França, 14 de Agosto de 1399, século XIV.
Perol on:
Bonjour, me chamo Perol Smufth, sou filha adotiva de um senhorio muito rico, dono de muitas terras chamado: Pietro Smufth e sua esposa Liliane Smufth, os mesmos me adotaram quando eu possuía apenas 4 anos, não tenho irmãos, pois minha mãe é estéril e meu pai resolveu então, para preencher o vazio que minha mãe tinha ao saber que nunca teria um filho/a me adotar, não apenas para sastifazer as vontades de minha mãe, mas também para me dar um lar e cuidar como meus pais biológicos não fizeram.
História um tanto triste não é? Eu não acho, penso que foi até legal ter sido criada por eles, não por serem ricos e eu poder ter tudo que eu quiser, mas porque no mundo que eu nasci, os pobres não tem direito a nada e sinto que se minha família me abandonou era por não ter tantas condições boas como a freira do orfanato que eu vivia havia me contado. Eu não penso no dinheiro como uma forma de ter várias posses, roupas, casas grandes, comida boa, mas por poder ler a todos os livros que sempre quis. No orfanato que fui deixava o único livro que eu poderia ler era a bíblia e esse era apenas direcionado a catequese que poucas crianças, principalmente meninos iriam.
Mas quando cheguei a casa dos meus pais, descobri que tinha uma grande biblioteca e eles disseram que todos os livros que tinham lá eu poderia ler e me divertir. Por isso vou todas as tardes para lá e fico sonhando com cada história, imaginando como cada personagem passa por suas histórias sem perder o controle, sempre no caminho e no fim consegue o que quer, queria que no mundo real também fosse assim.
Ouço uma batida na porta, e logo após ouço a voz de Marylle me chamar.
- Sim? - perguntou, e a mesma abre a porta.
- Perol, seus pais estão lhe chamando na sala, dizem que precisam lhe contar algo importante. - falou, e eu penso por instantes, logo após me viro para ela e dou um sorriso.
- Claro, irei daqui a pouco. - ela assentiu com a cabeça.
- Está bem, mas não demore, o jantar é daqui a pouco. - disse e assim fecha a porta indo em direção ao corredor, ouço seus passos cessarem, dou uma última lida na última página do livro “As viagens de Gulliver” e saio do meu quarto, indo em direção a sala.
Vejo meus pais sentados no sofá, meu pai está lendo as últimas manchetes e minha mãe tricotando alguma coisa estranha, ela não é tão boa nisso, então faz o que pode.
- Boa noite, pai e mãe, a Marylle disse que me chamaram. - digo entrando na sala e sentando na poltrona em frente ao sofá que estavam.
- Sim, Perol, queríamos te dizer que amanhã haverá uma festa aqui em casa com alguns senhores importantes e suas famílias, queríamos pedir que dessa vez não se tranque no quarto, é uma festa muito importante, e precisamos que esteja conosco. - disse meu pai.
- Está bem, papai, irei participar da festa, mas que tipo de roupa devo usar? - minha mãe me olhou e abriu um sorriso.
- Oh meu Deus, deixa que eu faço um vestido lindo para você! Estou aprendendo umas... - antes dela terminar, meu pai interrompe.
- Creio que seja uma corrida contra o tempo Liliane, então vou pedir para que Marylle encontre um vestido na cidade para Perol. - minha mãe desfez o sorriso, e mudou sua expressão para uma triste.
- Mas não se preocupe, mamãe, um dia qualquer irei vestir algo que a sra fizer. - falei e ela novamente abriu seu sorriso doce.
- É claro, vou começar de agora! - falou empolgada, logo após se levantando e me abraçando. - Minha filhinha linda, vai ficar ainda mais bela. - falou, eu e meu pai rimos e ela continou a me abraçar.
Marylle entrou na sala e informou que o jantar estava pronto, saímos de todas essas carícias e fomos comer.
Quando nos sentamos na mesa e os empregados começaram a servir o jantar, não pude me conter e quis perguntar ao meu pai o motivo da festa de amanhã.
- Papai, por que está festa tão de repente e o sr solicitar a minha presença para a mesma? - perguntei, minha mãe o olhou e meu pai apenas parou de comer e levantou os olhos para mim.
- Alguns dos senhores que tenho trabalhado querem aumentar as relações com minha pessoa e saber quem tocará os negócios depois que eu me for, só por garantia. - disse e voltou a comer.
- Entendo, mas se é só isso, por que não me apresentou formalmente em algum dia de reunião com eles? - perguntei novamente.
- Porque eles queriam que se sentisse mais confortável e queriam ver como agiria na frente de pessoas tão importantes, eu disse que uma festa não era uma das melhores coisas para lhe apresentar ao ramo do negócio, mas eles insistiram. - falou e voltou a comer.
- Entendi, vou mostrar como sou competente e assim confiaram em mim para os negócios, pode confiar em mim, papai. - falei e comecei a comer.
- Essa é minha garotinha. - ele disse, mas senti minha mãe um pouco inquieta.
Depois que terminamos de jantar, fui ao quarto pegar o livro que estava lendo e devolvê-lo a biblioteca, quero pegar outro, pois acredito que amanhã não terei tempo para ler mais nenhum, saio do meu quarto com o livro nas mãos e vou em direção a biblioteca passando por meus pais na sala. Entro na biblioteca e vejo os livros todos enfileirados e arrumados em seus devidos lugares, coloco o que eu estava, em seu lugar e vou a procura de outro.
Em uma das fileiras do fundo da biblioteca vejo um que me chama muito a atenção, sua capa é um vermelho escarlate, com seus detalhes em dourado, tem alguns rasgos na capa demonstrando ser antigo, mas mesmo assim parece novo, só não bem cuidado, não entendo.
O pego de sua estante e vejo seu nome: “It will be a dream or a nightmare”, após ler seu nome um calafrio corre por meu corpo, estranhei por ser primavera e eu estar com frio do nada, mas ignoro. Apenas o abro e vejo que em sua primeira página está escrito: “Você deve fechar este livro e não deve o ler, nunca!”. Parece mais um aviso, mas ignoro novamente, e o pego o levando para meu quarto comigo.
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The Forbidden Book
RomanceJá ouviram a história que a leitura te liberta e leva para lugares além da sua imaginação? Bem, não estavam errados. Em plena Idade Média onde as pessoas se viam deixadas a morrer na miséria e doenças, a era da inquisição, dos maiores mistérios do...