Lá estava eu, naquela rua praticamente deserta, com o carro quebrado! Tudo o que eu não precisava naquele dia! Para completar minha "sorte", chovia muito. Desci do carro e dei um chute no pneu, como se aquilo fosse resolver alguma coisa.
- Inferno! Gritei.
Estava tão brava que não havia percebido que um carro parou e o motorista havia se aproximado. Só notei quando ele riu alto após eu esbravejar.
-Precisa de ajuda? Ele perguntou.
Parecia haver um ar de deboche em seu rosto, mas isso não o tornava menos atraente... ele era careca, aparentava ter uns quarenta anos, tinha traços fortes, um olhar penetrante, lábios um pouco carnudos, um corpo nem muito magro, nem muito másculo. Ele percebeu que eu o olhava de cima a baixo.. e talvez isso o incentivou a fazer o mesmo. Eu também não ficava atrás. Tinha cabelos claros, um pouco abaixo dos ombros, olhos castanho-esverdeados, boca carnuda, magra. Porém, o pouco que eu tinha de curvas não pôde passar despercebido, visto a roupa que eu usava. Eu vestia uma blusinha rosa claro, sem sutiã (pra variar) e uma saia preta, curta e justa. Como estava chovendo, os bicos dos seios estavam visíveis na camiseta.. e os olhos negros daquele homem simplesmente os devoravam com o olhar.
- Tá olhando o que? Perguntei, ríspida.
- Olha, se vc quiser eu vou embora.. já que a minha presença te incomoda. Disse ele, com um risinho cínico, se virando para ir embora.
- Não, espere.. Eu falei, agora com a voz um pouco mais doce.
-Estou nervosa. Desculpa se fui rude. Ele me incomodava com aquela sensualidade toda... na minha mente, já estávamos sem roupa, transando loucamente. Fiquei vermelha só em pensar que ele poderia ler o que imaginava. Deixa de ser boba! Falei para mim mesma.
Ele deu meia volta e retornou. Olhou-me fixamente e disse:
- Eu posso te ajudar com o carro, mas faço o meu preço depois. Você terá que pagar.
- Tudo bem. Concordei, com um sorriso falso. Aquele homem merecia ser enganado, perante tamanha petulância. Ele que achasse que eu ia pagar qualquer quantia pelo serviço.. Pagaria nada mais do que o justo!
