Capítulo 4 - Reconhecimento

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A primeira noite foi bem difícil. Não conseguiu dormir muito. Sentia sua mente sendo buscada o tempo todo, como se batessem na porta, pedindo para entrar. Ela tentou ignorar o máximo possível, mas aquilo a deixou exausta. Levantou finalmente, desistindo. Observou o sono da companheira, tocou sua testa checando a temperatura, aparecia estar tudo bem. Ainda não era de manhã pelo seus cálculos apesar de não saber quantas horas tinha a noite naquele planeta.

Rey estava certa. Ainda era cedo e não havia ninguém no saguão principal. Se havia alguém escoltando aquele lugar, estavam sendo muito discretos. Então começou a andar em direção ao caminho que tinham feito para entrar ali. Sabia que existia um tipo de comércio lá em cima e, como não queria ser vista por eventuais curiosos, evitou ir tão longe. O local onde estava era interessante. Paredes de pedra, iluminadas por tochas dos dois lados. Ela sentia uma coisa diferente ali, como se algo a chamasse, não parecia ser o Supremo Líder, muito menos aquela escuridão que encontrara na caverna de Ahch-To. Tocou uma das paredes, próxima a uma das tochas e sentiu uma ranhura, a parede estava solta naquela região. Empurrou um pouco e, como esperado, a parede cedeu. Havia outro túnel escondido ali. Rey olhou para trás, talvez devesse voltar. Não tinha controle suficiente da sua curiosidade para fazer isso. Havia outro túnel, mais escuro mas ainda havia alguma iluminação. Rey olhou em volta e decidiu que aquele seria um ótimo lugar para meditar.

Ela sentou no chão, cruzou as pernas e fechou os olhos se concentrando apenas em sua respiração. Se sentia tão escondida que tinha a impressão que nem mesmo Kylo Ren seria capaz de encontrá-la ali. Era somente ela e o sabre de luz partido de Luke dentro de sua bolsa.

-Você deveria se concentrar em reparar esse sabre se está pensando em se encontrar com ele...

Rey o encarou mal humorada. Não estava tão escondida quanto gostaria.

- E quem te disse que pretendo fazer isso?

-Ah garota! - Luke suspirou cansado. - estou começando a achar que você faz isso só pelo prazer de discordar de mim. Vamos, pegue o sabre.

Quantas vezes ela teria de fazer aquilo?

-Até funcionar. - Luke respondeu após pergunta nenhuma ter sido feita.

Ela tirou o sabre da bolsa e segurou um pedaço em cada mão.

- Concentre-se nele.

- Eu já ia fazer isso.

- Então o que está esperando?

Rey fechou os olhos.

- O que ele te diz?

- Dor... - Rey respondeu após alguns instantes. Tentava ouvir exclusivamente o cristal dentro de uma das partes, dessa vez, ele parecia responder. - ele sente dor. - ela abriu os olhos e encarou o mestre jedi. - ele está doente mestre Luke! Como isso é possível?

- Um cristal Kyber é praticamente um ser vivo Rey. Ele é profundamente conectado à Força, reverberando com ela. E esse aqui... - ele tocou sabre nas mãos da moça. - já passou por muita coisa.

Rey assentiu.

- E o que eu faço?

- Tenho certeza que tem algo nesses livros sobre como curá-lo. Mas eu não tenho mais tempo. Você vai precisar procurar por que eu não me lembro dessas particularidades.

O mestre jedi fantasma desapareceu antes que Rey pudesse perguntar mais alguma coisa. Nunca teve um tutor para ensiná-la nada antes e Luke sempre a deixava com mais dúvidas. Os livros Jedi estavam, em sua maioria em idiomas que ela não conseguia identificar. Decidiu que o melhor a fazer seria tentar se comunicar com aquele cristal "vivo".

My Place In All This (reylo)Onde histórias criam vida. Descubra agora