Can't take my eyes off you

Recovery

Eu estava sozinha, pensando que estava bem

Não estava procurando ninguém para ser meu 

Pensei que o amor fosse só uma fabricação  

Um trem que não pararia na minha estação

Em casa, sozinha, essa era minha pena

Confinamento em solitária

Então, quando nos vimos, eu estava evitando você 

Eu não sabia que estava procurando o amor

Até que encontrei você

( Everything but the girl - I didn't know I was looking for love)

12 de abril de 2001

- Mãe, calma, eu recebi alta hoje. Estou arrumando as coisas pra ir embora - eu estava há mais de meia hora no telefone com a minha mãe, tentado apaziguá-la.

- Nathalie me prometa que esse louco nunca mais vai chegar perto de você - escuto minha mãe esbravejar e minha irmã cair na gargalhada com seu nervosismo.

Olho pra frente e vejo Heath e Clary conversando com o médico que cuidou de mim durante aquela semana, Heath estava com uma aparência tranquila e amena, seus cabelos estavam tingidos de loiros por conta das últimas cenas que precisou regravar pro filme, ele usava uma blusa branca larga e um jeans surrado.

- Prometo mãe, já tomamos as devidas providências - digo voltando a colocar minhas roupas na mala.

Sinto um olhar sobre mim, olho rapidamente e vejo Heath me encarando com ternura, ele dá uma piscadinha e vem em minha direção enquanto Clary continua tagarelando com o médico. Devia estar dando em cima dele, suponho.

- Está tudo bem? - pergunta sussurrando e tocando minhas costas, sua voz ficava mais rouca e grave que o normal e me desconcertava.

- Só uma mãe protetora e preocupada - digo tapando o microfone do celular e voltando a ouvir minha mãe falando sobre autosegurança.

Heath solta uma risada nasal e continua do meu lado, me olhando e me deixando envergonhada.

- Tá bom mãe, eu preciso desligar tá ok? Quando eu chegar em casa, te ligo, te amo e manda beijo pra Lucy - digo desligando antes dela responder.

Bufo e termino de fechar a mala, tento pegá-la mas Heath toma a frente e a pega.

- Ei, eu posso fazer isso - digo fingindo estar brava.

- Nem ouse dona Nathalie - diz abrindo um sorriso de divertimento e em seguida cruzando os braços.

- Gostei do seu cabelo assim - digo tocando uma mecha que caía em seus olhos.

- Eu quero raspar logo, não vejo a hora das gravações acabarem - diz expirando e jogando a cabeça pra trás.

Me aproximo e o abraço, dando beijinhos em seu queixo e ele adorou meu gesto, retribuindo o abraço apertando minha cintura.

- Seu abdômen ainda dói? - pergunta preocupado me soltando um pouco.

- Não muito, o que dói são os pontos da testa - digo dando de ombros e pegando seus braços os enrolando em minha cintura.

- Alguém parece que estava com saudade de mim - diz convencido e baixando o olhar aos meus olhos.

Ele era bem mais alto que eu, eu batia em seu queixo.