10 | crises

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Aposto que a notificação chegou como um furacão para Choi San, mas por que amanheceu e ele não tinha retornado de volta? Sequer veio aqui fazendo drama, se ajoelhando ao pé do meu primo, ou mandando milhões e milhões de mensagens já que era o lance dele. Nada disso aconteceu, o que me deixava confuso e meu primo, tristonho.

ㅡ ... Woo... E o baile... ㅡ Inclinei meu rosto o vendo passar perfume. Até que também parecia bem maduro, tanto que fez eu me auto-questionar se se gostavam mesmo ou apenas namoraram mecânicamente. ㅡ Ainda preciso ir?

ㅡ Ah mas é óbvio que sim. Eu não ia com o San. ㅡ Deixou o perfume na penteadeira.

ㅡ ... C-como assim, Wooyoung??? ㅡ Fiquei encarando com uma eterna surpresa. Wooyoung era imprevisível, não podia esperar por nada.

ㅡ Eu sabia que ele ia ficar muito focado nas coisas da organização. Simplesmente não ia nem ligar pra mim, por isso arrumei logo outro par. ㅡ Ele deu de ombros e sorriu. Fazia sentido, não retruquei.

ㅡ Por mais que em seu coração... ㅡ Olhou para os dedos do pé e saiu do quarto. Bom, eu não gostava de ficar tocando na ferida dos outros, ainda mais de quem era parte da minha família, então fiz de tudo para não trazer o assunto à tona. Uma das coisas boas era que finalmente meus dedos podiam descansar da função de candelabro em tempo integral.

Ao invés disso, queriam trabalhar mais e mais modulando e se firmando na pele de Park Seonghwa. Fui atraído automáticamente. como um imã, ao o ver passando. Demorou pouco meus olhos o perseguirem, o fazendo correr de mim, mas isso só me dava mais vontade de o acompanhar.

ㅡ Que caralha, hein?? ㅡ Resmungou quando consegui o prender perante o próprio armário. Meu sedentarismo fez com que a pouca corrida empurrasse meus bofes pra fora do corpo. ㅡ Gostava mais quando você era o popular babaca e eu o anti-social esquecido do rolê.

ㅡ Nham. Vai me dizer que não gostou da minha visita ontem... ㅡ Provoquei. Adorava provocar, suas reações eram boas.

ㅡ Visita? Ha. Até parece, Hongjoong, ninguém te convidou. Você foi de inxirido que é. Você é apenas um perseguidor, não sei porque não te denunciei ainda. ㅡ Me empurrou me fazendo rir soprado, começando a ir para longe de mim.

ㅡ Hmn é porque eu te dou resposta para as provas. ㅡ Ele parou automáticamente voltando com o rosto para trás e eu me convenci, com o maior dos sorrisos. Ele me pegou pelos ombros e olhou no fundo os meus olhos.

ㅡ ... Hongjoong, sobre sua atração sexual por minha pessoa, eu não tenho nada a ver. A culpa não é minha. Acha que eu pedi pra nascer gostoso assim??

ㅡ Ué, quem disse que eu estou reclamando... ㅡ Suas bochechas ficaram mais rosadas e seus olhos tímidos. Aquilo o deixava ainda mais apaixonante, mais do que seu corpo de Deus grego. ㅡ Se você sentar na minha frente hoje, eu faço a prova por você. ㅡ Toquei aqueles lábios por força do instinto.

ㅡ Vai ter pagamento, não vai? ㅡ Ele revirou os olhos de novo, cruzando os braços.

ㅡ Vai estar me pagando, ficando perto de mim. ㅡ Colei as mãos em suas bochechas o fazendo cerrar os olhos temendo que eu o beijasse. Seus lábios até se moveram, sorri com isso.

ㅡ Kim Hongjoong, seu desgraçado. ㅡ Me deu um soco no ombro e assim eu o deixei ir. Se ele não necessitasse tanto de uma cola eficaz, jamais teria se sentado na minha frente. Sua calça era tão colada que deixava o elástico da boxer de fora quando sentava. Engoli a seco, queria muito não ficar olhando, mas volta e meia eu estava lá.

Trocamos nossas provas na maciota. Era de Inglês, respondia em menos de 5min. A cueca dele era da Calvin Klein, e toda vez que se mexia para parecer mais natural me dava uma pontada de adrenalina no sistema nervoso, ele realmente levava o crime da pescagem como um mero esporte.

Mas nosso golpe foi parado, porque Yun Ho de repente chamou atenção de todos nós. Ele estava tremendo, parecia transtornado e suando como se tivesse saído de uma chaleira. Sr. Taeyang se aproximou dele tentando ver qual era o problema, mas apenas eu sabia, de fato, qual era.

ㅡ Senhor, vou levar ele na enfermaria. ㅡ O agarrei pelo braço o tirando da sala, sentindo seu corpo febril e perto de um ataque. ㅡ Yun Ho, resista, tenha calma.

ㅡ Eu sinto como se estivesse morrendo. ㅡ Ele falou com a voz rouca.

ㅡ Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem, você é um bom garoto e vai conseguir. ㅡ O confortei passando as mãos em suas costas. ㅡ Você quer descansar na enfermaria? Seus olhos estão bastante vermelhos.

ㅡ Eles vão perguntar e dizer pros meus pais, Hongjoong, minha vida nunca vai ser a mesma. ㅡ O sentei devagar em um dos bancos do pátio.

ㅡ Yun Ho, já não está sendo. Mas, se você contar o que está acontecendo com você, vai ter mais apoio. ㅡ Fiz carinho em sua palma com meu polegar. ㅡ Eu falo com eles com você.

ㅡ Hongjoong... E-eu não sei o que eu faria sem você, você é mesmo meu melhor amigo. ㅡ Senti seus olhinhos marejarem como duas jóias preciosas. O abraçei e o mantive em meus braços naquele curto espaço de tempo, se eu pudesse tomar as dores de alguém para mim, com certeza seriam as de Yun Ho.

( ... )

Ele sentou encolhido na cama da enfermaria e com o rosto baixo, envergonhado. Sabia que o que fazia era errado, mas quando quis sair do erro, ele simplesmente tinha tomado de conta de si.

ㅡ Ele está sofrendo. ㅡ Sussurrei para a enfermeira enquanto mantinhamos o olhar para ele.

ㅡ Terei que avisar o conselho, eu sinto muito. ㅡ Ela falou, preparada para discar.

ㅡ Não, p-por favor, não faça isso, nós vamos falar com os pais dele. Não queremos que saibam pela boca de um juíz. Por favor... Apenas faça com que ele se acalme... Deve haver alguma coisa que amenize o desejo. Eu vou resolver tudo.

DANCE THE NIGHT | ATEEZOnde histórias criam vida. Descubra agora