CAPÍTULO 8
1 ANO E 3 MESES DE NAMORO
Carla já não ia visitar a mãe a uns 3 meses. Seu rosto ainda estava vermelho por causa da última briga que teve com Pedro. Ela não queria preocupar a mãe e não queria que Dona Luzia visse como ela estava diferente.
Apenas curtas ligações eram feitas durante a tarde para Carla mostrar a mãe que estava viva, se bem que viva não significa estar bem, porém Carla deixou esse detalhe de fora.
Desde que largou a faculdade, Pedro ficava fora o dia inteiro pois estava trabalhando mais. Acabou conseguindo emprego em outra escola de inglês, ou seja, tinha dois empregos que exigiam que ele ficasse longe de casa.
Ele escolheu deixar a faculdade pois chegou a conclusão que não ia adiantar nada pois já tinha uma carreira profissional estabelecida. E como Carla tinha largado o emprego, ele achou melhor ficar com dois empregos para poder sustentar ambos.
Antes Pedro morava com os pais e seu irmão pequeno. Nunca tinha se preocupado com contas para pagar, já que seus pais é que cuidavam de tudo. Nem a faculdade ele precisava se preocupar.
Quando resolveu morar com Carla, viu como era a vida adulta. Se assustou de inicio, porém sempre se dedicou pois queria dar tudo de bom e de melhor para a sua namorada.
Carla acredita que a parte agressiva de Pedro tenha surgido pela estresse de ter que trabalhar muito. Várias vezes ele reclamava que não tinha mais tempo para os amigos e por isso ele ficava reclamando de tudo.
Ela nem comentou que também não via mais as amigas, pois não queria que ele ficasse com pena dela ou achasse que Carla estava querendo fazer algum drama.
Sendo assim, ela sugeriu que ele saísse com os amigos as vezes depois do trabalho, para ficar mais tranquilo. Pedro nem discutiu e achou a ideia o máximo, contanto que Carla concordasse em ficar em casa. Segundo ele, não queria ficar pensando no que ela poderia estar fazendo fora de casa. Tinha medo de Carla beber demais e fazer besteira.
Ela disse que ele podia ficar tranquilo que ela ficaria em casa sempre.
De inicio Carla ficava tranquila em relação a isso pois confiava no namorado, só que as coisas foram mudando. Pedro estava chegando muito tarde e em diversas vezes, chegou bêbado demais.
Em uma noite, Carla ficou rolando na cama pois estava quase amanhecendo e Pedro não havia voltado para casa ainda. Ela pegou o celular e ligou para ele. Não atendeu. Tentou mais uma vez e nada.
Acabou levantando da cama e ficou no sofá esperando por ele. Meia hora depois Carla ouviu um barulho na porta de casa. Era Pedro tentando abrir a porta. Assim que conseguiu, entrou quase caindo.
— Por que você me ligou tantas vezes? — disse Pedro, com a voz um pouco difícil de entender.
— Te liguei apenas duas vezes, fiquei preocupada... — Carla seguiu ele até o quarto, que chegando lá, começou a tirar a roupa.
— Entendi.... — Pedro então ficou pelado e começou a encarar a namorada. — Vem aqui, tire a roupa.
— Eu não quero — respondeu Carla, sabendo a intenção do namorado.
— Por favor, tire a roupa e venha aqui... — Pedro não esperou a resposta de Carla e caminhou até ela, tropeçando nas roupas largadas no chão.
Carla ficou com o rosto fechado enquanto Pedro tirava a blusa dela sem jeito e tentava abrir o sutiã.
— Eu disse que não to afim amor, sério — Carla disse mais uma vez, sentindo os olhos se encherem de lágrimas. Nesse ponto, Pedro já havia tirado sua roupa.
— Mas é bem rapidinho amor... — ele empurro Carla até a cama. Ela ficou com o rosto fechado. Tinha falado que não queria e lá estava ele.
Abriu as pernas de Carla e fez o que queria. Pedro gemia de prazer. Já Carla, encarava o teto tentando ficar quieta. A raiva que ela sentia foi crescendo.
Aquilo já não era a primeira vez que estava acontecendo.
Outras vezes que Pedro chegou tarde, ela teve que ser acordada para satisfazer o prazer dele. Mesmo falando não, acabava fazendo no final pois ele se tornava muito carinhoso.
Depois de terminar ele se jogou para o outro lado da cama e dormiu. Não disse boa noite e nem lhe deu um beijo. Usou Carla e foi dormir.
Ela ficou parada encarando o teto. As lágrimas que antes estavam presas nos olhos, escorreram pela bochecha. Carla já não sentia mais prazer. Já não estava mais sentindo o mesmo amor por Pedro. Sabia que ainda amava ele, porém não da mesma forma.
Tudo tinha mudado. Acabou lembrando do primeiro beijo, que foi quando ela sentiu algo pela primeira vez. E esse sentimento já tinha ido embora.
O problema é que ela ainda sentia algo por ele, por menor que fosse. Não poderia terminar, ia ficar sozinha. Por mais solitária que ela sentia- se, não queria ficar mais ainda.
Mesmo ele sendo agressivo dessa forma, sempre estava ali para cuidar dela. Ele colocava comida na mesa e pagava as contas. Ela estava sendo inútil e ficava em casa o dia todo. Não podia reclamar. Não dava para reclamar.
E mais uma vez ela ficou quieta diante de uma situação que não tinha gostado.
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Marcas
General FictionCarla tenta viver o presente mas sua mente continua presa às memórias do passado. Todos os dias, memórias de coisas que já viveu voltam para atormentar os seus pensamentos e mostrar que ela é a culpada de toda a situação que aconteceu. Ela precisa e...