Genma, a guerreira que fracassou.

7 1 0
                                    

Era 19, 13 de setembro, ano 1812

  Lá estava Kara, a mais recente guerreira que lutou e destruiu o corpo do demônio Akuma na Era 18. Os deuses permitiam às guerreiras uma vitalidade sobrehumana. Isso porque elas teriam de passar seus ensinamentos às suas descendentes.

  — Genma, venha aqui. — Mandou Kara à sua tataraneta Genma.— Sente-se aqui no colo da sua tatara.

  A menina obedeceu.

— Filha, vou lhe contar uma história, mas não se assuste, você vai gostar do final.

Desde a Era 1, um demônio assola a humanidade, tomando um corpo de um jovem rapaz de 22 anos. Ele usa esse corpo para fazer crueldades conosco. Mas desde este tempo, os deuses abençoaram uma família e lhe deram uma missão, que é a de derrotar o demônio. De Era em Era, é separada e treinada uma moça, que seria esta a matar a criatura. Essa família é a nossa, e eu já fui uma dessas moças, eu lutei contra ele, e você será a próxima.

  Genma não ficou assustava. Mas sim...

  Empolgada?

  Genma adorava histórias de mitologia grega e histórias de antigos, ela torcia para que um dia fosse ela a combater o mal e ter uma história para contar aos seus descendentes.

— Por onde eu começo, tatara? — A menina perguntou.

— Amanhã conversamos mais sobre isso, já é tarde, vá descansar.

  Genma era preguiçosa, mas quando o assunto era aprender a dominar seus poderes, ela dava tudo de si.

  Mas Genma tinha um problema. Uma enfermidade no coração, uma doença que não a permitia movimentos extremamente precisos ou fortes emoções.

  Contudo, Kara acreditava na sua vitória, até porque, em todas as Eras as guerreiras venciam, por que nessa seria diferente? Esse era o pensamento da idosa.

  Cada vez que Akuma voltava numa corpo, ele retornava diferente, retornava com o dobro de força. Por isso, os deuses concediam mais forças a cada garota de cada Era que se passava.

  13 de setembro, ano 1822

  Genma estava perto de completar 16 anos, quando sua tataravó lhe chamou.

  Deitada numa cama, fraca e quase sem vida, estava Kara.

— Mandou me chamar, senhora? — Genma se ajoelhou ao pé da cama.

— Minha querida, esta próximo o tempo que você irá enfrenta-lo. Tenha cuidado, você tem uma enfermidade no coração, não se descuide. Esteja atenta aos movimentos dele, e não tente ser gentil, lembre-se que ele tirou a vida muitas pessoas, deixou crianças órfãs, pais sem filhos. Ouça minhas últimas palavras, talvez você encontre sentido alguma dia, falarei só pra você: O sol brilhará mais forte da próxima vez.

  Fechando os olhos, Kara teve sua morte indolor e calma, como a mesma sempre desejou. Genma guardou as palavras de Kara e se encheu de coragem.

  13 de setembro, ano 1823

  Genma encarava o rapaz ruivo à sua frente. De nome Rui, o rapaz havia se hospedado em sua casa 5 dias atrás, mas a menina não notou nada de estranho nele. Até o dia que o rapaz completou 22 anos. Ele a olhava curioso.

— Ei, você é mesmo uma das Grandes? Não vejo nada de especial em você. Pelo visto, Kara era péssima em ensinar.

  Akuma guardava o nome de todas as guerreiras, e as intitulava "Grandes", já que reconhecia o poder de cada uma delas. As palavras de Akuma ressoaram nos ouvidos de Genma, e seu sangue ferveu.

— Não pronuncie o nome dela com essa sua boca suja! — Ela disse, com fogo nos olhos.

  Correndo atrás dele, ela começou seus ataques. Era dificil para ela conseguir uma vantagem, pois sua doença não permitia nada muito grande, mas ela era ótima em ver aberturas.

  Depois de algumas horas, ela sentiu o peso no coração, e notou que havia forçado demais, teria de dar tudo de si no próximo ataque, esse teria de ser o que mataria ele.

  Partindo para cima do rapaz, ela viu um pequeno fio de abertura no pescoço dele. Avançado sem pensar duas vezes, ela lançou sua espada contra ele.

  Mas

  Seu coração falhou.

  No momento X, ela não conseguiu se mover, conseguindo apenas fazer um arranhão no ombro direito do demônio, e caiu no chão.

— Ora, ora. Parece que a sorte sorriu para mim dessa vez. Vocês não acertaram dessa vez, seus malditos, sua pequena criança falhou, agora observem o caos! — Akuma gritou em direção aos céus, crente de que os deuses o ouviam.

  Com certeza, Genma iria morrer, mas antes, ela juntou tudo que lhe faltava e gritou:

— O sol brilhará mais forte da próxima vez, ofereço a minha vida em favor da próxima guerreira, que ela o faça sofrer! — Com essas palavras, a moça cortou seu pulso, e suspirando, faleceu.

— Puff, quanta ousadia. — Ele olhou bem para a moça.

  Dos atos mais repudiosos que Akuma já fez, esse foi um dos piores.

  Aproveitando de seu corpo humano, ele arrastou o cadáver de Genma até uma caverna, e assim, abusou do corpo morto da garota. Ele nunca havia sentido atração por humanos, mas ao experimentar o feito pela primeira vez, ele gostou.

  Em outras vezes, ele andava como se fosse um humano normal no corpo que roubara, e então sequestrava jovens, e fazia cada uma dessas garotas sofrer. Ele gostava daquilo, gostava de ver a estampa de sofrimento, dor, amargura e desespero no rosto de suas vitimas, essa era sua vingança.

— Por favor, me solte, eu imploro! — Disse uma moça que acabara de raptar, ele a segurava com desdém.

— Pague por tudo que aqueles malditos me fizeram passar! — Ele disse, sádico.

  Ao final do ato, ele matava as garotas e jogava seu corpo nu e mutilado no meio do caminho dos campos de colheita, isso porque, por vezes, haviam homens que se aproveitavam do cadáver das mulheres e faziam o mesmo que Akuma fez com Genma.

  Akuma não tem uma "justificativa" pra ter sido em vida uma pessoa ruim, ele não teve um passado triste ou passou por dificuldades, ele apenas cultivava o rancor e o ódio em seu coração desde pequeno.

  O tempo passou, especificamente 2 Eras, e Akuma faleceu por dois motivos.

1- Por mais estupido que pareça, ele absorveu tanta agonia que não suportou.

2- Seu corpo ainda era humano e mortal, ele morreria de qualquer maneira.

  Mas antes de morrer, ele disse as seguintes palavras:

  "Já que vocês consideram amor maior que o ódio, a sua próxima acéfala será perdidamente apaixonada pelo meu corpo, eu não morrerei nunca!"

  Ele fez selos de maldição, e assim, pôs uma praga  na guerreira na Era 21.

Demon vs Human. Uma história diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora