Capítulo 11: A primeira batalha de Noah e Anna

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Depois da cerimônia de coroação, a festa começou, e havia uma música animada sendo tocada ao fundo. Sendo assim, todos se divertiam, comiam, bebiam, dançavam e celebravam a chegada da nova realeza.

— Concede-me uma dança, Majestade? — Noah gracejou, estendendo a mão para Anna.

— É claro! — ela respondeu, retribuindo o gesto dele, e os dois caminharam até o centro do salão. — Eu te disse que as aulas de dança seriam úteis.

— Realmente, graças a elas não passaremos vergonha aqui. — O menino deu um meio sorriso.

— Tem certeza de que não gosta de dançar? — Anna perguntou, dando um pequeno giro e fazendo a saia de seu vestido esvoaçar de leve.

— Tenho. — Noah viu o desapontamento na face da menina. — Mas hoje vale a pena esquecer isso, estrelinha.

— Estrelinha? — Anna estranhou o apelido.

— É, você acabou de ser coroada em nome das constelações, gosta muito de estrelas e é capaz de iluminar qualquer ambiente. Até seu vestido brilha! — O menino apontou, notando que os lábios dela tremiam para conter um sorriso. — Não ria, eu estou falando sério, faz sentido, não faz?

— Faz, Noah. — Anna falhou em não soltar uma risada. — Eu amei demais, é maravilhoso! Agora preciso arranjar um apelido para você.

— Não tem a menor necessidade. — Ele fez uma careta. — Deixe ser algo exclusivo seu, que tal? Aliás, vamos ficar aqui parados até quando?

Anna riu mais um pouco ao ouvir aquilo e logo eles estavam dançando pelo salão e batendo palmas no ritmo dos instrumentos. Noah, apesar de não gostar muito de bailes, acabou por se divertir no fim das contas, mesmo não admitindo.

Em determinado momento, quando estavam todos tão felizes que não prestavam muita atenção ao seu redor, Aslam desapareceu do castelo, saiu caminhando pelas margens do rio. Apenas Noah e Anna perceberam e correram para a sacada, a fim de vê-lo por uma última vez.

Foi então que sr. Tumnus se aproximou devagar, para falar-lhes a mesma coisa dita à rainha Lúcia alguns anos antes.

— Ele há de vir e há de ir-se. Num dia, poderão vê-lo; no outro, não. Não gosta que o prendam... e, naturalmente, há outros países que o preocupam. Mas não faz mal. Ele virá muitas vezes. O importante é não pressioná-lo, porque, como sabem, ele é selvagem. Não se trata de um leão domesticado.

— Então veremos Aslam de novo? — Anna indagou.

— É claro — Tumnus respondeu —, no tempo certo. No tempo dele.

O silêncio depois da resposta do fauno não durou mais do que cinco segundos, pois Cor e Aravis, acompanhados de Corin e Flora, foram, afobados, alertar Noah e Anna sobre um perigo se aproximando.

— Majestades, a festa precisará ficar para depois — Corin começou, assustando os dois recém coroados rei e rainha.

— O que aconteceu? — Noah perguntou, ajeitando a postura.

— Um grande exército calormano está quase aqui, vieram vingar a maldição que caiu sobre Rabadash — Cor respondeu.

— Mas Rabadash não pode sair de Tashbaan — Anna lembrou —, como vieram sem o rei deles à frente?

— Não é muito difícil crer que vieram sem avisá-lo. Soldados calormanos em geral só pensam em vingança, em aniquilar os inimigos — disse Aravis, entredentes. — Aproveitaram nosso momento de alegria e desproteção para avançar.

— Mas desviaram da Arquelândia, quiseram vir direto para Nárnia, ainda mais sabendo que estaríamos todos aqui — Cor acrescentou.

— Rei Noah, rainha Anna, os senhores precisam lutar — Flora se pronunciou.

𝑼𝒎 𝑵𝒐𝒗𝒐 𝑹𝒆𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐 | ᴀs ᴄʀᴏ̂ɴɪᴄᴀs ᴅᴇ ɴᴀ́ʀɴɪᴀ | 𝓕𝓪𝓷𝓯𝓲𝓬Onde histórias criam vida. Descubra agora