Viver Por Ele

Ele só precisa de tempo...

Deimos andava pela casa extremamente preocupado com Marte. O jovem sempre foi muito neutro, espressar sentimentos não era muito comum para ele, porém o nervosismo era tanto que mal conseguia se aguentar. Estava agoniado pelo irmão. Após o acontecimento trágico, Marte ficou muito, mais muito deprimido. Não sentia vontade de fazer mais nada. Sua vida não fazia mais sentido, se sentia vazio e incompleto. Terra lhe fazia falta, muita falta. Desde então vive trancado em seu quarto solitário. E isso preocupava não só Deimos, mas também o jovem Phobos. O garoto estava sentado ao lado a porta do quarto de Marte, lugar o qual fica bastante, pelo menos depois da morte de Terra.

- B-baixinho, - Deimos começou a gaguejar enquanto falava com o mais novo. O rapaz estava tremendo de preocupação, mesmo tentando ao máximo esconder o que passava consigo. - não v-vai sair d-d-daí?

- Estou esperando o meu irmão sair. – Respondeu ele de braços cruzados apoiados nos seus joelhos, virando os olhos para a direção do irmão do meio.

- M-m-m-mas!...

- Não adianta. Eu vou ficar aqui.

Deimos olha para o mais novo, já estressado pelas suas atitudes bobas e infantis. Phobos só ficava ali na porta do quarto de Marte, não saía de lá por nada nesse mundo, e isso irritava o do meio. Deimos suspira profundamente.

- Por que você não sai logo daí?! – Ele reclama com o garoto.

- E por que você insiste em tentar me tirar daqui?! – Phobos retruca um tanto quanto irritado também.

- Porque o que você tá' fazendo não é normal!

- Eu só quero ajudar ele!

- Você nunca vai conseguir ajudar ele desse jeito! Você só está perdendo seu tempo aí!!!

Phobos olha nos olhos de Deimos e logo abaixa a cabeça, deixando algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

- Marte só precisa de tempo... E estou disposto a ficar aqui o quanto for necessário...

- Então você vai ficar aí, né?

Phobos balança a cabeça positivamente, desviando o olhar.

- Que seja... – Deimos diz se afastando.

Ele olha para trás e vê Phobos ainda naquele mesmo lugar. Neste momento, o rapaz volta e se senta aí seu lado. O mais novo se espanta um pouco com a atitude do irmão, se virando para ele.

- O que você tá' olhando? – Deimos fala de forma meio grosseira. Ele então respira fundo. – Você não vai desistir disso. O que mais eu poderia fazer?...

Phobos sorri de leve e deita a cabeça no colo do irmão. E assim os dois ficam alí por um tempo. Isso até que escutam um som estranho dentro do quarto. Não demorou muito para perceberem que o ruído era nada mais nada menos que um choro. Preocupado, Deimos levanta rápido e pega na maçaneta da porta com as mãos trêmulas. Estava prestes a abrir, até que Phobos pega em seu ombro. Ele se vira para o mais novo, vendo aquela típica cara de "é melhor não fazer isso", logo tirando a mão de lá.

- Estou preocupado com ele...

- Pode acreditar, eu também estou... Mas é melhor a ser feito...

Assim os dois encaram a porta, um perto do outro. No fim, sabiam que Marte precisava de um tempo com ele mesmo. Enquanto não saísse do quarto, estariam lá, apoiando um ao outro, não importa o que acontecer. E isso era importante, não só ali naquele momento, mas também para o que vinha logo a frente.