Capítulo 13- O pacto do mundo interior

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Era preciso unir forças.

Depois do desastre com a ponte, o mundo interior mais que nunca afirmou seu pacto de união por dias melhores e por sonhos realizados.

O cachorro branco fantasma, prometeu não levar ninguém do mundo interior, morte mesmo só se fosse vinda do mundo exterior, pois eles também tinham um representante da vida e da morte por lá.

O mundo dos lobos guiaria os ouvidos do velho homem caso ele precisasse para poder seguir nos caminhos de tempestade em busca da resposta escondida no mundo contrário.

E o velho homem partiu, cansado pelo peso dos anos em suas costas, decidiu que seguiria sua missão até ao fim, lembrava-se das mulheres sábias terem cochichado aos seus ouvidos com a voz do trovão:

_ "Use seus conhecimentos de homem que vive há muito tempo..."

E lá se foi o homem, ainda que precisasse correr como uma criança que aprende seus primeiros passos, precisava medir suas atitudes e seus passos, como homem que aprendeu que o que se faz bem feito não precisa ser refeito.

Uma enorme tempestade o cercou repentinamente, a Mãe Natureza pediu-lhe desculpas:

_ Não posso evitar, pois o que mais tente, estou descontrolada pelas ações do homem, a poluição, as queimadas da terra, estou sufocada e não posso respirar com a naturalidade que tinha.

E um raio enorme caiu rasgando o véu do tempo, e o velho homem enxergou quem era o causador de tudo aquilo, era o homem do mundo exterior, que se dividia em muitos homens, mulheres e crianças, uns com poder outros não.

E uma brisa fresca apareceu e logo o sol brilhou no céu do mundo interior.

A árvore dos mundos era enorme, mas agora o velho homem viu que ela inclinara para um lado, agora, seria questão de tempo para ela tombar, precisaria correr, mas correr no mundo contrário significaria andar devagar, sem pressa.

E por três primaveras e quatro verões o homem esteve dentro do mundo contrário, sem ter noção do tempo, pegou de seu bolso um relógio parado, marcando dia e hora e o lançou no chão daquele mundo ao avesso e o mundo ao contrário se dissipou como fumaça no ar.

E então agora só restavam:

O cachorro branco fantasma- mundo 1: vida e morte

A mãe natureza- mundo 5

O mundo dos lobos- mundo 6

Era contudo necessário que aquele homem tivesse audácia ou inteligência suficiente, senão ambas, para poder encontrar uma forma de subir ao mundo exterior e encontrar dentro os homens um que fosse capaz de dar continuidade a luta para restaurar a vida na Terra; alguém que soubesse ouvir mais ao invés de falar. Com humildade para ouvir e aprender com um homem de cabelos brancos e ainda com coragem de um lutador para não deixar o barco da vida na Terra afundar-se no mar de lodo da ignorância humana ou na falta de compromisso com a vida, com a natureza, com as águas, com o conjunto de fauna e flora, com o universo de amor deixado por Deus e destruído pelo homem.

Talvez lá no fundo daquele mundo interior, os homens procurassem ainda culpados por tantas desgraças na Terra sem se enxergarem no espelho de sua arrogância, ou nem mesmo soubesse sobre Deus, sobre o sopro da vida, sobre o amor de um Espírito que nos deu um mundo pleno de belezas onde tudo funcionava perfeitamente e em harmonia até ser invadido por uma inveja humana, mesquinha, insaciável, capaz de nos levar a ruina total, mas será que esse homem, último da espécie humana a se importar no mundo interior encontraria a tempo uma pessoa capaz de plantar sua semente de luta pelo planeta e regar esta semente até ela florir e exibir seus frutos aos homens insensíveis?

Um vento forte anunciou umachuva de granizo, era preciso se apressar, era preciso acreditar e mover seuspassos rumo a uma última tentativa de sobrevivência.

A lenda da árvore dos  mundosWhere stories live. Discover now