Adrift (LP)

❖ Capítulo 4 - Parte I ❖ ☑

Capítulo 4 - Parte I

Ponto de vista » Claire

          - Sim, eu trabalho. Estou neste momento a servir ao balcão num café Starbucks. - informei-o.

          - Hum... Qual deles? - ao ouvir aquilo soltei um sorriso e a ele também. Porque o que não falta em Londres são cafés Starbucks, é praticamente um em cada esquina sem exagerar.

          - Localiza-se junto à Catedral de São Paulo.

          - Ah, sei qual é. Por acaso nunca lá foi, apenas passei lá. Gostas?

          - Não trabalho há muito tempo, portanto ainda não entrei na rotina e não tenho uma opinião formada. Mas tenho gostado, o mais complicado é comunicar com alguns turistas que passam lá. - lembrei-me de alguns turistas que entravam em pânico a falar em inglês. - O que me vale é o básico que aprendi de francês e espanhol.

          - É normal, turistas aqui não faltam. E junto de um local turístico ainda aumenta as probabilidades de ter turistas. Bem, vou fazer o jantar, queres ajudar-me? - propôs enquanto se levantava e aquecia as mãos roçando-as pelas calças de ganga.

          - Sim, eu ajudo-te. - acompanhei-o até à cozinha.

[...]

Duas semanas passaram...

          Após o funeral da minha avó. Eu voltei ao trabalho, e até, me estava a fazer bem. Percebi que ainda há pessoas bondosas, uma delas era o meu colega de trabalho, o Niall. Ele era um coração de ouro, sem dúvida. Assim como, a Megan e o Liam por receber uma desconhecida em casa, não é propriamente muito normal na sociedade de hoje em dia. 

          No entanto, o Liam andava diferente desde o funeral da minha avó, mal o vejo. Será que me está a evitar? Às vezes, ainda o vejo no pequeno almoço ou ao jantar, mas é raro. Eu bem tento tirá-lo do meu pensamento, mas começa a ser difícil. Parece que necessito de estar perto dele para me sentir melhor. Isto será normal? Megan faz-me companhia, por isso - não, não é normal. Se bem que com ela ainda não consigo falar muito, especialmente sobre o que aconteceu.

          Hoje, era sexta-feira e amanhã seria o meu dia de folga. Eu e a Meg jantamos juntas, ela quando terminou dirigiu-se para o seu quarto para fazer um trabalho para a faculdade, e eu, depois de lavar e arrumar a louça do jantar, sentei-me no sofá a assistir a um filme que estava a passar na televisão, o sono estava a afetar-me e não estava com forças para sair do sofá. Então, simplesmente estendi-me nele, coloquei o cobertor sobre mim e não demorou muito para os meus olhos serem vencidos pelo sono.

          Estava no meio do fogo. Eu via tudo enevoado devido ao fumo que era libertado pelas chamas, mas ao fundo deste, uma figura começava a ser visível e caminhava na minha direção. Era o Liam, ele aproximava-se de mim lentamente e eu começava a ficar nervosa e com dificuldade em respirar.

          - Liam? - perguntei para certificar-me que ele estava mesmo ali.

          Ele não me respondeu, quando chegou perto de mim agarrou-me na mão. Os nossos dedos cruzaram-se, e de repente, pegaram fogo e ele começou a arde à minha frente ficando em cinzas.

          - Liam! Liam! - eu gritei aflita e em desespero.

          - Claire! Acorda, eu estou aqui! - abri os meus olhos e encarei Liam a olhar para mim muito preocupado e confuso.

          Eu estava a chorar e tinha transpirado por causa daquele pesadelo. A imagem de ele a arder perante os meus olhos deixou-me transtornada. Será que todos os que eu toco vai arder? Não, por favor, isto está a dar cabo de mim!

          - Tiveste um pesadelo? - ele perguntou limpando as minhas lágrimas com os dedos, eu apenas assenti com a cabeça. - Eu entrava nele? - voltei a repetir o gesto anterior, mas desta vez chorei mais.

          Ele envolveu-me nos seus braços. Senti-me tão segura ali, o perfume dele acalmava-me. As três noites que dormi com a T-shirt que ele me emprestou tiveram o mesmo efeito, desde que comecei a usar o pijama que comprei voltei a ter insônias. Não me lembrava dos sonhos como aconteceu com este, no entanto, não conseguia voltar a dormir. Houve dias em que ia trabalhar com apenas três ou quatro horas de sono.

          - Liam... podes deitar-te aqui comigo? - perguntei envergonhada. No que eu estava a pensar?

          - Tens a certeza? - Liam olhou surpreendido para mim.

          - Sim... - murmurei receosa com a resposta que ele ia dar.

          Ele não deu nenhuma resposta, apenas retirou o casaco de couro que tinha vestido e deitou-se junto de mim. No início achei um pouco constrangedor e notei que ele também achava, mas depois virei de frente para ele e encolhi-me sobre o seu peito, hum... musculado. Tomei uma respiração profunda e o cheiro dele embalou-me de tal forma que o sono voltou e eu adormeci ao som dos batimentos do seu coração. Aquilo era melhor do que dormir com a T-shirt dele, isso nem era contestável sequer.

          Acordei com o barulho de uma porta a bater, o Liam já não estava mais ali. 

          Ele fazia-me bem e não me lembro de ter dormido tão bem como dormi esta noite. Levantei-me com algum custo, doía-me as costas o que era normal depois de dormir num sofá. Tinha de tomar um duche e vestir-me.

          Dirigiu-me ao meu quarto temporário, peguei na toalha e caminhei até à casa de banho. Assim que abri a porta, paralisei. Deparei-me com Liam em tronco nu apenas com uma toalha enrolada na cintura.

          - Desculpa. - murmurei envergonhada. 

          Aposto que estou vermelha como um tomate! Qual é o truque para evitar ficar vermelha, mesmo? Ah, sim! Peixe podre... Mas não estava a resultar, aquele corpo só me dava vontade de tocar. Raios!

          - Não tem mal. - disse e deu-me um sorriso tímido. - Podes vir, eu já estou de saída. - passou por mim, eu contive a respiração e o meu olhar seguia o seu até ele se virar para o quarto dele.

          Fechei a porta, encostei-me a ela e voltei a respirar. 

          O que foi aquilo?

Continua...

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Olá meninas! Obrigada pelos votos e comentários :3 Espero que tenham gostado deste capítulo! hehe Estou cá com uma inveja da Claire, que não me faz bem xD e vocês? Primeiro dorme com ele e depois vê-o naquelas figuras, oh minha nossa! Beijinhos