(Des)acredite

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Chapter 5

Jo Yuri

Não sinto nada. 

Meu corpo está dormente, e uma sensação incessante de frio queima sob minha pele. Tento esticar meu braço e alcançar a silhueta, mas falho. Respiro fundo, aponto meu braço em direção a silhueta. Chego perto, mas, ao fechar meu punho para agarrá-la, meu braço se retrai e permanece imóvel. A sensação sob minha pele aumenta. É insuportável. Grito pelo nome de Yena, mas minha voz é inaudível. Tudo permanece silencioso. 

Me entrego a silenciosa escuridão. Eu sigo caindo. É como se, independentemente do que faça, nada mudará. Fecho os olhos. Minha mente está repleta de questionamentos. 

Subitamente, sinto luz. Um feixe dourado de luz invade a queda livre. Abro os olhos e olho ao meu lado: Yena é de fato a silhueta. Com força vinda do além, recupero o movimento de meu braço e estico-o novamente em direção a garota. Consigo alcança-la, segurando forte em seu ombros. Em milésimos, sua figura se torna uma névoa azulada, dissipando-se no ar. Entro em pânico. Estou sozinha. Sinto o gelo sob minha pele aumentar, como se congelasse meu interior. Fico os olhos.

Estou caindo e imóvel, incapaz de mudar o rumo e meu próprio destino.


 - Yuri! — Uma mão quente toca em minha pele fria, gerando arrepios por minha extensão. É a voz de Yena gritando por meu nome, que entra em meus ouvidos como um relâmpago.

Abro meus olhos lentamente. Não me movimento na mesma agilidade da chamada de Yena. Minha pele está fria, e a palidez toma conta de meu corpo. Movimento minha mão a frente de meu rosto, logo notando as inúmeras gotículas de água no local, as quais se assemelham ao suor. Volto meu olhar a direita e logo me deparo com a figura perplexa de Yena.

 - Yuri... — Ela dá uma pausa. — Você está bem? — Ela pausa novamente, e eu sigo encarando-a. — Desculpa, pergunta besta minha. Não soube como agir... — Yena entrelaça sua mão a minha, como se buscasse passar conforto e confiança. — Eu chamava por você, mas... mas você não acordava de jeito algum. Você começou a ficar pálida e a suar, e eu entrei em pânico... Não sabia o que fazer, apenas segui chamando pelo seu nome e torcendo que você reagisse, mas nada acontecia... — Ela diz muito rápido, embolando-se na pronúncia de algumas palavras.

 -  Tudo bem. — Digo, então apertando sua mão com força contra a minha, por mais que sinta na pele que não está. — Estou aqui. — Dou um sorriso não tão forte, nem tão fraco. 


Rapidamente, olho ao meu redor. Me encontro deitada em uma cama. Há uma poltrona amarela no local, as paredes são brancas, assim como o armário, e uma prateleira verde se encontra na parede. Me assunto, sinto um aperto no peito.


 - Certeza que está tudo bem? — Diz Yena desentrelaçando nossas mãos e levando a sua até minha testa.

Ignoro sua fala de início. Estou no quarto de Yena, o qual é exatamente igual ao que estava momentos atrás... Mais perguntas enchem minha mente. Tudo aquilo foi um sonho? Se foi um sonho, por que não me recordo do modo em que cheguei a seu quarto? Por que estou neste quarto?


 - Sim. —Respondo após me indagar por certo tempo.  — Esse é seu quarto? — Me sento na cama, e Yena logo levanta, ficando em frente a mim.

 - Certo! — Ela responde pondo o típico sorriso no rosto, então se sentando ao meu lado.

 - Como parei em sua cama? — Pergunto sem considerar ou até mesmo ponderar sobre as circunstâncias e consequências da pergunta.

 - Hm... — Ela dá uma pausa. — Por que pergunta? — Encaro-a no olho, e ela logo começa a movimentar os lábios. — Após o bingo, disse a você que precisávamos conversar, então te trouxe até aqui. Ao chegar, você me disse que não estava se sentindo bem, e eu pedi que você se acomodasse em minha cama. — Ela pausa novamente, mudando seu olhar para o chão. — No início você foi relutante, depois se sentou na cama e fechou os olhos. Me sentei na poltrona e fiquei alerta... De repente, você caiu... — Sinto a tensão em suas palavras. — Disparei em sua direção, e vi que você estava desacordada e suando frio. Comecei a chamar seu nome, mas nada acontecia... — A tensão em sua fala aumenta, e eu coloco minha mão eu sua coxa procurando confortá-la.

Garden Of Glass | YulyenOnde histórias criam vida. Descubra agora