O decreto

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( Temari on )

Eu fiquei olhando para ele na minha frente e empinei meu nariz.
_ Shikamaru._ ele tocou a aba do chapéu.
_ Você me seguiu até aqui?_ ele girava o chapéu na mão e olhou para o córrego.
_ Eu venho aqui as vezes._ fiquei lhe olhando sem falar nada e ele suspirou.
_ Eu vi você vindo também._ levantei a sombrancelha.
_ Por que?_ sei que ele entendeu a minha pergunta já que bufou irritado.
_ E você ainda pergunta? Foram seis anos sem nós ver Tema._ eu sacudi meu cabelo olhando para as águas cálidas.
_ Então veio me dar as boas vindas?_ eu o questionei calma.
_ Não... Quero dizer sim. Lamento por sua mãe. Ela era especial Tema._ fiquei me perguntando o que esse "especial" dele significa.
_ Obrigada._ eu respondi baixo. Ele se aproximou de mim. E eu vi algo nos seus olhos.
_ Como ela morreu?_ ele tinha uma voz suave para mim. Ele sabe falar com as pessoas sobre assuntos desagradáveis.
_ Ataque do coração. Ao menos foi o que o médico disse. Ela perdeu os sentidos sentada em uma cadeira de balanço._ ele tinha um olhar de compreensão para mim.
_ Deve ter sido muito difícil para você._ eu suspirei pesadamente.
_ Está sendo Shikamaru._ ele se mexeu desconfortável.
_ Bem é sobre isso que eu quero conversar com você. Não quer sentar?_ ele apontou para a "nossa pedra".
_ Estou bem de pé mesmo._ olhei outra vez para as águas do córrego imaginando se caiu uma nevasca forte para está tão cheio quase transbordando.
_ Temari._ eu o olhei e ele veio para perto de mim. Eu senti sua mão no meu ombro e sua respiração na minha nuca. Fiquei arrepiada com a proximidade. Preciso lhe afastar.
_ Eu vou reabrir o bar Shika. Era sobre isso que você queria falar? Acha que não devo?_ eu perguntei sem me voltar para ele. Ele veio para a minha frente e seu rosto estava duro.
_ Tema, você está procurando encrenca e sabe disso. Lembre-se de tudo que a Sra Karura passou nesta cidade. Você pode ter outra vida. É jovem... e bonita._ eu fiquei olhando para ele sem crer no que ouvi. Ele se moveu e se aproximou ainda mais de mim.
_ Você deveria pensar em casar e ter uma família._ sua voz agora era grave e rouca.
_ Talvez eu trate disso algum dia. Mas no momento meu bar é mais importante. Era o meu sonho e mamãe. Trabalhamos muito durante todos esses anos para isso._ eu respondi de forma rápida e séria.
_ Acontece que a população não quer o bar reaberto Temari._ estou ficando irritada.
_ Veremos xerife._ eu ainda o encarava de frente sem medo.
_ Tema ,ouça-me. O concelho municipal baixou um novo decreto na cidade a algum tempo proibindo a abertura de novos estabelecimento aqui em Konoha sem a aprovação de suas representantes. O concelho nunca aprovará._ eu cruzei os braços com raiva agora.
_ Está dizendo que não posso reabrir o meu bar?!_ perguntei e afirmei ao mesmo tempo.
_ Exatamente Tema, e se você pretende mesmo ficar aqui eu indico que procure outra ocupação. Talvez a chapelaria da Sra Shiho. Ela já tem idade e já mencionou que queria vender..._ eu nem deixei ele terminar de falar e cai na gargalhada acho que isso aliviou a tensão entre nós já que ela me olhou diferente.
_ Shikamaru Nara, você não pode estar falando sério! Acha mesmo que eu consigo passar meus dias colocando penas de pavão em boinas e gorros?_ ele ficou bem desconfortável com isso.
_ Foi só uma sugestão Tema._ levantei a sombrancelha para ele.
_ E foi recusada. Até parece que não me conhece._ ele já estava ficando com raiva e eu também.
_ Está bem Sabaku mas você tem poucas opções. Talvez devesse voltar para Suna._ eu dei meia volta e fiquei olhando para as águas imaginando se deveria joga-lo nela.  Depois me recompus como já fiz tantas vezes na vida e olhei friamente para ele.
_ Aqui é meu lar e eu vou ficar._ ele não me respondeu e só deu as costas saindo para longe de mim e eu respirei fundo tentando não deixar que as lágrimas caíssem. Eu fiz a promessa de nunca mais chorar por ele e irei cumprir. Eu fiquei ainda olhando para o córrego e acabei sentando na rocha. Mas quer saber chega disso. Eu voltei para a cidade e fui comer algo. Eu nem sabia que estava tão faminta. Depois fui me refrescar e depois fui atrás do xerife Nara. Eu caminhava rumo a delegacia e fiquei olhando para a frente mas parecia está vazia.
_ Se a senhorita está procurando o xerife Nara ele não está._ eu girei nos calcanhares e olhei para o belo homem na minha frente. Muito belo mesmo. Cabelo preto e comprido descendo por suas costas preso em uma tira de couro marrom. Uau. Encantador.
_ Sou Itachi Uchiha um dos sócios._ ele apontou para a placa.
_ Olá. Muito prazer sou Temari no Sabaku._ ele estendeu a mão em um aperto amigável.
_ Muito prazer Srta Temari. É nova por aqui?_ eu sorri com sua pergunta.
_ Não. Eu morei aqui a alguns anos atrás. Mas estou procurando o xerife Nara._ ele me olhou e depois para a delegacia.
_ Como eu já falei ele não está. Nunca fica no período da tarde a menos que tenha algum preso. Parece que não tem nenhum desde que compramos a cocheira há mais de seis meses. Está cidade é bem tranquila._ eu concordei imaginando se o Itachi Uchiha sabia do que está falando. O antigo xerife vivia prendendo arruaceiros semana sim, semana não.
_ Porém se for mesmo importante você pode ir na casa dele é aquela branca com cortinas azuis na janela._ eu não acredito nisso. Era só a três casadas da que eu aluguei para a minha mudança. Porcaria.
_ Estou vendo. Muito obrigada._ eu sorri para não mostra meus dentes de raiva.
_ Foi um prazer conhecê-la. Talvez tenhamos a oportunidade de conversar mais em breve Srta Temari._ não tem porque não fazer amigos.
_ Seria ótimo Sr Uchiha._ eu me despedir e saí caminhando rumo a casa dele. A cada passo eu me sentia mais confiante do que deveria fazer. Parei na sua porta e bati. Não demorou nem dez segundos e a porta foi escancarada por uma criança que sorria para mim.
_ Sayuri eu já disse para não abrir a porta assim. Papai precisa ver antes quem é..._ ele se calou quando me viu. Eu fiquei olhando para os dois sem falar nada.
_ Papai quem é essa moça? Ela é bonita._ ele saiu do transe em que estava e pegou a menina no colo. Eu olhava sem saber o que fazer. Girei nos calcanhares para ir embora.
_ Temari espera._ eu parei e respondi sem lhe olhar
_ Não devia ter vindo._ tentei explicar mas a voz não queria sair.
_ Mas já que veio..._ ele estava esperando eu falar.
_ Eu vou embora._ eu já estava quase na calçada quando ouvi sua voz outra vez.
_ Não vá._ era quase uma súplica. Eu fechei os olhos e abri outra vez e voltei.
_ Entre._ ele abriu mais a porta e falou algo no ouvido da menina que correu para dentro da casa. Meu coração está para sair pela boca.
_ Não quer sentar?_ ele apontou para uma poltrona atrás de mim. E eu neguei com a cabeça. Eu apertava minha bolsinha com força.
_ Acho que você não soube o que aconteceu com o Ensui. Pensei em escrever para você mas na época era difícil de aceitar que ele havia mesmo partido e que eu não o veria mais. Além disso suas cartas haviam cessado. Imaginei que quisesse seguir sua vida sem laços com o passado._ meu coração agora estava saindo pela boca. Eu realmente deixei de lhe escrever quando soube que ele havia se tornado xerife. Era doloroso saber que ele estava tocando a vida sem mim.
_ Eu não sabia que Ensui havia falecido. Eu sinto muito._ eu realmente sentia ele era a única família do Shika.
_ Sayuri é filha dele. Eu a estou criando como se fosse minha._ eu sou uma egoísta eu sei. Mas fiquei aliviada ao saber que ele não casou.
_ E a mãe dela?_ perguntei sem qualquer pretensão.
_ Morreu também. A três anos atrás uma gangue varreu a cidade causando estragos e invadindo casas. Entraram na do Ensui e mataram sua esposa e ele foi atrás deles e eu atrás do meu irmão. Foi logo depois de eu me tornar xerife. Eu o encontrei já morrendo. Ele me fez prometer que cuidaria de sua filha. Mas ele nem precisaria pedir. Ela é minha única família e eu a dela._ eu só acenti concordando. Eu não pude falar nada já que alguém bateu na porta.
_ Com licença Tema._ ele foi abrir a porta e logo estava de volta e meu coração falhou uma batida. Era Izumi que estava ao seu lado.
_ Olá Temari no Sabaku. A quanto tempo. Soube que estava de volta a cidade._ ela sorria graciosa para mim.
_ Olá Izumi._ depois disso eu fui esquecida. Ela se pendurou no ombro dele.
_ Izumi voltou agora também de viagem. Estava estudando fora._ ela estava quase deitada sobre ele e eu me sentindo enjoada.
_ Sim, voltei a pouco. Passei alguns anos com alguns parentes na França. Mas agora voltei para ficar. Aliás foi para isso que eu vim._ ela agora passava a mão no rosto dele e eu não quero ver isso. Não mesmo. Ela ficou de costas para mim.
_ Eu e papai adoramos o jantar que tivemos semana passada e por isso ele me pediu para te convidar. O que acha de amanhã?_ ela ronronando como um gato. Eu revirei os olhos e saí andando rumo a porta.
_ Temari espera._ ele se soltou dela e correu até mim.
_ Vou deixá-los fazendo seus planos._ ela me olhava de onde o Shika a deixou.
_ Foi um prazer revê-la querida._ ela não me parecia falsa.
_ Adeus Izumi. E Shikamaru eu preciso de uma cópia do decreto por favor não esqueça. Estarei na casa dos Sarutobi que eu aluguei._ ele fechou a cara para mim como aconteceu mais cedo.
_ Você a terá._ e assim eu saí da casa dele com meu coração quebrado mais uma vez.

                           ( Temari off )

                           ( Shikamaru on )

Ver a Tema na minha frente me enfrentando onde muitas vezes fomos brincar e conversar sobre tudo me deixou com uma mistura de sentimentos. Eu queria lhe proteger e acabei lhe mandando embora da cidade quando na verdade eu a queria nos meus braços. Mas ela me deixa maluco com toda a sua teimosia. Eu saí de perto dela para não lhe sacudir mas ela apareceu na minha porta me pegando desprevenido. E foi como se o mundo brilhasse para mim outra vez. Ela é linda demais. E eu penso nela demais. Mais até do que seria sensato pensar. Eu lhe expliquei quem é a minha filha e porque eu tenho uma filha ainda solteiro. Não queria que pensasse outra coisa além da verdade. Dispensei Izumi menos de cinco minutos depois que Temari saiu. Não tenho cabeça para lidar com ela agora. Sei que ela é rica de boa família educada fora. Mas ainda não sei. Eu estava olhando para a minha pequena na mesa tomando seu café da manhã ou tentando.
_ Coma mocinha._ a Sra Hanuze chamava a atenção de minha filha.
_ Não gosto de aveia._ eu suspirei baixinho. Sempre era a assim.
_ Sayuri só duas colheradas pelo papai meu bem._ ela encheu as bochechas de ar e eu quis rir. Mas não farei isso.
_ Está bem papai só um pouquinho._ eu sorri para ela que logo estava comendo por vontade própria. Eu tomei meu café e fui para a porta para ir trabalhar. A Sra Hanuze veio até mim.
_ Você precisa ter mais pulso com ela xerife assim você não a educa._ eu peguei meu chapéu ouvido suas palavras.
_ Eu estou indo para o trabalho._ eu recebi um olhar fulminante que me assustou.
_ Essa menina precisa de uma mãe e você de uma esposa._ ela saiu da sala e eu segui meu caminho. Mas suas palavras estavam na minha cabeça. Mas na minha cabeça só vinha ela. Temari estava na minha mente desde que a vi caminhar pelas ruas. Será que ela concordaria em ser a mãe de Sayuri? Eu sacudi a minha cabeça com o pensamento. Eu tenho minhas dúvidas, Tema é bem indomável. Não a vejo como esposa e mãe ainda mais se insistia em ter um bar. Eu prometi ao meu irmão que cuidaria de sua filha da maneira mais apropriada. Se algum dia eu casar teria que ser com uma moça como a Izumi mas meu sangue ferve pela Temari. Mas por que não foi a imagem da filha do banqueiro que me veio a cabeça quando pensei em casamento? Por que ainda não cedi as insinuações dela? Meu Kami eu sei porque. Era ela. Eu entrei na delegacia e vi o Naruto lá. Nos tornamos amigos e ele é de minha confiança.
_ Bom dia Naruto._ ele levantou a cabeça e me olhou.
_ Bom dia Shikamaru. Fiquei sabendo que sua amiga voltou. Eu a vi conversando com um dos irmãos Uchiha ontem a tarde. Ela está muito bonita. Desta vez pretende lhe propor compromisso?_ eu me espantei com suas palavras. E não gostei de saber que ela estava falando com outro homem e solteiro.
_ Naruto eu não tenho nada com ela. Eu e Tema somos amigos só isso._ ele levantou da cadeira e me olhou.
_ Sei. Bem vou dar uma volta na cidade já volto._ eu comecei a rir ele estava indo até o armazém dos Hyuuga.
_ Você deveria convidar a Hinata Hyuuga para sair Naruto. Ir ao armazém só para comprar café para a delegacia não é desculpa._ ele sacudiu a cabeça e saiu da delegacia. Eu peguei a cópia do decreto para levar para ela e só de saber que eu a verei outra vez meu coração acelera. Eu trabalhei na parte da manhã mas minha cabeça estava na Tema. Na parte da tarde eu saí da delegacia e fui até a casa dos Sarutobi onde ela disse que estaria. Estou preparando meu espírito para lhe ver e lhe enfrentar outra vez. Eu estava na porta respirando fundo quando ouvi um grito e medo e invadi a casa com tudo e ela estava pendurada em um candelabro e a escada no chão eu corri e a peguei antes que caísse no chão e se machucasse. Ela me olhou assustada e ofegante.
_ Shika..._ ela falou baixinho e assustada.
_ Tema..._ eu falei rouco devido ao contato de nossos corpos. Seus seios precionando meu peito e eu lhe abracei mais forte lhe fazendo ela sentir como o meu coração estava acelerado e eu senti o dela também.
_ Não deveria ter subido nessa coisa._ eu falei olhando para a sua boca e expressão. Suas pupilas estavam dilatadas e ela estava com a guarda baixa. Coisa que só acontecia quando ela era pega desprevenida. Mas isso está sendo demais para mim. Eu preciso...
_ Tema..._ ela umideceu os lábios e eu a beijei



continua...

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