❖ Capítulo 1 ❖ ☑

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[ ATENÇÃO: Não façam isto em casa! E, certifica-te que tens lenços perto de ti! ^^' ]

Capítulo 1

Tempos atuais...

Ponto de vista » Claire

          Mais um dia de trabalho que chegou ao fim, finalmente, estou com umas dores nos pés que não desejo a ninguém. Mas é normal, passei o dia todo em pé sem pausa e estou no início. Só espero que daqui a um tempo o meu corpo esteja habituado a este ritmo, senão isto vai dar cabo de mim definitivamente. Caminhei até a porta de minha casa, eram sete horas tinha mais uma tarefa, fazer o jantar para mim e para a minha avó.

          - Avó, cheguei. Vou tratar do jantar! - gritei para que ela soubesse que eu tinha chegado e que ia tratar do jantar.

          Não obtive resposta. Ela devia estar a dormir, o que é normal para uma pessoa de 79 anos. Ainda por cima estava um frio de rachar, mesmo em casa uma pessoa corre o risco de ficar constipada ou pior, basta apanhar uma daquelas corrente gelada que arrepiam a espinha.

          Ora bem, tinha que começar a fazer o jantar. Fui ao frigorífico, tinha meio frango. Ótimo! Vou fazer um arroz de frango. Após ter estufado a cebola e o frango, juntei água e o arroz. Daqui a nada estava pronto, só faltava pôr a mesa. Assim feito, enquanto a panela estava no lume restava ir acordar a minha avó.

          - Avó, acorde! - resmunguei docemente ao entrar no seu quarto.

          De repente, senti um ar frio que me fez arrepiar. Aproximei-me da minha avó e ... NÃOOO!

          - Avó! Não me deixe, por favor! - Implorei entre soluços junto ao seu corpo frio. - O que eu vou fazer... - as minhas lágrimas eram cada vez mais gordas. - Não, não. Isto não pode estar a acontecer novamente! Não, por favor!

          Senti uma dor tão forte no meu peito. Só me apetecia gritar o mais alto possível, mas só conseguia libertar gemidos de dor, como se não conseguisse respirar e estivesse a ser torturada. Eu sou uma má pessoa!? Porque todos os que eu amo me deixam!? Doí tanto, tanto... A minha mãe... o meu pai... o meu avô... E agora, a minha avó! Todas as pessoas que eu amava já não estavam mais aqui! O que há para mim agora!? Só quero que isto pare, eu não consigo mais... Outra vez não!

          Deitei-me junto do corpo da minha avó sem parar de chorar, quando já não tinha mais água no meu corpo levantei-me e caminhei até ao hall onde estava a figura da Nossa Senhora. Derrubei a estátua revoltada, junto dela estava uma vela acesa que com o movimento caí sobre a cortina e tudo começou a arder. Eu devia apagar, mas não o vou fazer. Esta é a minha escolha, eu não vou viver mais. Eu não consigo! Eu ia arder agora junto com todas as recordações de tudo o que eu mais amei.

          Virei costas e voltei para junto da minha avó. Mesmo sentindo o cheiro a fumo, adormeci ao lado dela. Este era o melhor fim para mim.


Ponto de vista » Liam

          Entrei dentro do carro de bombeiros, havia uma ocorrência e pelo que parece havia vidas em risco. Assim que chegamos ao local, vimos a casa com um grau elevado de destruição.

          - Liam, ajuda-me aqui com a mangueira. Temos de apagar antes que afete outras casa! - gritou Harry, o meu melhor amigo.

          - Mas há vidas lá dentro! - protestei.

          - O chefe disse que é tarde de mais para elas! - respondeu.

          Eu não podia ficar simplesmente ali, sentia que tinha que salvar quem estava lá dentro. Eu sabia bem que eu me ia arrepender se não entrasse ali. Esquecendo as ordens do meu chefe, e não dando ouvido ao Harry que gritava para eu não entrar. Eu não hesitei em entrar naquela casa que estava a ser devorada pelo fogo.

          Caminhei pelas divisões à procura das pessoas. De repente ouviu alguém a tossir e segui o som. Deparei-me com duas figuras numa cama, aproximei-me e vi que era a rapariga que estava a tossir. Tinha uma senhora de idade ali também, mas ao pegar no seu pulso apercebi-me que já era tarde de mais para ela. Depois voltei a olhar para a rapariga, ela era bonita. Peguei nela e caminhei para a saída.

          - Não me salves... - murmurou ela, antes de chegarmos junto aos meus colegas.

          - O quê? - perguntei confuso com as palavras dela.

           Ela não respondeu, e pelo que me pareceu, ela tinha ficado inconsciente.

          - És doido, meu!? - exclamou Harry olhando surpreendido para mim. - Podias ter morrido!

          - Não interessa, ao menos salvei-a. - ignorei-o e caminhei com ela nos meus braços até à ambulância.

Continua...




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