Justiça

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Mitologia: Egípcia
Personagens: Maat e Ammit

[ ABRINDO UM PARÊNTESES -> Um obrigada especial para todos vocês que estão lendo essa história. Ainda é muito novo ter esses textos lidos e postá-los aqui na internet é ainda mais difícil, então muito obrigada por tirarem um tempo do seu dia para ler essas palavras que eu escrevo. Muito obrigada também as pessoas que estão acompanhando, que leram, favoritaram e comentaram, sempre vindo com palavras tão incríveis. Um agradecimento muito especial à TitiaLouquinha e à evelise03, que sempre estão aqui. Vocês são muito importantes pra mim, sem o apoio de vocês duas eu já teria pensado e desistido muito mais cedo. Obrigada, amo vocês.

E finalmente o Egito surgindo em Mitológicas!

Sugestão de @teratomaquia (Nyah! Fanfiction/+Fiction)

Boa leitura.

Com o trabalho que Maat tinha, você poderia supor que ela encontrava os mais variados tipos de pessoas e que a deusa tinha que ser totalmente imparcial e tratar com a mesma neutralidade à todos.

Em parte esse palpite é verdadeiro. Maat encontra diversas ações de pessoas quando está no Julgamento do Mortos. Porém que a deusa não tinha uma opinião própria com relação a essas ações era um completo equívoco.

Por exemplo, hoje Maat se deparou com um faraó que teve seu coração na balança contra a pena de Maat. O coração era mais pesado. Ele tinha cometido mais pecados - e pecados graves -, do que virtudes. Maat sabia quais eram as faltas e ela tinha uma opinião bem forte e firme quanto a elas.

O faraó ainda teve a coragem de expressar surpresa. Osíris, no entanto, não estava tão surpreso assim.

"Você tem alguma hipótese do que pode ter feito?" O senhor dos mortos perguntou, retoricamente. Anúbis e Maat observavam em silêncio, Ammit estava lambendo seus lábios já imaginando o sabor do órgão pulsante.

"Eu juro meus senhores, que não tenho ideia do que tenha feito." Típico.

"Com sua licença, Osíris." Os olhos se voltaram para ela. Maat não aguentava mais, ela precisa falar.

Com a confirmação Maat se levantou e finalmente pode falar tudo o que ela escutou. Tudo o que estava preso em sua garganta. "Esse... homem cometeu não um, não dois, mas sim vinte e dois atos que vão contra as minhas confissões¹. Entre elas, esse homem matou milhões de mulheres-"

"São simples mulheres."

"São pessoas." Maat não acreditava que aquelas palavras saíram desse ser humano. Nem devia ser um humano. "Pessoas inocentes e que não deveriam ser tratadas como você as tratou."

"Elas não estavam acima de mim, eu sou o homem aqui!" A alma tentou se aproximar de Maat, a fúria em seus olhos finalmente se revelando. Ammit se colocou em sua frente, porém, e ele voltou um passo para trás engolindo o nó em sua garganta - que tecnicamente não existia. Mesmo assim continuou. "Era o natural. Elas me desrespeitaram, como eu poderia não fazer nada?!"

"Faraó ou não, você deveria saber que matar e ter ódio de pessoas por uma característica é mais que errado. É crime."

"Mas eu nem matei alguma delas!" Ele ainda tinha coragem de arranjar uma desculpa. Inacreditável.

"Não, não matou. Fisicamente não matou. Mas matou as suas almas aos poucos, com suas palavras e ações." Maat começou a se lembrar de todas as mulheres que vieram lhe suplicar justiça por aqueles atos. Algumas até achavam que a culpa era delas, o que não é verdade. O único culpado ali era aquela ideia que esse homem, e tantos outros, colocam em prática. A ideia de que por ser diferente era inferior, era um lixo. Seja pelo gênero, pela casa, pela cor da pele, olhos ou cabelos, por amar alguém.

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