Cigana Rosa

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Eu vi em sua mão um caminho incompleto,

Repleto da incerteza e sem ninguém por perto,

Para onde foram as suas linhas da felicidade?

Eu caí dentro da toca de uma cobra,

Que devorou a minha vontade de escrever,

E não consigo mais pedir para a cigana Rosa,

O que iria me acontecer.

Uma bebida que não é chá é servido.

Eu comerei ou eu serei comido?

Eu sou a refeição ou eu sou o seu convidado?

Jogarei as cartas e todos os meus búzios,

Esse texto é para ser complicado?

Melancólico, triste ou macambúzio?

Eu não sou a arte, eu sou a presa acuada,

Sou um monte de linhas que não chegam a nada.

Porque cigana qual é o meu pecado?

Porque essa linha tem que ser a minha estrada?

Cigana maldita você fez um estrago,

O mundo é meu e serei apagado.

Porque cigana qual é o meu pecado?

Viver com pouco ou viver amado?

Existe um espaço vazio e consumido por um mal,

Um ser que me devora, que tira de mim a minha cor,

O covil de uma cobra que me ama e me adora,

Um momento maior do que a minha dor.

Eu preencho com cartas, com previsões e com certezas,

Todas falsas sobre as minhas maiores fraquezas,

Um herói que não devora as suas presas,

Mas é devorado pelos seus medos e seus horóscopos,

O zodíaco das oferendas para Plutão ou para os inóspitos,

Os inóspitos lugares que guardam a bola de cristal,

Que guardam as previsões de cigana Rosa,

Um nome fictício que eu criei com esta prosa.

As linhas do meu corpo tendem a ir para o meu coração,

Está pulsando alguma coisa que dá vida a emoção,

Num ritmo estrelar de um baralho cigano,

Se errar a sua previsão foi por um engano,

E se não devorar você será devorado,

No ninho das cobras com umbeijo roubado.

O Arcano 21Onde histórias criam vida. Descubra agora