Psychotic Blood | Tom Holland

• Prólogo •

— Você é louca de aceitar esse estágio? — a morena pergunta vindo em minha direção.

— O que há de errado em aceitar? É a chance da minha vida. — digo começando a ficar nervosa.

Estagiar em um dos principais hospitais psiquiátricos seria uma grande oportunidade. Começar a estudar na King's College London não foi nada fácil, ainda mais conseguir a bolsa mas agora que surgiu essa oportunidade não irei desperdiça-la.

— Tem certeza de que você não tem problema psicológico também? - a mesma diz apontando com seu dedo indicador em minha cabeça. — Anna lá é o terror puro, é sentir como realmente o inferno é.

Dramática. Isso que minha melhor amiga é.

[...]

Bethlem Royal Hospital mais conhecido como "Bedlam" é um dos mais antigos hospitais psiquiátricos de Londres, conhecido por sua famosa história. Meu estômago revira só de imaginar o quão cruel era o tratamento naquela época com os "presos" como eram chamados os pacientes, mas graças a Deus tudo aquilo acabou e agora todos lá dentro tem a oportunidade de uma nova chance.

— Senhorita Foster? — ouço uma voz fina me chamar.

Me levanto da poltrona caminhando até a mulher de roupa toda branca.

— Aqui está seu crachá que usará enquanto estiver trabalhando, ajeite-se e me acompanhe por favor.

Ao ver o crachá em minhas mãos com minha foto e em baixo dela escrito "Dra. Anna Foster", pude sentir meu peito se encher de orgulho ao ver o quão longe eu consegui chegar.
Acompanho em passos largos a mulher que caminhava em minha frente me guiando a sala de terapia dos pacientes onde eu iria atendê-los. A mesma abre a porta me dando passagem a sala branca que tinha duas poltronas na cor bege uma de frente a outra, ao lado de uma delas tinha uma pequena mesa na cor marfim onde em cima havia blocos de anotações.

— Será aqui que irá realizar o atendimento, a propósito irei buscar seu primeiro paciente, com licença.

A mulher de cabelos loiros diz saindo da sala me deixando sozinha no local limpo cheirando a lavanda, ajeito meu jaleco com o nome do hospital me sentando na poltrona que tem a mesa ao lado, aguardando o primeiro paciente.
Minhas mãos estavam suando, meu estômago estava revirado, o nervosismo do primeiro dia estava me consumindo por inteira mas como uma boa inglesa estava conseguindo me manter firme. Ouço três batidas na porta o que me fez suspirar fundo pedindo para que entrasse, vejo novamente a mulher que antes me acompanhava entrar com dois homens que traziam um outro homem que usava uma camisa de força e que tinha sua cabeça cabisbaixa.