrou na cafeteria. Como o belo curioso que sou, olho em direção a porta. Por ela passa um homem de grande porte, ele tem olhos verdes, cabelos castanhos e é tão alto. O primeiro pensamento é que ele é a perfeita descrição do assassino, mas essa ideia desaparece mais rápido do que chegou quando ele me lança um sorriso, um sorriso com covinhas. E não demora que ele e as covinhas se aproximem da minha mesa.

"Posso sentar aqui?" ele pergunta gentilmente. A voz dele é meio desconcertante, é tão rouca e bruta.

  Olho em volta e constato que existem várias mesas vazias, mas mesmo assim ele quis se sentar comigo. Estranho, mas mesmo assim assento e ele sentou na cadeira a minha frente.

   E eu juro por Deus que eu não queria, mas corei. Toda vez que um homem bonito fica muito perto isso acontece, eu não posso evitar e antes que eu estragasse tudo Jade volta com meu café e toma minha atenção e a do olhos verdes. Enquanto o meu olhar é de alívio, o dele diz "Saia daqui, você está atrapalhando.", e como ele não foi nada sútil, Jade logo se desculpou e saiu o mais rápido possível, me deixando sozinho com ele novamente.

"Achei que eu era o único que gostava dessa combinação." a voz dele está mais rouca que antes, isso é sequer possível?

"É muito bom." me limito a dizer.

   Bebo meu café, e ele segue cada movimento, e lá vamos nós de novo, maldita bochecha corada.

"Sim, realmente bom." deixa no ar e se vira para chamar Jade. Ele pede o mesmo que eu e finalmente quebro o silêncio incômodo.

"Vai me dá a honra de saber seu nome?"

   Ele me olha e respondeu sem quebrar nem por um segundo o contato visual e talvez eu tenha me sentido um pouco intimidado.

"Harry." curto e grosso.

"Harry." sussurrei testando como o nome soava em minha voz.

  Mas não tive muito tempo para degustar o nome em minha boca, logo meu celular toca e mais uma vez o trabalho chama. Ao que parece o assassino voltou das férias. Me levanto, deixo dinheiro na mesa e me despeço rapidamente de Harry. E lá vou eu, a mais uma cena de crime.

•Harry Styles•

   Antes de me encontrar com Louis, mandei mais um ser desprezível para o inferno. Um traficante de crianças, um nojento. Eu não sou uma pessoa ética, mas nada vai mais contra um dos meus únicos princípios do que maltratar ou mexer com crianças, ou com mulheres inocentes. Se não quer enfrentar minha ira, não os faça ou faça e desperte o pior de mim, o meu lado mais sombrio.

   Sabe, a primeira vez que me livrei de um verme foi as 12 anos e nunca tinha me sentido tão revigorado, me sentido tão vivo e o ar pareci até mais leve. Incrível, não? Talvez por se tratar de vingar a morte de minha mãe tenha deixado tudo melhor, não me arrependo nem um um milésimo de segundo, foi a melhor coisa que já fiz.

   Depois da primeira vez parar foi impossível. Já matei muitas pessoas, ou devo dizer vermes? Não faz diferença. Desde maridos abusivos a traficantes poderosos, nenhum foi páreo para mim. E assim como não me arrependi no primeiro, também não o fiz no que se sucederam. Afinal, nada melhor do que deixar o mundo um lugar menos caótico.

   Mas chega de divagar.

   Louis saiu apressado e eu já imaginei onde deveria estar indo.

   Surpresa, menos um lixo no mundo. Voltei a ativa.

   E não querendo perder a reação dele fui para o local do crime também, decidi que quero ver de perto, novamente, a minha mais nova obra de arte e o meu mais novo vício em ação, tentando entrar em minha cabeça, entender o meu jogo e  não chegando nem perto. E dessa vez deixei mais um dos meus joguinhos no cadáver, mas para o detetive Malik, e mal consigo me conter de animação ao imaginar a reação dele, espero que seja puro medo ou pavor. Será espetacular, completamente hilário.

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