My Place In All This (reylo)

Capítulo 7 - Consequências

- General! - Finn se aproximou arrastando uma Rey praticamente catatônica pelo braço. - Ela não está ferida, só nervosa, mas foi por pouco. Se eu não tivesse atirado, sabe-se lá o que ele teria feito!
- O que você fez Finn? - Léia precisou se escorar na parede mais próxima para que suas já tão frágeis pernas não cedessem.
- Eu vi Rey saindo sozinha, a segui para o caso de ela precisar de ajuda. Fiquei distante e, por um tempo, a perdi de vista. Quando a encontrei...
- Você atirou nele Finn! - Rey interrompeu acordando do transe.
- Ele ia te machucar!
- E ele está...
- Morto? - Finn adiantou-se - provavelmente não, minha mira não foi tão boa.
- Você não devia ter saído Finn, Rey tinha uma missão a cumprir, e agora...
- Que tipo de missão poderia envolver ela se encontrar sozinha com o cara mais perigoso da galáxia?
- Isso não te diz respeito. - a general falou com a cara fechada. Conduziu os dois a uma mesa próxima e sentou-se, indicando as cadeiras. - mas agora, eu quero saber o que aconteceu.
- Eu tive medo de que, de alguma forma, ele tivesse usado algum poder Jedi para atraí-la. Conheço muito bem a Primeira Ordem para saber que, se eles sabem dos poderes de Rey, eles iriam querer se aproveitar deles.
- Não era isso Finn! - Rey o interrompeu.
- Deixe-o terminar.
- Sim General.
- Eu não pretendia fazer nada. Sabia que Rey podia derrotá-lo. E ela ia - Finn encarou os olhos desesperados da Jedi. - eu estava esperando ouvir o som do seu sabre de Luz a qualquer momento. Mas... - ele parou por uns instantes.
- Mas? - Leia questionou.
Após um longo suspiro, Finn continuou:
- Ele se aproximou dela. - fez uma careta. - Perto demais, e Rey. - ele não queria encará-la dessa vez, então olhou para baixo. - Ele deve ter feito alguma coisa, algum truque da Força. Ele tocou seu rosto Rey, e você ficou paralisada, lembra disso?
- E, por isso, você atirou nele? - Rey finalmente conseguiu usar palavras.
- O que mais eu poderia fazer? Eu fiquei com medo que ele sequestrasse você, ou pior! Você não estava reagindo! Então eu tive quer fazer isso por você!
- Entendo sua boa intenção Finn, - Leia falou tentando se mostrar o mais calma possível. - Mas você não pode tomar esse tipo de atitude sem nos informar antes. A Resistência já tem dificuldades o suficientes. Insubordinação só atrapalharia. Espero que não aja assim de novo!
Finn achou melhor não discutir e se afastou contrariado. Que merda era aquela? Estava esperando ser recebido como o herói que salvou a Jedi das garras do Supremo Líder mas, ao invés disso, recebeu olhares de reprovação e uma advertência?

- Você consegue falar com Chewie? - Rey perguntou a Leia - Eu acho que ele estava tentando socorre-lo.
A general tentava não chorar.
- Ele está vivo, eu consigo sentir.
- Sim, eu também. Mas ele está fraco! Preciso voltar lá!
- Não. Precisamos ter calma. Vou tentar falar com o Chewie. E você, não está ferida mesmo?
A jovem apenas negou.
- Então vá tomar um banho, trocar essa roupa. Descanse um pouco, assim que souber de algo mando chamá-la.
Rey obedeceu somente porque queria ficar sozinha para tentar alcançar Ben através da força. Na cabine de banho, ela sentou-se num banquinho que estava num dos cantos do cômodo. Fechou os olhos e tentou se concentrar.
"Ben, me dê algum sinal."
Ele nada respondia. Mas ela podia ouvir a respiração dele. Ben estava vivo, inconsciente, mas vivo. Ela só esperava que ele não estivesse ainda caído naquele barranco.

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Ben desmaiou assim que bateu a cabeça no chão.
Chewie se aproximou o mais rápido que pôde. Tomou alguns instantes observando o rosto do rapaz desacordado caído no chão. Ele não saberia explicar exatamente o que sentia. Preferia pensar que precisava apenas manter Ben Solo vivo para poder dar-lhe uma porrada pelo que fez com Han.
O wookie não demorou mais do que alguns minutos para checar seus sinais vitais e arrumar um jeito de tirá-lo dali. Não tinha nada a sua disposição ali. Sinceramente ele não imaginava que seria necessário. O local onde estavam era isolado, mas, como já havia estado naquele planeta algumas vezes com Han, ele sabia que caminho tomar para abrigar Ben em segurança.
Após certificar-se que ele não havia fraturado nada importante na coluna que impedisse movê-lo, Chewie removeu a capa que o Supremo líder usava. Não se importava em deixar aquela pista lá. Talvez fosse até proveitoso. O pegou no colo como se ele fosse uma criança e, esgueirando-se por caminhos que poucos conheciam, conseguiu chegar até a Mileniun Falcon.
Imediatamente deitou o rapaz na cama de uma das cabines.
Tinha à sua disposição apenas materiais básicos de primeiros socorros.
"Por hora vai ter que servir garoto. " - ele sussurrou para o rapaz desacordado à sua frente.
Após imobilizá-lo e fazer o curativo, Chewie sentou-se na cama oposta e ficou por um tempo apenas observando o paciente.
" É, acho que você não vai morrer se eu te deixar aqui um pouco né?, preciso avisar sua mãe."
O wookie saiu da cabine e caminhou até o cockpitt da nave para tentar contato com Leia.

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- Rey? - Rose se aproximou da mesa onde Rey estava sentada olhando para o nada a algum tempo, acabou sentando-se ao seu lado, pois teve a impressão que ela não a ouviu. - Rey? - ela aumentou o tom de voz.
A jedi piscou lentamente, como que acordando e olhou para a moça sentada ao seu lado.
- Precisa de alguma coisa Rose?
- Não an... É que eu fiquei preocupada. Você está ai com essa cara de que alguém morreu, Finn, extremamente irritado. Me diz o que tá acontecendo por favor?
Rey respirou fundo.
- Eu e Leia havíamos pensado em algo que pudesse nos ajudar a escapar daqui. Foi o que eu saí para tentar resolver hoje.
- Certo.
- Mas o Finn me seguiu e acabou atirando num possível aliado.
- Quem?
Ela baixou o olhar.
- Quem era esse aliado Rey?
- Bem, eu acho que não posso dizer isso agora.
- Mas era alguém que você conhecia com certeza, caso contrário, você não estaria com essa cara.
- Ele não...
- Ele?- ela interrompeu. - Você se importa com essa pessoa, com ELE...
Rose viu imediatamente os olhos de Rey ficarem úmidos.
- Não precisa se preocupar em me contar algo que não se sinta à vontade ou não esteja autorizada. Só queria te dizer que eu estou aqui. Você tem sido boa comigo, só quero retribuir.
Rey sorriu um pouco.
- Obrigada Rose. Como... como está o Finn?
- Ele também não me contou nada. Mas ele está com raiva. Eu decidi não insistir. Bem - ela se levantou o mais rápido que sua situação permitia - já andei demais por hoje. Vou voltar para o quarto.
A jedi observou a moça se afastando. E atras dela, outra figura se aproximando devagar.
-Tenho notícias. - Léia pôde sentir o suspiro apreensivo da moça sentada. - me acompanha?
Rey se levantou, tomou o braço da mais velha e a acompanhou até seu quarto.
- Chewie deu notícias. - a general falou sentando-se em sua poltrona, Rey sentou na beira da cama em frente à ela a encarando em expectativa. - Ben está vivo. Ele o levou para a Falcon. Disse que vai cuidar dele lá.
- Léia, Ben levou um tiro no peito, caiu de uma altura considerável, que estrutura o Chewie tem para cuidar dele na Falcon?
- Bem, geralmente existem suprimentos lá para esse tipo de situação, curativos e um pouco de Bacta eu sei que tem. Além do que temos aqui.
- E deixar Ben sozinho lá? - Rey levantou-se nervosa.
- Imaginei que você quisesse ajudar...
- Ah... bem.. Sim... - ela voltou a sentar-se.
- Tava pensando que talvez você pudesse levar os suprimentos que o Chewie precisa.
Rey respirou fundo mas não falou nada. Estava aliviada por não precisar ter que convencer Leia a deixá-la ir ver Ben. Ela estava tão angustiada, era como se ela mesma estivesse doente, conseguia sentir a dor do tiro em seu próprio peito. Precisava vê-lo.
- Querida. - Leia segurou sua mão - Sinceramente, eu esperava estar errada com respeito às minhas suspeitas. Mas eu vejo em seus olhos que eu estava certa. Isso não vai ser fácil.
- O que quer dizer?
- Não, nada. Mas entendo que você queira ir. - Leia achou melhor não pressionar a moça com aquele assunto. - eu gostaria de ir ver meu filho, mas não estou em condições de sair daqui agora e, mesmo que tivesse, meu rosto é mais conhecido que o seu e seria perigoso.
- Sim, eu sei.
- Vou preparar os suprimentos que o Chewie pediu. Vá se preparar, quero que vá assim que tudo estiver pronto.
- Sim senhora. - Rey se levantou, apertou o ombro da general. - e obrigada, por me deixar ir.
- Obrigada por se importar com meu filho.
Rey deixou o quarto com a lembrança do olhar de Leia para ela ao dizer essas palavras. Ela sorriu, pela primeira vez, sentiu que o fato de ela estar tão preocupada com o Supremo Líder da Primeira Ordem não era tão ruim assim.

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- Onde ele está?
"Oi Rey! Bom dia para você também" - O Wookie reclamou, fingiu reclamar. Ela podia ver que ele sorria.
- Desculpa Chewie. - ela o abraçou. Ele a apertou um pouco quando a sentiu tremer.
Rey o entregou os suprimentos e o seguiu até a cabine onde Ben estava. A cabine que ela mesma usou poucos dias antes, na mesma cama onde ela estava quando ela e Ben... Rey sacudiu a cabeça espantando aquelas lembranças. Aquela não era hora para aquilo.
- Como essa cama ficou tão alta?
Chewie explicou que todas as camas da Falcon podem ser adaptadas para camas hospitalares. A altura elevada facilita os cuidados com o paciente. Principalmente quando o cuidador tem dois metros e meio de altura. Ela ouvia parcialmente as explicações do amigo, grande parte da sua atenção estava sobre o rapaz desacordado à sua frente. E em como ele respirava lentamente.
- Febre? - ela tocou sua testa e o sentiu quente.
" A febre é normal. O corpo dele está lutando. A temperatura sobre mesmo. - Chewie explicou. - Vou preparar o Bacta que você trouxe para aplicar na ferida. "
O Wookie saiu do quarto para preparar a medicação. Ao vê-lo sair, Rey pôde relaxar e demonstrar o que realmente estava sentindo.
- Eu sinto muito. - uma lágrima escorreu pelo seu rosto. - foi culpa minha!
Com uma mão, ela tocava o rosto do Supremo Líder, com a outra segurava uma de suas mãos. Ben, ainda inconsciente, respirou fundo e apertou a mão da moça, o que a fez levantar os olhos para ele esperançosa de que ele estivesse acordando. Mas ele não acordou.
" Não foi culpa sua Rey - Chewie apareceu na porta após alguns minutos. Ouvira o que ela havia dito pouco antes de ele se afastar. - Foi ele que insistiu em encontrar você, ele que escolheu o lugar..."
Chewie começou a aplicar as cápsulas de Bacta pelo tórax e coluna de Ben.
- Mas fui eu quem me descuidei e não notei que Finn estava me seguindo. E depois...
" Eu vi o que aconteceu depois. Ou o que estava a ponto de acontecer."
Rey corou e depois cruzou os braços aborrecida.
- Não sei do que você está falando.
O Wookie deu um urro alto, gargalhando. Pediu que ela ficasse de olho no hóspede por algumas horas por que ele precisava dormir um pouco.
Após observar Ben por mais alguns instantes, ela mesma resolveu deitar na cama que ficava do lado oposto da cabine. Tinha certeza que ela sentiria qualquer alteração no estado de Ben. E, como sentia que seu estado estava estável. Também conseguiu dormir um pouco

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Kylo Ren estava a mais de um dia desacordado, Chewie fez o que pôde, aplicou todos os seus conhecimentos médicos adquiridos nos anos em que teve que dar jeito na impulsividade de seu antigo piloto. Realmente, pai e filho eram mais parecidos do que eles queriam admitir.
Rey apenas o observava trabalhar, temia que aquele esforço tivesse sido em vão. O que diria a Léia, aos outros? O que aconteceria se o supremo líder morresse? O segundo em poucos dias? Pensar nessa possibilidade doeu como se ela mesma tivesse levado aquele tiro.
- Vamos lá Ben! - ela dizia enxugando o suor da testa do rapaz com um pano úmido, ele ainda tinha febre. - você já passou por coisa bem pior. Não morra agora!
Ele não respondia, mas seu rosto mostrava a dor que ele sentiria se estivesse consciente.
Chewie insistia que ela voltasse para junto do restante da resistência. Que ele cuidaria do hóspede doente, mas ela não queria, não podia se afastar. De qualquer forma, podia sentir o corpo de Kylo Ren tentando se curar, sobreviver e isso fazia com que ela se sentisse um pouco doente também. Não iria conseguir não transparecer para os outros que havia algo errado.
O Wookie, por outro lado, não confiava em Kylo Ren e tinha medo de deixá-la sozinha com ele, mesmo desacordado e debilitado..
Então, em acordo com Leia, resolveram informar à Resistência que a nave precisava de reparos.
Rey tentava lidar com aquilo de uma forma impessoal, pelo menos na frente de Chewie. Não queria ouvir dele de novo aquela bobagem sobre amor. Só não podia deixar que ele morresse. Como resolveria toda aquela guerra sem ele? Um acordo com Hux ou com Pryde não aconteceria... Ela se sentou no chão, ao lado da cama, estava tão esgotada que acabou adormecendo.
A moça acordou quando sentiu através da força a consciência voltando para Kylo Ren. Ela se levantou depressa.
- Não tenha medo. Você está seguro. - ela disse tocando a mão dele. Ben levou alguns instantes para entender.
- Rey?
- Estou aqui. - ela tinha um sorriso aliviado nos lábios.
- Estou morto?
Ela riu.
- Acha que eu deixaria você morrer?
- O que aconteceu?
- Você não lembra de nada?
Ben levou seu olhar para o lado oposto, tentando acessar suas memórias.
- Eu levei um tiro? - ele gemeu ao tentar se levantar. Estava com o tórax coberto de cápsulas de bacta.
- Não tente se mover.- Ela o segurou. - Você ainda precisa de repouso. E sim, você levou um tiro. E depois caiu de uma altura bem grande!
- Onde eu estou?
- Olhe em volta.
- Por que estou aqui?
- Não se preocupe com isso agora. Concentre-se na sua recuperação.