"Você não tem escrúpulos?"

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Era 21, 5 de setembro, ano 2019

— Henriquinho, meu lindo — Heloisa chegou abraçando seu namorado.

— Ah, claro, Henriquinho. — Akuma deixou escapulir.

  Nesse momento ela sentiu algo estranho, um mal estar, uma má sensação, aquele não era...

— Você não é o Henriquinho. — Ela disse desconfiada, mas não amedrontada.

— Claro que eu sou o Henriquinho. — Akuma riu, tanto porque achou realmente engraçado, quando pela ironia que transmitira na frase.

— Me diga quem é e o que fez com meu namorado! — Ela segurou na gola dele.

  Akuma odiava ser ameaçado, e ele quis mata-la, mas ele não podia, ou seu plano iria por água abaixo.

— Ta, tudo bem. Meu nome é Akuma.

  Heloisa conhecia aquele nome, ela sabia de quem se tratava. Mas ela estava estática, porque ela sabia.

Flashback

— Independente de quem seja Heloisa, pode ser seu irmão, mas você vai ter de mata-lo. — Disse a deusa Artemis, a deusa da caça.

  Heloisa sabia que tinha que matar o seu amor.

— Não, não, não! Tem que ter algum jeito. — Ela pôs as mãos na cabeça, derramando lágrimas. Ela olhou para o céu. — TEM QUE TER OUTRO JEITO, EU NÃO POSSO. POR QUE ELE?

  Akuma observava seu desespero com um sorriso nos lábios, ele sabia que ela não o mataria.

— Você, seu desgraçado, saia do corpo do Henrique. AGORA! — Ela gritou.

  Ele fingiu que não a escutava.

  Heloisa era esperançosa, por isso, ela acreditava que matar não era a única forma de se fazer isso, até porque, ela notou algo.

— Por que não me mata? — Ela perguntou

  Ele a olhou curioso.

— Eu estou bem aqui na sua frente, indefesa e sem ajuda. Por que você ainda não me matou?

  Ele se assustou, não esperava que ela fosse tão astuta. E para sua pergunta, ele inventou uma resposta que a deixaria confusa.

— Por que eu amo você. — Ele disse, e pôs sua mão no queixo da garota.

  Heloisa riu, e como riu, ela realmente gargalhou.

— E você espera que eu acredite que um demônio como você, que já matou milhões, iria se apaixonar por uma garota como eu? Você mal me conhece!

  O demônio estava encurralado, mas ele realmente não tinha porque dar uma explicação. Mas ao decidir conquistar a menina, ele teria de fazer tudo ao seu alcance.

— Você duvida dos meus sentimentos, esta me magoando. — Ele tentou parecer sério.

  Ela parou de rir.

— Você não tem escrúpulos? — Ela o olhou com os olhos frios. — Tenha respeito! Tem noção ao menos do que fala? Você não se importa, nem com o dono desse corpo e muito menos comigo. Mas eu já entendi o que pretende, desista de matar humanos enquanto eu estiver aqui.

  Por um momento, ele se assustou "eu já entendi o que pretende", ele achou que seu plano teria sido descoberto, mas Heloisa não era advinha, não teria como ela saber.

— Se não acredita em mim, tudo bem. E não se preocupe, eu não vou matar ninguém. — Ele disse, e fez menção de ir embora. Mas a garota o segurou pelo braço.

— Se tentar algo, eu te mato.

  Óbvio que era um blefe dela, mas ela ainda conseguia defender pessoas. Poderia não matar, mas enfraquecer, ela faria.

  Heloisa o deixou ir, mas claro, ela ficaria de olho nele. Já com Akuma, ele teria de fazer uma ótima atuação, porque ele não poderia simplesmente chegar e dizer "I, sou um demônio, vamos ser amiguinhos para sempre?", por causa de sua decisão, ele teria de se esforçar.

— Cheguei! — Disse Akuma o entrar em casa.

— Voltou cedo Henrique! Brigou com a Helo? — Perguntou Deyzz, a irmã mais nova de Henrique (mais nova 1 ano).

— Sim, mas nada muito sério.

— Hm. — Deyzz achou estranho, visto que os dois quase nunca brigam, mas num relacionamento nem tudo são flores e ela sabia disso.

  Entrando no quarto de Henrique e se jogando na cama, Akuma pensava num jeito de conquistar Heloisa.

  Porque cá entra nós, Akuma não era um prodigio amoroso (óbvio, o cara estrupava mulher né). Mas ele teve uma ideia interessante.

— Posso chamar ela pra sair e descobrir mais sobre ela. Bem, eu que me virei nessa merda.

  Levantando-se, ele foi até a casa da garota. E bateu na porta

— Henri, meu filhote. Parabéns pelo seu aniversário! Você deve querer falar com a neném. — A mãe de Heloisa se afastou um pouco e gritou. — MARIA HELOISA DE OLIVEIRA, DESCE AQUI QUE O HENRI TA NA PORTA.

  Heloisa já tinha se acostumado com a mãe espalhafatosa que tem, mas não deixou de sentir vergonha. Ela puxou Akuma pra um canto fora da casa.

— O que você quer? — Perguntou a garota, com voz de tédio.

— Sabe, hoje é meu aniversário de 2041 anos.

— E eu com isso?

— Eita, sua grossa. Eu não tenho com quem ficar agora, quero te chamar pra almoçar.

— Olha Akuma, você não é o tipo de pessoa que aparece do nada querendo mudar de vida depois de milhões de anos depois de espalhar o caos. Você pode ser o melhor ator para todos os outros, mas não vai conseguir me convencer dessa sua palhaçada.

  Akuma a puxou pelo pulso e a arrastou consigo.

— Me solta agora!

— Eu só não quero ficar sozinho, tudo bem?

  Vencida pelo cansaço, ela foi.

Demon vs Human. Uma história diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora