ut reveles

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Eu te amei no primeiro segundo.

Quando te vi do outro lado da rua e desejei fazer parte de tudo que envolvesse você.

Nem me conhecia, mas eu estava determinado e mudaria isso.

Ao possuir-te em meus braços pela primeira vez eu pude sentir, sentir em seus toques a intensidade do que significa você.

Era engraçado como tudo sobre nós era tão efêmero.

Sempre me diverti com a forma com que odiava o tanto que eu bebia, eu refutava e dizia que era apenas por diversão, mas você gritava que preferia que eu usasse você para me divertir.

Minha estrela, eu nunca seria capaz de usar você.

Você sabia, embora eu nunca tenha dito, que eu usava a bebida como uma escapatória dos meus problemas. Bom, nem todos tem a vida de uma princesinha.

Eu achava bobo a forma com que você enxergava o mundo e sorria de coisas tão bobas, mas era tu que entregava para minha vida os meus melhores sorrisos.

Sorrisos dos quais nunca irei esquecer.

Querida, talvez usar a bebida para esquecer não fosse tão ruim, porque talvez assim eu não lembrasse do quão bom era ter você.

Um dos meus erros foi ter me acostumado.

Uma das minhas melhores memórias é aquela vez em que fomos à praia.

Você detestava a areia, mas amava olhar para o mar e refletir. Céus! como você amava pensar e, pelos deuses, como eu amava ficar olhando você sorrir em meio aos seus devaneios.

- Meu bem, você sabe porque evitamos questionar a efemeridade da vida?- simplesmente detestava essas perguntas que fazia, porque eu nunca sabia como responder.

- Acho que é porque o efêmero assusta.- eu respondi mesmo sabendo que não era a resposta que você queria escutar, mas a sua pergunta também me assustava.

- Você acha?- ah querida, se tem algo que eu tenho certeza é de que seu olhar de desdém me deixava cada vez mais confuso, mas eu nunca diria isso em voz alta.

- Querida, eu nem sei como responder a primeira pergunta, então, por que eu teria certeza?

E então você sorriu.

Você sorriu e eu queria entender o que se passava na sua cabeça, mas acima de tudo eu queria te beijar.

- Nós evitamos questionar a efemeridade, porque quando estivermos perto da resposta, o nosso fim estará próximo demais para aproveitarmos ela e é ai que teremos a certeza de que não vivemos intensamente. O ser humano acha muitas coisas, mas não quer ter certeza de que cada minuto vivido não assusta, e sim marca.

Naquele instante eu te beijei para te fazer calar a boca, porque eu não entendia absolutamente nada do que você dizia.

E foi ali que eu soube, cada momento efêmero ao seu lado me faria feliz.

Que me deixaria marcado, eu só não sabia o quanto essas marcas seriam tão dolorosas.

Os Jeitos Que Ela SorriaOnde histórias criam vida. Descubra agora