Capítulo 4

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Aquele com a noite de histórias

Estava começando a escurecer, Macarena viu Zulema indo em direção a mata, o que ela achou bem estranho mas não fez perguntas, apenas pegou suas coisas e foi tomar banho. Era muito relaxante sentir a água quente caindo no seu corpo levemente dolorido devido as horas nadando no lago, ela ficou em baixo do chuveiro por um bom tempo até enfim sair e se arrumar. Vestiu uma calça de moletom e uma blusinha. Colocou meias nos pés porque o tempo já começara a mudar, sentindo o ar frio da noite. Quando saiu da casa ela teve uma surpresa, Zulema estava acendendo uma enorme fogueira, como ela tinha falado quando pediu pra acampar. Ela se aproxima da morena, não contendo o sorriso.

-Era assim que você queria? - Zulema pergunta, sorrindo de volta pra loira.

-Sim, é perfeito. Gracias! - elas sustentam o olhar e o sorriso por um tempo até Zule romper o contato.

-Bueno, também vou tomar meu banho. - ela diz e vai pra dentro da casa.

Macarena pega uma das espreguiçadeiras maiores do casal e coloca um edredom macio por cima pra ficar mais confortável e a leva pra perto da fogueira. Com outro cobertor e um cigarro ela fica ali esperando por um bom tempo a morena voltar, até que escuta ela gritando da casa.

-Rubia, quer sorvete?

-No, gracias. - ela responde e então avista Zule se aproximando com uma cara divertida.

-O que achou do meu pijama novo? - Ela pergunta apontando pra própria roupa, era uma blusinha branca simples e um shorts de moletom com estampa de escorpiões. Maca riu, ela estava achando isso tudo adorável.

-Onde você acha essas coisas? - ela responde sorrindo - é lindo, gostei.

-Na loja de departamentos, estava perdido no meio de uns lençóis, aquela loja é uma bagunça. - Zulema sorri e se aproxima, ela estava com um pote de sorvete em uma mão e uma colher na outra indo em direção a cadeira que estava do lado de Maca mas ela recua, ao invés disso ela pede pra loira chegar pro lado e se senta na mesma espreguiçadeira que ela, puxando um pouco do cobertor pra si e colocando as pernas por cima das de Macarena, que fica um pouco tensa com o contato.

-Então, quem vai começar? - ela diz abrindo o pote de sorvete e colocando uma colherada na boca.

-Começar o que? - Maca responde confusa.

-Contar história. Você não disse que a noite é quando nos sentamos ao redor da fogueira e contamos histórias? - Ela realmente lembrou de tudo que Maca lhe disse e isso a deixou de coração quentinho, como se Zulema se importasse com ela.

-Suas histórias com certeza são melhores que as minhas então você começa.

-Se as minhas histórias são melhores então vamos deixar pro final, comece com as suas sem graça. - Zule diz com uma cara irônica.

-Ei, as minhas histórias não são sem graça - Maca diz dando um tapinha no ombro da morena e continuando - Vale, vou contar da vez em que eu causei um acidente de trânsito.

-Não estou surpresa, você é uma motorista de merda - ela deu mais uma colherada no sorvete enquanto zoava da loira.

-Mas eu não estava dirigindo - a morena faz uma cara confusa assim que Maca diz isso - então, eu tinha uma amiga na adolescência que tinha os pais muito rígidos e ela era toda revoltada, daí, numa tarde de domingo ela me pediu ajuda pra fugir de casa. Andamos por quilômetro e mais quilômetros até achar um lugar que vendia bebida barata e que não precisasse da identidade. Enchemos a cara e fomos andando sem rumo, e ela teve a ótima ideia de mostramos os peitos quando algum carro passasse.

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