Capítulo 1 - Fim de espera

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ATENÇÃO: TODOS OS PERSONAGENS TRATADOS NESTA HISTÓRIA SÃO FICTÍCIOS. QUALQUER SEMELHANÇA COM PESSOAS REAIS É MERAMENTE UMA COINCIDÊNCIA... ou não.

ATENÇÃO II: SE SENTIR ALGUM TIPO DE GATILHO DURANTE A LEITURA, QUE TE ESTIMULE A IDEIAS E AÇÕES DESTRUTIVAS POR FAVOR, PARE DE LER ESTA HISTÓRIA E FIQUE BEM.

A pandemia do Coronavírus foi um evento que pegou de surpresa o mundo inteiro, nem a gripe suína de 2009 foi tão severa ao ponto de confinar a humanidade em suas casas, em uma medida obrigatória seguida por todos os governos do mundo de isolamento social total. O que parecia ser algo com duração de semanas, se estendeu pelos meses, e não há prazo para o fim do isolamento social obrigatório. Um dos fatores que passou a se tornar um grave porém silencioso problema, é a sanidade mental dos enclausurados, que cada vez mais se degradava com o tempo.

Por isso, minha preocupação se intensificava. Havia completado duas semanas que minha última mensagem enviada para Guilherme, um web amigo que conheci durante a pandemia, não recebia retorno. Era estranho, pois habitualmente ele costumava responder no mesmo dia, ou até na mesma hora, ele sempre ficava online pelo Whats. Foi aí que resolvi abrir a conversa, Guilherme estava sem foto, e a minha mensagem nem sequer tinha duas setinhas.

Fiquei inquieta, nós nunca brigamos desde que nos conhecemos, não havia razões para ele ter me bloqueado. Pelo Messenger, tentei mandar uma mensagem para ele, para saber o que houve, mas o aviso "Você não pode enviar mensagens a esta pessoa" me deixou mais desesperada. Não me conformava, pesquisei seu nome por algumas vezes na barra de pesquisa do Face para ver se aparecia, mas nada. Me lembro que havia passado o dia inteiro queimando os neurónios para tentar achar um motivo para Guilherme ter me bloqueado, ou talvez abandonado as duas redes sociais.

Rebobinei toda a curta história de amizade, desde quando o conheci em um grupo aleatório do Whats de memes e shitpost. Nossos gostos peculiares e censo de humor non cense e retardado foi o que fez nos falarmos frequentemente. Eu amava seus status movimentados, sempre me mantendo atualizada nos últimos memes virais que surgiam, sabia tudo de antemão. Apesar de seus posicionamentos polêmicos aos quais discordo totalmente até hoje, nunca discutimos ou algo assim, seja por esse ou qualquer outro motivo. Muito pelo contrário, todas as nossas conversas desde sempre eram compostos por piadas, risadas, vários conselhos, e muita brisa existencial. Não fazia sentido.

Enquanto meus pensamentos iam a mil, pedi para uma amiga minha o procurar no Face e conferir seu perfil no Whats, para verificar se ele havia me bloqueado. Obtive os mesmos resultados, nada animadores, mas pelo menos descartei com 100% de segurança, a hipótese de bloqueio. Tudo indicava uma desativação mesmo, mas a questão era "Por que?" e tão do nada assim. Eis que me lembro de um post, a qual Guilherme havia me marcado com mais algumas pessoas, por volta de abril se não me engano.

A postagem em sí era um vídeo daquele meme do caixão, versão idade média. O que era motivo de muitas risadas agora se tornou causa de minhas crises de choro. Ao leitor que chegou até aqui, peço que continue acompanhando a história, logo entenderá o porquê. Enfim, a postagem me chegou a dois nomes: Andriele e João, amigos em comum de Guilherme.

Primeiro falei com Andriele, que a princípio mostrou resistência em conversar comigo. Depois de algumas insistências após vários vácuos recebidos (imagino que propositalmente), ela acabou cedendo e finalmente me respondendo no Messenger. Pedi para ela me chamar no meu Whats, e em seguida mandei meu número para ela. Esperava que ia receber informações reconfortantes, eu torcia por isso. Mas ao invés de obter uma solução, Andriele acabou me passando informações a respeito de Guilherme que me levaram a mais uma série de questionamentos. 

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