Cap.8-Morte é uma declaração de amor.

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Quando era pequeno, Chanyeol quase nunca ia além dos enorme portões da casa em que morava,uma enorme propriedade como uma vila em estilo oriental,todos os "tios" mais próximos de seu pai também moravam ali com suas famílias, não tinham muitas crianças,as poucas eram garotos mais velhos e violentos que logo trocariam sua primeira dose de saquê com o pai de Chanyeol.

Tao estava fazendo um trabalho nesse dia,e Chanyeol estava sendo treinado arduamente,o pequeno garoto de sete anos segurava uma katana, não era apropriada para seu tamanho e pesava nos braços finos do garoto trêmulo.

Se encontrava num momento agoniante e grotesco,encarava um gato laranja extremamente dócil em quanto seu pai dizia friamente:

-Mate-o,tente fazer um corte limpo.

-Mata-lo?Mas ele não fez nada...

Encarou o pai,ele era alto de mais,e sua expressão era tão fria que não mudaria nem mesmo com um tiro em seu coração.

Olhou o gatinho,ele se esfregava em sua perna ronronando manhoso.

-Seja rápido.

-Não quero-Chanyeol disse com lágrimas nos olhos.

-Não pode continuar a ser tão mole,vamos logo com isso!

Apertou as mãos firme em volta da espada,o corpo todo tremia, não conseguia nem ergue-la contra o animal indefeso.

-Não consigo...-Disse soltando a katana,essa que fez um som metálico ao encontrar o chão.

-Tem certeza?-Seu pai lhe fitou por um instante.

-Desculpe, não posso fazer isso-Disse segurando as lágrimas,olhou para o gato,ele havia deitado ao lado de seus pés descalços.

Seu pai se abaixou e pegou o gato no colo,o acariciou por uns instantes, Chanyeol observou a cena com um aperto no peito, só queria soltar o gato na rua e o deixar livre.

Pode ver a mão de seu pai subir lentamente ao pescoço do gatinho, então com um movimento rápido Chanyeol não entendeu muita coisa,tudo que ouviu foi um estralo,como o som de algo se quebrando,deixou as lágrimas caírem ao ouvir o último miado sofrido do gatinho,e então ele ficou mole com os olhos abertos em terror.

Seu pai jogou o cadáver do gato no chão e o encarou por um longo momento.

-Não se afeiçõe a nada,apenas fracos o fazem.

Então saiu deixando um garoto assustado em quanto abraçava o corpo ainda quente do gato.

Não sabia como se sentir,mas o constante pensamento de que seu pai faria isso com ele um dia o atormentava.

Os ouvidos zuniam e tudo o que conseguia fazer era chorar.

Acordou com lágrimas nos olhos e ofegante,Tao estava ao pé da cama observando o irmão.

Se assustou por um breve momento no escuro do quarto.

-Odeio seu hábito bizarro de me observar em quanto durmo.

-Pesadelo?

Chanyeol respirou fundo tentando fazer as mãos pararem de tremer.

-Só...algumas memórias.

Se levantou e olhou a hora, não havia dormido muito,mas nunca conseguia.

Colocou uma camisa e foi até a cozinha em busca de café em quanto acendia um cigarro.

Se sentou,tentando pensar em algo bom,o sentimento agoniante do sonho ainda pensava em seu peito.

Tao estava sentado na cadeira a sua frente,uma cara incômoda,como se estivesse apreensivo quando disse:

O tigre e o DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora