CAPÍTULO 45- BÔNUS

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DIANA

"Licença." digo ao escutar meu celular tocar. Saio do local onde seria o desfile e atendo o celular.

"Alô." Era um número desconhecido.
"Filha." Escuto minha mãe do outro lado da linha. "Quanto tempo que não nos falamos, desde o jantar? Com certeza é isso, liguei pra avisar que seu irmão irá se formar na escola no dia 10 de dezembro." Ah claro que era pra isso, eu amo meus irmãos mas odeio quando minha mãe faz questão de jogar o quão bom na vida eles vão ser. "Você vai comparecer né?." Pergunta, respiro fundo antes de responder.
"Não sei se dará mãe, bem nesse dia terei compromisso." Minha formatura no caso.
"Que tipo de compromisso que você tem com o trabalho que escolheu?!." e lá se vai minha felicidade do dia.
"Eu realmente preciso ir mãe." Digo e não espero a mesma responder pois desligo na sua cara.


Respiro fundo algumas vezes antes de voltar ao salão. Minha mãe era uma pessoa completamente difícil de conviver, era mais fácil conseguir a paz mundial do que compreender a mesma, tô falando muito sério já até pensei em tentar, a paz mundial é claro.
Essa seria minha última semana em Roma e depois voltarei a vida de universitária prestes a se formar e eu estava animada com meus planos pro ano seguinte.

~•~•~•~•~•~•~

"Henrique!! Presta atenção no que você fala homem, não tô sozinha no quarto e as crianças podem estar por perto." Escuto Liz o repreender.

Estava sentada na varanda do quarto enquanto tentava prestar atenção em um livro no qual não sabia nem o nome, desisto depois de ler cinco vezes a mesma frase e não entender nada, eu estava com a cabeça na lua. Levanto da cadeira e pego um casaco dentro da mala, aviso Eliza que vou sair mas a mesma provavelmente não tenha escutado. Saio do hotel e fico algum tempo parada na parte da frente pensando aonde vou pois não conheço nada daqui, só sai duas vezes pra visitar pois estou atolada de trabalho e tentando adiantar tudo o mais rápido possível. Decido sair andando pela cidade enquanto tento colocar meus pensamentos no lugar.
Fazia meses que eu e Luan estávamos brigados, e sim eu sei somos orgulhosos demais para ir atrás um do outro mais quem errou foi ele, okay não vou me fazer de vítima, eu também não colaborei muito. Dessa vez ele realmente havia pisado na bola comigo, depois de uma noite juntos ele recebe uma ligação e sai o mais depressa possível para ir se encontrar com essa pessoa e quando finalmente está arrumado simplesmente se aproxima e me dá um beijo nos lábios.
"Tchau gata, foi boa a transa mais agora preciso ir acabei esquecendo que tenho um compromisso." Isso foi o que ele disse logo em seguida às 3 DA MANHÃ, quem em sã conciência tem compromisso ÀS 3 DA MANHÃ.Eu fiquei tão puta/magoada que minha cabeça não conseguiu raciocinar direito além de chorar por se sentir usada, no dia seguinte não falei com ele, nem no outro e muito menos dois dias depois, foi quando ele apareceu na minha casa querendo saber o que estava acontecendo já que eu estava evitando todas as suas ligações e foi quando finalmente o pedi pra vir em casa pra conversarmos.

FLASHBACK ON

"Oi." Diz ao ver que abri a porta. "O que tá acontecendo com você? Por que tá ignorando minhas ligações?." Pergunta e entra em casa ao ver que me afastei da porta. "Ei fala comigo." Diz fechando a porta atrás de si.

"Você acha que eu sou idiota Luan?." Crio coragem e viro para olhar pra ele, nessa altura meus olhos já estavam parecendo o oceano pacífico.

"Ei claro que não." Diz tentando se aproximar, mas faço que não com a cabeça o fazendo se afastar. "Diana o que tá acontecendo?."

"Não se faz de sínico Luan, você sabe o que tá acontecendo aqui e não importa o que tínhamos não temos mais." Digo por fim e ele solta um 'o que?'."PARA DE SER IDIOTA, ACHAR QUE PODE SIMPLESMENTE BRINCAR COM AS PESSOAS COMO SE ELAS FOSSEM BRINQUEDOS OU QUE NAO TEM SENTIMENTOS." pois é perdi o controle que estava tentando manter.

"Dá pra você ser mais específica e me explicar? Eu não tô brincando com você Diana." Anda um passo a minha frente. Por que tem que ser tão lindo cara, assim você vai desmontar toda a armadura que criei ao meu redor nesses últimos dias.

"COMO VOCÊ PODE SER TÃO SÍNICO CARA." eu passava minhas mãos na cabeça em uma tentativa falha de me controlar.

"PARA DE ME CHAMAR DE SÍNICO E ME EXPLICA O QUE TÁ ACONTECENDO POR QUE EU ME ENCONTRO NO ESCURO NESSE MOMENTO." e toda a calmaria que sua voz mantia se foi.

"VOCÊ QUER SABER EU VOU EXPLICAR." Chego mais perto. "AQUELE DIA VOCÊ SIMPLESMENTE VAI A UM 'COMPROMISSO' ÀS 3 DA MANHÃ." faço aspas com os dedos. "DEPOIS DE SIMPLESMENTE IR PRA CAMA COMIGO, VOCÊ ACHA QUE EU SOU QUEM LUAN?." Ele não respondeu e nem nos dois minutos que se estenderam, como se estivesse pensando. "Fala algo." Digo com lágrimas em meus olhos. Ele não disse nada. "FALA ALGUMA COISA CARALHO."

"DÁ PRA PARAR DE GRITAR, PRIMEIRO QUE EU POSSO ME EXPLICAR E SEGUNDO QUE NUNCA CONVERSAMOS SOBRE O QUE TEMOS." os vizinhos já deveriam estar com pipoca e refrigerante escutando a briga de camarote. "EU NÃO..." não o deixo terminar.

"EU NÃO PRECISO DAS SUAS DESCULPAS ESFARRAPADAS, EU JÁ SEI O QUE ESTAVA ACONTECENDO ENTRE NÓS DOIS."

"NÃO VOCÊ NÃO SABE, NÓS NUNCA CONVERSAMOS SOBRE ISSO MAS..." o corto novamente.

"Sai da minha casa Luan." Aponto pra porta.

"O que? Não a gente precisa conversar."

"SAI.DA.MINHA.CASA." digo pausadamente.

"Diana eu..."

"SAI LOGO DA MERDA DA MINHA CASA, JA FALEI QUE SE FOR ORA OUVIR DESCULPAS ESFARRAPADAS EU PREFIRO FICAR SEM RESPOSTAS." vou até a porta.

"BELEZA, SE NÃO QUER SABER O QUE HOUVE AQUELE DIA O PROBLEMA É SEU." ele abre a porta de casa e sai fechando-a com tudo logo em seguida. Levo um susto pelo barulho.

FLASHBACK OFF

Depois que ele saiu do apartamento, eu me acabei de chorar, parecia que meu mundo ia acabar naquele segundo, eu sentia como se tudo dentro do meu corpo estivesse acabado de se despedaçar. Depois que a crise de choro passou eu finalmente parei pra pensar em tudo, a discussão e o que disse, e eu realmente estava 50% errada eu deveria tê-lo deixado se explicar, mas óbvio que não iria voltar atrás eu estava envergonhada demais pra isso.
Viro uma rua e vejo uma praça com algumas crianças brincando, pais conversando e adolescentes em casais, sorrio e me sento no banco mais próximo observando as pessoas ao meu redor e foi quando eu o vi, ele estava ali do outro lado da rua me olhando, e quando percebe que o vejo ele começa a caminhar em minha direção e eu posso jurar que senti meu coração falhar duas batidas. Ele estava ali e eu não estou preparada pra ter essa conversa.

Ao Destino  {COMPLETO}Onde histórias criam vida. Descubra agora