Sangue Frio

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Gélido e sombrio, o meu sangue é frio,

Inserido em um vazio, pulsante o meu arrepio,

Com as cores da cidade à noite,

Na divina escuridão maldosa,

O demônio fez seu açoite,

Com a sua opinião rigorosa.

Vermelho, amarelo e azul melancolia,

Meu sangue é frio, me possuiu de dia,

E me ensinou como é que se faz para persuadir,

Compactuei com os demônios para me divertir,

Semeando a discórdia e a guerra sem um lado,

Discutindo e revelando o que não foi revelado,

Um sorriso que é estranho e quase sempre congelado,

Um coração que já nem bate dentro de um peito massacrado.

O corpo gélido e a mente que está em fagulhas,

Um voodoo mental que não utiliza agulhas,

Meu sangue frio que rompe a certeza dos fatos,

Um jogo limpo, desejo certo, raciocínio para os atos.

E se vive por pouco ou quase nada,

Qual é o jogo? E sua morada?

Vida, vida, vida. Sangue frio de cobra.

O demônio insistiu para assinar a minha obra.

Corra sem destino. Não há hora para se chegar,

Um garoto que é homem e aprendeu a não amar.

Gélido, gélido, um coração de gelo,

O sangue que corre para unir-se com um selo.

Meu sangue que luta para não se esquecer,

De que existe ainda muita vida para se viver.

O Arcano 21Onde histórias criam vida. Descubra agora