Capítulo 2.

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Narração Sasuke

Nunca fui uma pessoa que demonstra sentimentos, sempre fui frio com todos e até mesmo com minha família. O ambiente em que eu cresci nunca foi um dos melhores ou mais aconchegantes, repleto de brigas e ódio, arrisco-me a dizer que Uchihas são escravos de uma "Maldição".

Meu pai - Fukagu Uchiha - sempre me comparou muito a meu irmão mais velho, - Itachi Uchiha - o qual era sempre chamado de "prodígio". De uma certa forma, isso acabou nos afastando consideravelmente, eu sempre estava tentando alcançar o Nii-san e ser como ele. Por muito tempo não sabia dizer quem eu era, apenas quem eu tentava - miseravelmente - ser.

Hoje, não tenho mais contato com meus progenitores, no entanto, me pergunto como eles estão frequentemente. Sai de casa muito cedo, por não aguentar aquela pressão e expectativa que foram colocados subitamente em cima de mim. Não gosto de falar sobre isso, porém, o clã Uchiha é abundante em riquezas materiais, meu pai sempre me deu tudo que eu queria - exceto o amor - então, dinheiro não me foi difícil de conseguir para sair de casa. Mas, atualmente, eu não tenho coragem de encara-los novamente para pedir ajuda financeira, por isso, eu e naruto trabalhamos muito para conseguir nossa casinha.

Ah, Naruto...Ele foi a pessoa que me tirou do inferno que eu vivia, o garoto que me fez sentir borboletas no estômago pela primeira vez e devo dizer que até hoje, me sinto ansioso para ver ele - como se fosse a primeira vez.

•••

Está quase na hora de ir para casa, voltar para o meu loirinho. Hoje minha missão foi de tirar fotos de uma Influencer Digital com sua namorada, pelo visto, ela irá se assumir publicamente.

Lembranças da reação dos meus pais ao saberem que eu sou gay passaram pela minha cabeça quando vi elas dando um selinho enquanto seguravam a bandeira lgbt. Minha mãe é um anjo e disse que iria me amar apesar de tudo, mas meu pai, claro, esperava um filho hetero como Itachi. Desculpe, pai, mas eu encontrei o homem da minha vida.

- Posso ver as fotos, Sasuke-san? - A garota de cabelos rosas perguntou com os olhos brilhando e a menina loira a seu lado também parecia estar eufórica. Apenas acenei com a cabeça e elas se aproximaram, virei o dispositivo na direção delas para que pudessem vizualizar as imagens. - Estão perfeitas, sério, cada centavo valeu a pena, muito obrigada!

- Amor, você ficou linda em todas as fotos. - A garota loira de olhos azuis colocava uma mexa rosa atrás da orelha da namorada enquanto mantinha um olhar de ternura para com a mesma.

Percebi que o Sol já estava se pondo então olhei para o relógio, por algum motivo estou meio apressado para chegar em casa. Droga, ainda faltam 15 minutos! Será que minha raposinha está bem? Meu peito dói tanto... Devo estar ficando doido.

- Você está com pressa, Sasuke-kun? - Sakura inclinou a cabeça levemente para o lado como se estivesse me lendo.

- Ah...Não é isso, podemos tirar mais fotos se quiserem. - Disse, torcendo pra que elas me dispensassem. Ino pareceu perceber meu desconforto e pressa.

- A-amor, eu estou cansada de tanto flash e meus pés estão me matando! Vamos, sim? - Ino colocou os braços em volta da cintura de Sakura e a deu um beijo na testa, a mesma acenou positivamente e olhou para mim.

- Obrigada pelas fotos! Ficaram lindas.

Neguei com a cabeça, como se não precisasse daquele agradecimento.

- É o meu trabalho. Obrigado por me deixar ir mais cedo. - Dei as costas e guardei meu equipamento em seus respectivos lugares. Os levei para meu carro e coloquei no banco de trás, abri a porta do motorista e comecei a dirigir calmamente, afinal, tem alguém me esperando em casa, né.

Quebra de tempo

Estaciono o carro no estacionamento do prédio e vou direto para o porteiro, passo direto e não o cumprimento estava muito nervoso pra isso. O elevador estava ocupado e eu apertei freneticamente aquela porcaria de botão, como se fosse acelerar o processo. Aqueles minutos pareceram horas, quando o elevador chegou, eu entrei voando e apertei o número 10 com tanta força quase quebrando, alertei mais de 6 vezes seguidas e a porta fechou.

Sai daquela caixa de metal correndo e fui até a porta de casa, e bati tentando parecer calmo.

Primeira tentativa - nada.
Segunda tentativa - nada.
Da terceira vez tentei ser mais agressivo nas batidas e chamei o nome de Naruto, para que ele abrisse a porta. Minhas mãos já estavam trêmulas e eu suava, levanto o tapete da entrada e pego uma chave que havia ali para emergências. Na 2° tentativa finalmente consegui abrir a porta, fechando logo em seguida.

- Naruto? Kitsune? Cadê você, meu amor? - Olhei na cozinha, na sala, no banheiro e nada do Uzumaki. Meu coração palpitava descontrolado aí girar a maçaneta do nosso quarto. Passei os olhos correndo e vi que ele não estava deitado, a televisão ainda ligada mas eu não pude prestar atenção no que estava passando, caminhei lentamente até o meio do quarto e vi ali um corpinho com medo.

Arregalei meus olhos sem acreditar naquilo, rapidamente me ajoelhei ao seu lado e comecei a tentar acorda-lo de todas as formas, mas ele não levantava. Naruto estava queimando de febre, e sua expressão facial era de angústia. Senti algo quente rolar pelas minhas bochechas, e eu não impedi, ver meu loirinho naquela situação estava me matando.

Meio desajeitado peguei alguns documentos meus e de Naruto os enfiei no bolso e peguei Kitsune no colo, o carregando estilo noiva. Fomos correndo até o carro, graças a Kami o elevador estava vazio.

O deitei no banco traseiro e dei um beijo amoroso em sua testa, acariciei suas bochechas ternamente.

- O que foi que aconteceu com você, meu amor?

Como se fosse a primeira vezOnde histórias criam vida. Descubra agora