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Kara's POV

— Obrigada pela carona, Lena. — Eu disse assim que ela estacionou em frente ao meu prédio. Minha casa era em cima da pizzaria da nossa família, estava fechada a essa hora.

Desligou o veículo e então me olhou com um pequeno sorriso. Nós ouvimos metade do tempo minhas músicas e ela pareceu gostar muito, mostrei outras bandas e cantores também, mas estava interessada em ouvir as músicas que ela gostava. Acreditem em mim, Lena só escutava música clássica e até que não era tão ruim quanto eu pensava.

— Você tem cara de quem dirige mal, mas me surpreendeu. Estamos vivas. — Ela fez uma cara chocada e eu ri.

— Você me respeita, Danvers. — Deu um tapa de leve no meu ombro. — Eu dirijo melhor que muita gente por aí.

— Sei disso agora. Mas é que seu jeito de patricinha...

— Disse a garota que se veste como se fosse uma badgirl, mas não é nada disso... — Revirou os olhos. — Mas espera, era por isso que recusava as minhas caronas? — Me olhou curiosa.

— Ahn... talvez. — Mordi o lábio.

— Kara! Eu não acredito. — Exclamou rindo em seguida, eu fiz o mesmo.

— Mas era mais porque eu não gosto de incomodar mesmo, Lena. Sério.

— Como você pode ver, não foi trabalho nenhum nem tirou pedaço, Danvers. — Assenti confirmando. — Então acho que não vai ter problema nenhum se te dar uma carona outra vez.

— Seria legal.

Depois disso ficamos em silêncio por um tempo, não sabia mais o que falar, o que era estranho. Eu sempre sabia o que falar.

— Bem, acho que tenho que ir.

— Eu iria te convidar para subir, mas você disse que tinha que ir à um lugar.

— Isso mesmo, da próxima vez eu venho com mais calma. — Então ela vai querer mesmo subir... sorri com isso, mas, droga! Se controle, Kara. Você não tem mais 15 anos.

— Certo. Tchau, Lena. Valeu de novo pela carona. — Falei já abrindo a porta do carro.

— Kara, espera. — Disse quase que imediatamente, me fazendo parar e eu a olhei. — Eu deveria pegar seu número, sabe, para te mandar uma mensagem quando chegar aqui mais tarde.

— Claro. — Eu logo peguei o celular que ela me entregou já desbloqueado e na tela de contatos. Levantei o olhar e a vi me encarando, dei uma risada nasal e neguei com a cabeça voltando a digitar meu número.

— O que foi? — Perguntou risonha.

— Nada, é só a primeira vez que uma garota bonita me pede o número e não o contrário. — Falei lhe entregando o aparelho, Lena sorriu tímida. Reparei que Lena dava esse sorriso quando a elogiava.

— Até mais, Luthor. — Me inclinei e dei um beijo em sua bochecha. Saí do carro logo entrando no prédio. Demorou um tempinho até eu ouvir a barulho do carro ser ligado e ele se afastar, sorri para o nada e balancei a cabeça percebendo que estava sorrindo feito idiota. Comecei então a subir as escadas que dava para a nossa casa de dois em dois rapidamente. Minha mãe sempre fala que eu ainda vou acabar caindo.

— De quem era aquele carrão que te deixou aqui? — Nia estava na mesa e perguntou assim que eu entrei em casa.

— Boa tarde 'pra você também, Nia. — Respondi fechando a porta com o pé e fui para cozinha que era ali do lado. Nia, minha irmã mais nova, estava na janela e voltou a sentar-se na mesa que estava cheia de livros e cadernos.

electric love (intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora