Don't stop!

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A partir de agora vai ser tiro, porrada e bomba! Se preparem...


Hora da morte... 1h26 da manhã. – a voz de Dove soou distante e vazia. – Cameron, você pode acabar com isto. Eu não quero... 

- Está tudo bem, Hosterman, eu posso fazer isso. – o homem olhou-a com cuidado. – Você está bem?

- Eu só preciso ficar sozinha. – ela disse tirando a touca, lavando as mãos e caminhando rapidamente para fora da OR.

Dove entrou na primeira sala de plantão que encontrou vazia. Ela caminhou por vários minutos de um lado para o outro da sala sem saber o que fazer, dizer ou pensar.

- Droga! – ela praguejou enquanto batia a testa na parede fria, tentando se acalmar.Anna Johnson era a paciente favorita de Dove. A jovem tinha apenas 24 anos, mas a médica ortopedista a conhecia desde quando a garota tinha 18. Juntas, elas tinham lutado com intensidade contra a doença de Anna, cirurgia após cirurgia, a cada dia Dove sentia que estava mais perto de curar a menina completamente, mais perto de dar-lhe um futuro saudável e a possibilidade de uma vida normal fora das quatro paredes do hospital. 

Anna agradecia Dove diariamente, porque agora ela seria capaz de fazer todas as coisas que sempre quis fazer, tudo graças às mãos experientes da médica.

Aquela seria a sua última cirurgia e também o mais simples de tudo o que Anna havia enfrentado. Ela estava totalmente confiante e feliz na OR, mas o destino tinha outros planos para ela e um ataque cardíaco repentino e inesperado fez todo o futuro de Anna entrar em colapso na frente de Dove.

Anna tinha morrido e Dove assistiu, completamente impotente, a vida da garota escapar de suas mãos.

- Mierda, mierda, mierda... – a mulher ergueu o punho furiosamente, querendo bater em alguma coisa, querendo bater-se por não ter tido atenção o suficiente para perceber o que estava acontecendo com sua paciente.

- Ella debía de estar viva y no a punto de parar en la morgue. Anna debería estar viva, sonriendo, alegre de saber que su vida empezaría nuevamente. ¿Cómo fui capaz de dejar que eso pasara? Ni siquiera pude proteger a una paciente, si no soy lo suficientemente buena, como se supone que Sofia confie en mí... 

Dove jogou o braço para trás e quando sua mão estava prestes a bater contra a parede, alguém a parou.

- Não faça isso.

Dove ainda lutou um pouco, disposta a ferir a si mesma.

- Não faça isso ou você terá que lutar contra mim. Ninguém pode machucar as pessoas que eu amo e essa regra vale para você também, então não faça isso.

- Deixe-me sozinha, Sofia. – Dove suspirou derrotada e deixou sua mão cair. – Eu não quero falar sobre isso, por favor, me deixe.

- Eu não vim aqui para falar com você. Quer dizer, eu te amo, você é o meu para sempre e eu quero gastar todo o meu tempo possível com você... 

- Sofia...

- Mas eu não vim aqui para falar com você, Dove. – a mais alta a cortou, tirando seus sapatos, pegando um travesseiro e em seguida deitando na cama. – Eu vim aqui para tirar um cochilo, porque eu não tenho dormido há mais de 32 horas e eu tenho uma cirurgia em cinquenta e cinco minutos.

Dove se voltou para a sua namorada e bufou incrédula quando a viu perfeitamente acomodada na cama, pronta para dormir. A loira estava chateada e com raiva de si mesma, ela queria chorar e chorar, ela queria bater e destruir tudo que estivesse ao seu redor. Dove se sentia como a pior pessoa do mundo, quase como uma assassina, porque por culpa dela uma pessoa que confiava totalmente em seu trabalho morreu sob sua responsabilidade.

Remember Me - Versão DofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora