Introdução

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-..... Eddie... Eddie... Wake up man! (Acorda cara!)...
-Só mais uns... Cinco min... nutos mãe...

+PETELECO NA TESTA+

-AAI... -Levanto a cabeça e esfrego minha testa com a mão - Mas que porra?!?

     Um lobo alto de aproximadamente 1,95m e pelagem negra estava sentado ao meu lado, com a mão perto do meu rosto. Tinha um ar meio intimidador ao redor dele, junto de uma sensação de ansiedade e apreensão vindo do mesmo. Claramente ele que me deu o peteleco ou sabe-se lá o que que tenha sido. Faço uma careta de dor e olho pra ele.

-Doeu Mike... - Antes de falar mais alguma coisa, ele me olha com uma expressão de leve desconforto e "raiva". Fico perdido por uns 2 segundos antes de perceber que ele estava assim por eu ter falado com ele em português - Oh! Sorry... I forgot to speak in english... (Oh! Desculpe... Eu esqueci de falar em Inglês...)

     Ele então olha pra frente, se sentando corretamente na carteira da sala de aula, ao qual eu estava dormindo a pouco tempo, e aponta pra frente, na direção do professor que começava a ler a lista de chamada da turma. A aula ia começar e o Michael estava me acordando pra eu não tomar bronca logo cedo do professor Joel de história.

-Tank you for wake me up... Or not... -Risos-

     Me sento corretamente e tiro minha apostila e fichário da mochila, colocando-os em cima da mesa da carteira, me preparando pra mais um dia de aula.

     Você deve estar se perguntando por que tem um homem-besta/Lobisomem/Feral ou como você queira chamar sentado ao meu lado como se fosse uma pessoa normal. Primeiro de tudo, ele é uma pessoa normal mas muito mais interessante do que muita gente. O nome dele é Michael Grayson, um norte americano dos EUA que está de intercâmbio aqui no Brasil. Ele está hospedado na casa de uma família que aceita esse tipo de gente que sai de seus países pra estudar e conhecer outros lugares. Mas numa turma de 46 alunos por que que ele está logo ao meu lado? Simples. Porque eu sou o único que não age estranho com ele. Ou talvez porque eu seja o único da sala que fala inglês fluentemente e que por isso fui designado, pelo queridíssimo diretor Hermínio pra acompanhar e introduzi-lo na nossa turma e matéria das aulas. Ele chegou há quase 6 meses. No início ele não falava nada. Só o necessário pra se manter informado. Hoje em dia ele até conversa comigo mas não muito. Desde o início percebi que ele era bem reservado, tímido, ou apenas tinha dificuldade em se enturmar mesmo.

     Um mês após sua chegada outras pessoas tentaram conversar com ele mas ele não gostava muito, por isso fingia gostar pra não assusta-las, uma vez que não só a turma, mas todo o colégio comentava sobre o novo aluno que, além de gringo, era um Meio-Humano, o que muitos nunca tinham visto antes já que na nossa cidade não há nenhum, ou pelo menos eu nunca vi um aqui, só em uma viagem pra outro estado com meus pais. Sempre tinha alguém comentando sobre ele e mesmo ele não entendendesse eu percebia que ele se sentia incomodado com os olhares. Meus amigos não se importavam com isso, na verdade alguns até achavam legal as características dele. Já outros o achavam assustador, afinal ele tinha olhos de animal, ao que me refiro os olhos que a pupila se contrai em um risco vertical ao invés de apenas diminuir de tamanho com a luminosidade, as garras dele, os dentes que eram claramente afiados e mortais, e o tamanho dele, uma vez que todo mundo era menor que ele, menos o professor de Educação Física, que parecia um jogador de basquete americano (Isso antes da gente descobrir que ele realmente era um). Continuando, ele era bastante inteligente e aprendia rápido, inclusive o português, mas ele mesmo já me disse que pra conversar comigo ele se sente mais a vontade pra falar em inglês porque assim ele poderia falar normalmente e eu entenderia.

     Durante o tempo de intercâmbio dele eu o levei pra conhecer vários lugares, como o cinema, o shopping da cidade, uma feira gigantesca que vendia todo tipo de comida brasileira e coisas que ele nunca tinha visto, como uma pipa (Papagaio ou do que se chamar na sua cidade) e outras coisas e outros lugares.

     Mas então, depois de falar bastante dele, é hora de falar de mim certo? Correto! Meu nome é Edward Da Silva Ribeiro, mais conhecido como Eddie, sou moreno, pele parda, olhos castanhos claro, cabelo preto, 1,78m e um sotaque o mais carioca possível. Sou um amante de livros de romance e ficção científica, jogos e café preto forte. Amo livrarias e passeios acompanhado. Bem diferente do Mike (Eu o chamo assim mesmo sem a permissão dele) que prefere ficar em casa isolado em seus jogos sozinho. Claramente como eu tive que ajudá-lo a se encaixar na nossa turma eu comecei a ter uma relação de amizade com ele bem devagar. Mas atualmente posso dizer que conquistei a confiança dele.

     Em meio aos meus devaneios a aula inicial termina e vamos pro intervalo. Eu e e Mike vamos pro refeitório e vamos comer. Hoje eu trouxe sanduíches de ovos com frango e queijo e ele trouxe alguns salgadinhos que ele comprou antes de vir pro Colégio. Antes comiamos em silêncio e sem interação alguma. Hoje já conversamos e até dividimos nossos lanches pra nos divertir e passar o tempo. Contei uma piada a ele e consegui arrancar uma risada dele. Sempre que ele ri suas presas ficam a mostra, que sempre o deixam envergonhado, mas eu adoro vê-lo sorrindo. Depois de comer e o intervalo acabar, fomos de volta pra sala de aula e continuamos os estudos. Essa é nossa rotina na maior parte das vezes na escola. No final do dia geralmente eu vou com ele até sua casa pra depois ir pra minha, mesmo que ela fique antes da dele, só pra poder ficar mais um pouquinho de tempo com ele. Quando vou dormir sempre mando boa noite pra ele e digo pra ele ir dormir pra não ficar que nem eu na sala hoje. E assim eu durmo pensando que no dia seguinte vou me encontrar com ele de novo.

Um Amor ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora