CAPÍTULO 12

154 11 1
                                    

"Chegamos." Diz estacionando o carro em algum lugar, porque depois que saímos do estacionamento da festa ele colocou uma venda em mim no primeiro semáforo vermelho, o que foi um pouco estranho.

Ele me ajuda a descer do carro e quando ouço a porta atrás de mim bater lhe pergunto

"É agora que você me mata? Ou é agora que sai um assassino com uma faca e nos mata?." Escuto Henrique dar risada

"Você tem sérios problemas, e não, eu não vou matar você, esquece isso." O ouço dizer ainda rindo, ele pega a minha mão e começamos a andar.

"Cuidado com o degrau." Diz e segura minha mão e minha cintura. "E depois desse tem mais alguns degraus."
Se ele pudesse ver através da venda iria ver eu revirando os olhos, ainda bem que não temos esse poder não é mesmo?!

"Pronto chegamos." Escuto um barulho de chave e logo em seguida sinto uma mão na minha cintura. "Cuidado com o pequeno degrau."

"Agora posso tirar a venda?." Pergunto quando entro em algum lugar depois de andarmos mais um pouquinho.

"Ata é verdade, tinha me esquecido desse detalhe." Ele desamarrou o nó atrás da minha cabeça e quando abro os olhos me deparo com as luzes da cidade.

"Isso é....muito lindo." Digo encantada com a beleza da cidade de cima

"Sim... é lindo." Naquele momento estava me perguntando de quem seria aquela casa pois estávamos em uma varanda e atrás de nós dois tinha uma sala rústica muito bonita por sinal, e como se Henrique lesse meus pensamentos ele responde"Essa casa era dos meus avós, não eles não faleceram só decidiram que era melhor aproveitarem suas aposentadoria viajando pela Europa do que esperar a morte vir visitá-los, então pedi pra que ficasse com essa casa." Disse se sentando em uma cadeira atrás da mesinha que tinha na varanda. "Vem senta aqui."

"Mas porque você me trouxe aqui?." Pergunto quando me sento na cadeira á sua frente

"Sinceramente? Não sei, achei que seria legal dividir essa vista com você." Comenta olhando para a vista na nossa frente

"Obrigada...por me acompanhar hoje na festa de noivado do meu ex." Digo sem encará-lo

"Não foi nada, foi até divertido e não seria nada legal você chegar lá e falar que tudo foi uma mentira de sua amiga." Ele se levanta e vai até uma portinha que fica na parede da sala

"Seria uma vergonha, o que eu falaria? 'oi então tive que vir sozinha pois Diana inventou tudo sobre o meu namoro e eu sou uma encalhada de vinte dois anos que ainda não achou o amor da sua vida." Fico brincando com minha pulseira enquanto comento sobre como eu falaria que esse meu namorado na verdade não existe

"É seria um ponto constrangedor pra você, e graças a mim ele não te acha tudo isso que você falou." Escuto Henrique dizer atrás de mim e quando o olho ele estava com uma garrafa de vinho em sua mão direita e duas taças em sua outra mão. "Não sabia que tipo de vinho você gostava então peguei qualquer um." Diz abrindo a garrafa

"Qualquer um? Pensei que iria fazer um discurso sobre esse vinho, de como ele é bom, que é importado da Indonésia e que foi feito a vinte anos atrás..." Ele me corta

"Não sou um especialista em vinhos Liz, e também não foi difícil escolher, tinha uns quatro desse guardado que eu cheguei na conclusão que esse era bom." Coloca um pouco de vinho em minha taça

"É eu reparei." Tomo um pouco daquele líquido roxo. "Humm e não é que é bom mesmo"

"Eu sou muito bom nisso né fala aí, mas especialista em vinho que eu não existe." Diz quando termina de tomar o líquido em seu copo

"Não posso nem mais elogiar." Sorrio e tomo mais um pouco apoiando meus braços na mesa.

Conversamos sobre tudo, descobri várias coisas sobre Henrique que eu nunca imaginei, por exemplo que ele era o nerd da escola e não o cara pegador e muito menos o popular, ele tinha vários amigos mas não era tão conhecido assim em sua antiga escola.

Depois da oitava taça de vinho eu já não tava me responsabilizando pelos meus atos e muito menos Henrique que estava no mesmo estado que eu.

"Agora sua vez." Digo ao Henrique depois de apertar o modo girar no aplicativo.
Estávamos jogando Ipuke um joguinho de desafios no celular.

"Desafio: tire uma parte da roupa ou beba três shot." Esses shot na verdade era vinho. "Faço o desafio." E sua camisa social foi jogada no sofá em menos de dois minutos. "Pronto, agora é sua vez." Diz e bebe um pouco do vinho

"Desafio: o próximo jogador (Henrique) escolhe ou faça o último desafio." Leio em voz alta

"Quer que eu escolha?." Balanço a cabeça positivamente. "Okay, desafio você....a beber essa taça de vinho inteira." Diz apontando para minha taça que tava pela metade ainda e eu aqui pensando que ele iria me pedir outra coisa. Eita mente poluída a minha.
Bebo minha taça inteira e aquele efeito do álcool aumenta, e quando vejo Henrique havia feito o mesmo com sua taça que estava um pouco mais cheia que a minha.

Partida vai partida vem e quando percebo já é duas horas da manhã. Digo que preciso ir embora e Henrique se oferece pra chamar um táxi já que os dois não está em condições de ir embora dirigindo, levanto quase caindo, levo a garrafa de vinho até a cozinha e volto pra sala.

"Conseguiu chamar?." Digo quase me atrapalhando na fala

"Tá procurando motorista." Diz balançando o celular

"Tá, vou procurar meus sapatos." Digo me segurando em alguns móveis pra não cair. Encontro o sapato na varanda e volto com eles pra sala colocando-os no sofá junto com minha blusa de frio e me sentando no braço do sofá.

"Tá a caminho, uns dez minutos eu diria." Se senta na poltrona

"Obrigada, vou beber água." Me levanto indo em direção á cozinha

"Tem água na geladeira." Escuto Henrique dizer atrás de mim me dando um susto

"Que isso garoto, não se deve me assustar assim." Digo colocando a mão no peito

"Foi mal, é que me deu cede então vim pegar um pouco." Aponta pra garrafa de água
Dou espaço pra ele pegar a garrafa e me encosto na bancada da cozinha cruzando as pernas e ele se encosta na pia.
Termino de beber água, deixo o copo na pia e volto a me encostar na bancada.

"Para de me encarar, tá me assustando." Dou risada ele sorri abaixando a cabeça e deixa o copo na pia apoiando suas mãos na mesma

"Me desculpe é que...quer saber não é nada." Diz e vai em direção a sala

"O que você ia falar?." Digo indo pra sala parando na sua frente

"Não é nada Liz deixa pra lá, você não reagiria bem." Ele pega o celular

"No que eu não reagiria bem?." Cruzo os braços esperando uma resposta

"Nisso." Ele se levanta deixando o celular cair e segura minha cintura com uma mão para me puxar pra mais perto e a outra na minha nuca com seu polegar em meu rosto, com um beijo calmo e meio violento sinto um pouco do álcool indo embora. E como tudo que é bom acaba começamos a sentir falta de ar e ele para o beijo com selinhos.
Fico sem reação pois minha fixa ainda não havia caído que eu tinha beijado Henrique ou melhor que ele tinha tomado essa atitude e me beijado.

"Me desculpa eu não deveria ter feito isso." Ele diz colocando suas mãos na cabeça e eu só pensava em como aquele beijo havia sido bom e eu sentia a necessidade de mais, então simplesmente puxo a barra de sua calça com um pouco força só pra que ele chegue mais perto de mim

"Cala a boca e me beija" Vejo um sorriso em seu rosto antes de me beijar novamente. Naquele momento eu havia me esquecido de tudo e quando percebo estou em uma cama só de sutiã e calcinha com Henrique somente de cueca me olhando com um sorriso no canto da boca e logo em seguida me deitando na cama aos beijos.

E lá se foi meu táxi.


Ao Destino  {COMPLETO}Onde histórias criam vida. Descubra agora