𝒪 𝒻𝒾𝓂

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𝐏𝐞𝐠𝐮𝐞𝐦 𝐬𝐞𝐮𝐬 𝐟𝐨𝐧𝐞𝐬, 𝐜𝐨𝐥𝐨𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐞𝐦 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐮𝐬𝐢𝐜𝐚 𝐬𝐚𝐝 𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐬𝐬𝐞𝐦 𝐚 𝐥𝐞𝐫 :(: //

Lembro-me da primeira vez em que lhe vi. Você usava um grande moletom rosa com a palavra "kiss my" em destaque - eu gostava daquele moletom - você andava distraído com a conversa do seu grupo de amigos, seu sorriso era a coisa mais linda para mim.

Nossos olhares se cruzaram, vi todas as estrelas que habitavam ali, nas suas fundas e penetrantes orbes pretas. Não sei quanto tempo ficamos ali naquela troca de olhares, eu admirando suas estrelas e você apenas autônomo no que estava acontecendo.

Des daquele dia passei mais tempo admirando as estrelas que aviam nos seus olhos, me perdia naquelas constelação, se eu pôde-se passava horas e horas admirando, quem sabe dias.

Você era um menino divertido, alegre, vivia flertando com todos os meninos, principalmente o pessoal do seu grupo. Nunca intendi o porque disso, na verdade só sentia ciúmes, muito ciúmes.

No dia em que conversamos pela primeira vez, você tomou atitude, na verdade você veio com uma cantada para cima de mim na qual eu apenas corei e você riu. Nesse dia você trajava um moletom amarelo com a frase "stay close to me", não vou mentir, como eu queria seguir todos os dias aquela frase.

Viramos amigos, começamos a sair, eu amava admirar como seus olhos eram tomado por milhares de estrela quando você falava sobre música, eram realmente minhas estrelas favoritas.

Decidir que iria me formar em astronomia, também lhe prometi que acharia uma constelação e colocaria com o seu nome, para homenagear a única estrela que tinha toda e total atenção minha.

Descobrir mais sobre você, mas nada que eu descobrir pode impedir o que você fez, nada pode impedir de você ir de mim.

Saiamos quase todos os dias, na maioria das vezes apenas virávamos noites deitados no telhado da minha casa admirando as estrelas, na verdade você admirava aquelas estrelas no céu, eu admirava as milhares de estrelas do seu olhar.

Lendo as últimas páginas do seu diário me perguntei como não percebi, como não desconfiei.

Porque você não me deu nenhum indício?! Porque você não me deu nenhuma dica?!

Nunca vi você chorar, nunca vi você triste sem seu grande sorriso nos lábios - os qual eu amava comparar com uma meia lua - nunca vi suas estrelas apagarem.

Ainda não entendo como uma pessoa tão doce como você teve que passar por tantas coisas, mas eu entendo que o mundo não era bom para você minha pequena estrela.

Acho que agora faz sentindo você sempre inventar desculpas para não se trocar na frente de ninguém. Você não queria mostra as marcas do seu sofrimento, você não queria mostrar o que você passava em casa.

Uma vez puxei sem pulso e você reclamou de dor, foi quase imperceptível, mas eu percebi. Perguntei se você estava bem e você apenas respondeu que avia machucado jogando basquete, mas não era isso, nunca foi isso.

Tivemos nosso último encontro no telhado da minha casa, assistindo uma chuva de meteoros, também foi o dia que você me deu a melhor noite da minha vida.

Nunca vou esquecer do seus lábios no meu, da sua boca vagando pelo meu corpo, dos nosso corpos juntos fervendo com um só toque um do outro, das palavras que saíram da sua boca naquela noite.

Palavras nas quais eu não sabia que seriam as últimas que eu escutaria vindo de você.

Acordei sem você ao meu lado, a outra parte da cama estava vazia, vazia como meu coração.

A única coisa que continha lá era um pequeno caderno, no qual você avia anotado todo seu sofrimento.

Comecei a lê-lo, você falou de mim, dos seus amigos, do que você passou. De como você não era tão feliz assim.

Porque nunca me contou que era agredido pelo seus pais? Porque nunca me contou que diariamente era assediado? Porque nunca me falou dos cortes no seu pulso?

Eu podia ter lhe ajudado minha estrela, eu podia ter lhe ajudado a não sofrer.

A última página estava borada pela suas lágrimas, pelas minhas lágrimas e pelo seu sangue.

Eu te amo dodo, me perdoe por não ser forte, me perdoe por não aguentar mais viver.

Aquelas palavras foram como uma facada no meu coração, aquelas palavras foi o fim de tudo.

Corria como a luz, não me importava se estava apenas de pijama, ou se eu podia ser atropelado por um carro, na verdade até que valeria apenas.

Eu não cheguei a tempo, lá estava você todo molhado deitado no chão ao lado da ponte, seu corpo estava sem vida, assim como o meu também estava.

Passei por entre as pessoas caindo ao lado de seu corpo, minhas lágrimas já rolavam sem controles, eu estava quebrado assim como você também estava.

Seu corpo estava frio, frio como aquele dia, frio como meu coração.

Você ainda trajava minha blusa que avia pegado na noite anterior, e no seu braço ainda estava a pulseira que eu avia lhe presenteado.

Seus olhos são as únicas estrelas que eu sempre vou amar admirar.
— Seu coelhinho, Dodo.

Mas eu não poderia mais admirar.

Senti braços me puxando, não queria soltar seu corpo, não queria saber se eu parecia um louco gritando para me soltarem e deixarem eu ficar com você, não queria saber se estava quase congelando naquele frio.

09/07/1993 Kim Jungwoo, se suicidou aos 18 anos depois de ter se atirado de uma ponte.

Naquele dia não voltei para a casa, foi para a sua. Não avia ninguém lá, seus pais aviam sumido.

Deitei-me na sua cama e abrasei os lençóis com o seu cheiro, deixei mais lágrimas caírem, mas desa vez eram lágrimas silenciosas, lágrimas dolorosas.

Olhei para o seu teto e vi as estrelas que grudamos em um dia qualquer, as estrelas na qual só me faziam pensar nas estrelas do seus olhos.

Dormir ali, na sua cama abraçado com o seu travesseiro querendo que fosse seu corpo, querendo tudo aquilo apenas fosse um pesadelo no qual eu logo acordaria, mas eu não acordei.

Minha vida não era mais a mesma sem você. Nada mais era o mesmo sem você.

Todos me viam como o menino depreciativo que morreu junto com você. Eles não estavam errado. Eu realmente morri com você.

Não conseguia mais dormir tão bem, tomava remédios para isso, as vezes acordava com a imagem do seu corpo sem vida nos meus braços, as vezes apenas chorava até me anestesiar com a dor.

As estrelas pararam de brilhar para mim, nunca mais encontrei nenhum olhar como o seu, nenhuma estrelas como as suas.

Parei de ir para os lugares que me lembravam você, parei de sair, parei de viver.

Não conseguia mais aguentar, eu levava a culpa da sua morte comigo, mesmo sabendo que não era a minha culpa.

Uma vez me falaram que a estrela mais brilhante no céu era a pessoa que você mais amava e avia ido, então você era o sol.

09/07/1999 O astrólogo Kim Doyoung se suicidou aos 24 anos. Encontrado morto com um tiro na cabeça ao lado do túmulo de Kim Jungwoo.

Depois que você se foi eu entendi,

Por trás de todo céu estrelado avia uma escuridão, uma escuridão que lhe levaria para o fim.

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E vamos de, estava sem sono aí tive a ideia dessa fic e taram!

Estou escrevendo dês das 2h kkkkkk

Sono me abandou!

Não é uma das melhores histórias, mas eu precisava "desabafar" um pouquinho.

Bjs de algodão doce!

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𝐩𝐨𝐫 𝐭𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐨𝐬 𝐨𝐥𝐡𝐨𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐝𝐨𝐬 // 𝐝𝐨𝐰𝐨𝐨 ˢᵃᵈᶠⁱᶜOnde histórias criam vida. Descubra agora