Capítulo 11

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PARTE 3

O FIM

CAPÍTULO 11

Fazia 1 mês que Pedro havia falecido.

No dia em que brigaram, ele saiu com seu carro em alta velocidade e acabou ultrapassando um sinal vermelho. Nisso, um caminhão que passava o atingiu e ele não resistiu.

Pedro estava alcoolizado naquele dia. Estava bravo e nervoso. Tudo contribuiu para o acidente, porém Carla não via dessa forma.

A menina ficava se culpando por tudo. Achava que deveria ter feito o que Pedro tinha pedido e não deveria ter discutido com o namorado. Viu que não deveria ter falado para terminarem o relacionamento. Aquela briga que tiveram era apenas uma briga e todo casal passava por isso.

Depois da morte, Carla recebeu algumas visitas. Sua mãe ia quase todo dia lá, mas em vão pois Carla não falava com ela e não contava o que tinha acontecido. Jéssica e Sonia também foram lá, mas Carla não conversava muito.

Os pais de Pedro também tentaram conversar com a moça, só que ela manteve- se quieta. Não queria conversar com ninguém.

Durante a noite, Carla não dormia. Ficava lembrando de todos os momentos bons que os dois passaram juntos e ficava imaginando se teria alguma forma de voltar a trás e de consertar tudo que tinha acontecido.

Nunca imaginou que ela seria a culpada pela morte de alguém. Principalmente pela morte de alguém que ela amava tanto, que apesar de tudo, ela só queria o bem de Pedro.

Após esse 1 mês que Carla ficou sozinha em casa, ela resolveu em um dia de chuva visitar a sua mãe.

Ficou na cozinha se remoendo e pensando se contaria ou não para Dona Luzia tudo que tinha acontecido nesses dois anos. A mãe estava curiosa e só queria ajudar a filha que tanto amava.

Em meio as lágrimas, Carla contou tudo para Dona Luzia. Desde o início do namoro, desde quando ele pediu para ela parar de usar maquiagem e até a primeira vez que Pedro lhe agrediu.

Dona Luzia ficou de coração apertado. Tudo o que queria era cuidar da filha, que estava ali na sua frente tão frágil e sozinha.

Não se passou pela cabeça da mãe que a filha estava passando por um relacionamento tão complicado. Queria ter estado ao lado dela nos momentos difíceis para ter ajudo e dado uma luz.

Carla finalizou toda a história e ficou encarando a xícara de café que agora se encontrava vazia. Ouviu que a mãe soltou um suspiro pesado e logo ouvi Dona Luzia falando:

— Você não tem culpa de nada. Cada um é responsável por seus atos e ele foi responsável pelo os dele. Não quero mais ouvir você achando que tem culpa na morte dele pois não tem. Se ele agia daquela forma, era culpa somente dele — Dona Luzia acariciou a mão da filha — E você não era propriedade dele para ter que fazer tudo que ele mandava. Minha filha, você sempre foi muito forte e não precisava de alguém como ele ao seu lado... acho que o amor que você começou a sentir te deixou um pouco diferente, mas saiba que você era muito forte e ainda é.

— Ele disse que ia se matar se eu terminasse com ele — respondeu Carla encarando o chão.

— Minha filha, ele falou isso para te prender novamente... a morte dele não tem nada ligado a você, por favor... ver você assim me destrói. Me dói ver que eu não te ajudei quando você estava precisando.

— Não é sua culpa mãe...

— E nem a sua... — respondeu Dona Luzia — Quero que você volte a morar comigo até você ficar bem e eu sei que vai, pois você é a menina mais forte que eu já conhecia na vida e quero ver você se erguer novamente.

— Não sei se consigo — disse Carla — Eu mudei tanto...

— E pode mudar de novo... a vida não é sobre a gente se encontrar e sim sobre a gente se construir. — Dona Luzia serviu mais café para filha — E a cada dia a gente se constrói e a cada manhã podemos começar de uma forma diferente.

Carla bebeu o café e respirou fundo. As palavras da mãe a deixaram melhor, mas ainda sentia- se triste culpada.

Sabia que iria levar um tempo para tudo voltar ao normal.

A pior parte é que ela sentia falta de Pedro. Carla estava bloqueando todos os momentos ruins que teve ao lado do namorado para poder focar apenas no bom e sentir saudade. E não tinha problema em sentir saudade, somos humanos e esse é um sentimento que esta sempre com a gente.

Assim que finalizou a conversa com a mãe, Carla resolveu voltar para a casa.

Foi todo o caminho pensando na sua vida e pensando que o dia de amanhã seria novo e ela poderia sim recomeçar a sua vida. Sabia que em alguns momentos ia sentir tristeza e isso era normal. Todo ser humano tem seus momentos de fraqueza e ela ainda teria isso.

Chegando em casa ela ligou para o dono da kitnet e disse que deixaria a casa.

Logo ela começou a reunir todas as suas coisas. Fez suas malas e colocou os livros em uma caixa. As coisas de Pedro já não estavam mais ali pois os pais dele já tinha retirado.

Era algo estranho mas Carla sentia o ambiente mais leve e sem energias ruins sem as coisas de Pedro por ali.

Carla começaria tudo de novo e tentaria não se abalar. Quando o sentimento de culpa resolvesse aparecer, ela iria ignorar.

E iria seguir em frente

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